segunda-feira, 21 de abril de 2025

Vivacidade

 Vivacidade: "qualidade do que tem vida ou vitalidade; força, vigor."

  Com frequência ouvimos de pai e sua esposa muito ativos na igreja, cujo filho, hoje na adolescência ou pouco à frente, tendo já declarado, com toda a franqueza, ser ateu.

   Será que eles dois, o casal cometeu algum pequeno erro no passado? Não se pode responsabilizar outrem pela decisão do ateísmo. 

   Assim como não se pode responsabilizar pela decisão de ser crente. É pessoal.  Mas os pais devem em tudo contribuir para que sejam prioridade de fé na vida de seus filhos.

    O olhar dessa família transmite vivacidade. Os pais desse menino da foto assim foram criados. Certamente têm o compromisso de assim criar esse menino.

  Vivacidade na Bíblia tem vínculo com a lucidez que somente a fé pode trazer.  E não significa isenção da possibilidade de se cometer erros. Vamos abordar em três aspectos:

Nas Escrituras,  vivacidade é vida:

¹⁰ "...eu (Jesus) vim para que tenham vida e a tenham em abundância." João 10.

  Tenham, sejam exemplo e ensinem ao filho de vocês ter  vida nesse sentido que somente a Bíblia define.  Não se trata de geração espontânea, mas resultado de empenho contínuo.

Nas Escrituras, vivacidade é lucidez:

² "Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor." Isaías 11.

   No texto acima, refere-se a Cristo, que tudo possui em plenitude. Mas pelo mesmo Espírito reparte a nós. Busquem discernimento, visão clara da vontade de Deus para a vida de vocês e do menino.

Nas Escrituras, vivacidade é sabedoria:

³ "Com a sabedoria edifica-se a casa,
  e com a inteligência ela se firma". Pv 24.

   Receber sabedoria, pedi-la a Deus ou simplesmente buscar não é garantia de a manter. Vide Salomão, o campeão de sabedoria que, para o final de sua vida, abandonou-a. Mantenham o temor do Senhor, sempre o princípio de toda a sabedoria.  Como ensina Tiago, contínua e humildemente peçam-na a Deus.

⁵ "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. ⁶ Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. ⁷ Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; ⁸ homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos." Tiago 1.

  Sejam essa família. 

D. Pedro I em única foto

 Única fotografia conhecida, retocada (e não pintura) do Imperador D. Pedro I do Brasil, D. Pedro IV de Portugal. 

A fotografia foi inventada em 1826. A foto apresentada é de 1833, ano anterior à sua morte em 1834. Todas as outras imagens conhecidas são retratos pintados.

Após a morte de seu pai, D. João VI, em 1826, D. Pedro, que já era imperador do Brasil, tornou-se também rei de Portugal, com o título de D. Pedro IV.

No entanto, ele abdicou do trono português poucos meses depois, em favor de sua filha D. Maria II, pois não queria unir os dois reinos sob uma mesma coroa e, ao mesmo tempo, queria preservar a independência do Brasil.

Ele reinou de 10 de março de 1826 até 2 de maio de 1826 — ou seja, por menos de dois meses.

Dom Pedro I abdicou ao trono do Brasil em 7 de abril de 1831.

Ele deixou o trono em favor de seu filho, o então menino Pedro de Alcântara, que se tornaria Dom Pedro II. Na época, Pedro II tinha apenas 5 anos de idade, então foi instaurada uma regência até que ele atingisse a maioridade.

Veja no Face:

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Observação:

Isso não é uma fotografia e sim uma Litografia, A litografia é uma técnica de impressão tradicional que utiliza uma pedra ou uma placa de metal como matriz. A imagem é desenhada com uma substância oleosa na superfície da matriz, que depois é tratada para que as áreas não impressas retenham água e as áreas impressas retenham tinta.

Zé James

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Antiga Sede da IE Fluminense

 

Falar deste imóvel, localizado na Avenida Marechal Floriano 185, centro do Rio, é falar da história da liberdade religiosa no país. Embora belo, ele quase não é percebido pelos transeuntes. Aqui funciona a Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V, assim batizada em homenagem ao rei português falecido em 1861. A despeito dos ótimos serviços prestados aos carentes e à comunidade lusitana, a Sociedade D.Pedro V não é o motivo da visita do Passeador, e sim, o prédio. Este é, simplesmente, o primeiro templo evangélico erguido no Brasil e seu valor histórico para o segmento protestante é incalculável.

Se os amigos desta página acharam que o prédio não tem nada a ver com uma igreja, acertaram em cheio. A intenção era esta, mesmo! À época da construção – 1885 –, vigia uma lei que proibia a existência de templos “acatólicos” (sim, a definição para todas as outras crenças era esta) com aspecto externo de construção religiosa em todo o Império do Brasil. No entanto, a Igreja Evangélica Fluminense (IEF) obteve do governo imperial a licença para adquirir o terreno e edificar um prédio "destinado ao respectivo culto, e ao estabelecimento de uma escola", conforme decretos nº 1.225/1864 e 7.907/1880". Pioneira denominação protestante com atividade permanente e cultos em português instalada no país, a igreja foi criada em 11 de junho de 1858 pelo médico e missionário escocês Robert Reid Kalley. Egresso da Ilha da Madeira, onde atuou curando corpos e socorrendo almas, Kalley (1809-1888) atendeu ao que cria ser um chamado divino para vir ao Brasil e aqui chegou, com a mulher, Sarah, em 1855.

O calorão do Rio assustou o casal britânico, que fixou residência em Petrópolis, na amena Serra fluminense. A igreja nasceu em sua casa e, mais tarde, iniciou reuniões em residências da Zona Portuária da capital. Com o crescimento do grupo, foi preciso providenciar espaço maior. O projeto original do prédio, neoclássico, foi encomendado à Inglaterra com linhas retas e zero referência à religiosidade. Em 1886, começaram neste imóvel os cultos do “povo do livro”, como os protestantes eram chamados, na nova sede. Não era fácil ser evangélico em um país que tinha como religião oficial o catolicismo romano. Atividades proselitistas eram proibidas; havia barreiras ao registro de casamentos realizados no rito reformado e, até na morte, os protestantes eram discriminados – seus sepultamentos não eram feitos nos cemitérios.

Com o tempo, Kalley, que se tornou vizinho e interlocutor eventual de D.Pedro II (o monarca gostava de conversar com o pastor em hebraico, imaginem!), conseguiu fazer o imperador ver que perseguições religiosas não convinham a um reino que se queria moderno. Depois, veio a República e as barreiras legais aos crentes caíram, embora preconceitos sociais tenham permanecido por muito tempo. A IEF funcionou aqui até maio de 1914, quando foi inaugurado o templo definitivo – agora, sim, com jeitinho de igreja – aqui perto, na Rua Camerino. Atualmente, ela é ligada à União das Igrejas Congregacionais do Brasil, uma das mais tradicionais confissões evangélicas nacionais.

Quanto a este prédio, ele foi vendido à Sociedade Pedro V, que tratou de lhe dar um aspecto mais adequado à nova finalidade. As reformas ficaram a cargo da prestigiada firma Antonio Jannuzzi & Irmãos, que assina várias intervenções urbanísticas no Rio de cem anos atrás. Ali no alto, onde antes se lia “Casa de oração da Igreja Evangélica Fluminense”, foi gravado o nome da entidade. Mais acima, o belo relevo retrata uma mulher amamentando uma criança, enquanto oferece flores a outro pequeno – alegoria da solidariedade, ênfase da Caixa de Socorros. O prédio também ganhou aquelas três esculturas no topo, representando as virtudes humanas. E pensar que, no tempo em que aqui se reuniam os protestantes, nenhuma figura era permitida na fachada... E nem precisava. Afinal, o culto de um devoto ao seu Deus é coisa que prescinde de representações externas

Link na Net:

https://www.facebook.com/passeadorcarioca/photos/a-f%C3%A9-dos-pioneirosfalar-deste-im%C3%B3vel-localizado-na-avenida-marechal-floriano-185/3175969929161089/?locale=da_DK&_rdr

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Santa Cruz do Capibaribe - Igreja Evangélica Congregacional de Poço Fundo

 Há 80 anos, era inaugurada na Vila de Poço Fundo, zona rural de Santa Cruz do Capibaribe, a primeira igreja evangélica Congregacional no município. Ao longo do tempo, várias igrejas foram construídas originadas a partir dela.

Na localidade, o congregacionalismo teve início em 1916 e contava com as visitas mensais do inglês Willian Bannister Forsyht e outros ingleses, que se dirigiam ao local para realizar cultos, os quais eram feitos em duas residências com as participações em torno de 100 pessoas.

Os cultos eram realizados nas residências dos irmãos Manoel e Maria Lagos, além de contar com participações de pessoas dos sítios Magana e Porteiras. A programação continha culto de oração todas as quintas-feiras e escola dominical e culto aos domingos.


Em 1935, o Pastor Júlio Leitão de Caruaru juntamente com toda a comunidade da Vila, iniciaram a construção do templo, onde muitos carregavam pedras e cimentos para que a obra pudesse ser erguida. A construção foi feita também pelos pedreiros Marcos Belo e Joventino; sendo que os carpinteiros foram José Colaço, Manoel e Zacarias Lagos.

A igreja foi inaugurada em 29 de novembro de 1936 pelos pastores ingleses: Willian Forsyht e David Glass, além de representantes locais da família Lagos: José Colaço, Manoel, Zacarias, Gabriel e Moisés; já da família Belo de Souza estavam: José, Marcos, Severino e Mariano.

Devido ao aumento de visitantes, a igreja teve um acréscimo de seu espaço, sendo feita esta reforma no ano de 1941. Ainda nesta década, em 1947, uma grande enchente atingiu o templo, onde a água da chuva chegou a ficar 1,50m da igreja, que causou alguns estragos no local.


Ao passar do tempo, a igreja ficou deteriorada e quase o templo iria abaixo. Em algumas épocas aconteceram várias tentativas de reestruturação, porém foram frustradas, sendo que em alguns momentos, problemas familiares e judiciais impossibilitaram a sua restauração.

img_9303Na década passada, o ex-pastor da igreja Celso Torres Galindo teve a ideia com algumas pessoas, de restaurar a igreja em seu formato original e, assim foi feito.

“Deus colocou o desejo em nosso coração de um dia a gente poder reconstruí-lo e de ser ordenado pastor da igreja de Poço Fundo, então sugeri ao diácono Lenivaldo que fizéssemos uma campanha para reconstruirmos a igreja. Ele abraçou a ideia e se tornou como um dos responsáveis direto pela obra e restauração do templo” – relatou o pastor.

A reinauguração da igreja de Poço Fundo ocorreu no dia 26 de novembro de 2011, com um culto de ações de graça, que contou com as participações de representantes de várias igrejas evangélicas de Santa Cruz.

Atualmente, os cultos são realizados no templo, que ainda mantém alguns objetos históricos da época, como os bancos, relógio, púlpito, porta cálice da santa ceia, lampião e cortinas. 

 

Toda a história da igreja e do congregacionalismo  na região  foi  contada no  livro “Queremos trazer à memória” dos professores e escritores Avanísia de Souza e Israel de Carvalho. O material impresso traz a trajetoria da implantação da religião no Brasil, passando por Pernambuco e se estendendo até Santa Cruz do Capibaribe, onde narra as aventuras e lutas dos evangélicos pioneiros do município.

Com imagens de Kinho Filmagens, confira abaixo o vídeo exclusivo e completo da reinauguração do templo em 2011.

https://www.youtube.com/watch?v=ozJGZYaeypo&t=5s


Link na Internet:

Prisão domiciliar de José Bonifácio

 

Prisão Domiciliar de José Bonifácio na Ilha de Paquetá em 1833. Ilustração de José Wasth Rodrigues, 1962.

José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) foi ministro do Império e Negócios Estrangeiros que influenciou o Imperador Dom Pedro I a separar o Brasil do Reino Unido com Portugal em 1822 como membro do chamado "Partido Brasileiro". e comandou uma política centralizadora e organizou a ação militar contra os focos de resistência à separação de Portugal entre 1822 a 1823
Durante o processo de Independência do Brasil do Reino Unido com Portugal Jose Bonifácio entrou em conflito com o Imperador Dom Pedro I devido a criação da Constituição em 1823, e os membros da primeira Assembléia Constituinte do Brasil foram presos e desterrados para a França por Dom Pedro I pelo uso das armas, pois previa que seus poderes seriam limitados pela nova Constituição
O golpe incontestável contra o Parlamento foi sustentado pela vitoria das armas nacionais na Bahia, culminada com a ocupação da capital em 2 de Julho, e logo a quéda das praças portuguesas no Maranhão e no Pará, consolidaram o prestigio de Dom Pedro I, a que nenhum outro político podia aspirar.
José Bonifacio não chegou a ser popular: era demasiadamente aristocrata para que as plébes mudassem em simpatia o respeito que lhe tinham. Em 1822, como em 1823, a sua popularidade restringiu-se a uma esfera social, que ele naturalmente representava.
Anos depois José Bonifácio reconciliou-se com o imperador, voltando ao Brasil em 1829, passou a receber pensão anual do governo, para indenizá-lo dos salários que perdera durante a Independência. Bonifácio foi tutor do Jovem Dom Pedro II entre 1831 a 1833.
Foi novamente acusado de conspirar para promover o retomo de d. Pedro 1, acabou destituído pela regência, por decreto, em 14 de dezembro de 1833.
Uma comissão de juízes de paz foi à Quinta da Boa Vista, residência do imperador, ordenar ao tutor o cumprimento do decreto. Bonifácio, entretanto, recusou-se a acatá-lo, alegando que era ilegal. Em carta ao ministro do Império afirmava que não reconhecia o direito do governo de suspendê-lo do cargo e dizia: "Cederei à força, pois que não a tenho, e estou capacitado que nisto obro conforme a lei e a razão, pois que nunca cedi a injustiças e a despotismos, há longo tempo premeditados e ultimamente executados para vergonha deste Império". E assim foi. Acompanhados de mais de cem homens da cavalaria e da infantaria, e com uma ordem de prisão expedida pelo governo, os juízes de paz obrigaram Bonifácio a entregar o cargo a seu sucessor.
Levado para sua casa na ilha de Paquetá, ficaria em prisão domiciliar. Na praia, em um barracão próximo a sua casa, alojou-se o destacamento militar destinado a vigiar os passos do velho prisioneiro. Assim se encerrava sua vida pública. Em carta à velha inimiga palaciana de Bonifácio, d. Mariana de Verna, o ministro Aureliano Coutinho escreveu: "Parabéns, minha senhora; custou, mas demos com o colosso em terra". Um processo-crime foi aberto. Bonifácio era acusado de conspiração. Em 1835 seria intimado a comparecer diante do tribunal do júri para apresentar sua defesa. Mas se recusou a fazê-lo. Em vez disso, encaminhou uma carta ao juiz de paz alegando que a destituição e o processo eram efeitos de uma "cabala pueril".
Por isso, confiava ser absolvido sem a necessidade de sua presença, uma vez que não havia cometido nenhum crime: "Não preciso portanto de defesa, que não seja o negar positivamente o de que sou acusado em um processo irregular, injusto e absurdo". O julgamento foi então realizado à revelia, e no final Bonifácio seria absolvido de todas as acusações. No mesmo ano, porém, presenciou seu inimigo Feijó ser eleito regente único do Império, consolidando a vitória de seus opositores .
Bonifacio morreria em 1838.
Fonte: Bonifácio, gênese do pensamento nacional Ronald
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