quarta-feira, 24 de julho de 2024

Ícones 90tões

   

Arsylene, entre eu e minha esposa
e Isis, que já está em casa.

   Ícone. É uma marca indelével. Isso mesmo. Vou carregar nos termos arcaicos. Isso porque lá vão 90 anos. Fazendo a conta, vai dar na década de 30 do século passado.

 Minha mãe nasceu em 1930. Viva, hoje, seriam 94 anos. Poderia ser, visto que sua mãe, minha avó Eunice, partiu para casa aos 96 anos.

  Este três que aqui menciono são ícones. Chegaram aos 90 anos, marcando a vida de muitos. Principalmente, a minha. Arsylene, minha professora de igreja.

  Com ela, além das lições bíblicas, já aos 13 anos eu participava do coral dos Juvenis. Era a União Juvenil da Igreja Evangélica Congregacional de Cascadura, da qual ela foi membro fundadora, desde 1953.

   Outra mulher é d. Cleuma, essa a minha professora do Admissão, minha 6ª série primária, em 1968, na escola da Rua Cônego Tobias, no Meier. Aquilo que era escola e aquela que era uma professora.

   E por último, last, but not least, o digníssimo diácono Isaías, um marco na Igreja Evangélica Congregacional de Cascadura, onde está firme, até hoje, mesmo após as mudanças que houve desde que encerrei, em 1994, meu pastorado ali.

   Não é qualquer tempestade que assuta esse três ícones. Isaías Silva, Arsylene Jardim e Cleuma Brasil. 90 anos. Marcas potenciais. Já sentei com os três, para contar pérolas da existência deles.

   Há textos sobre cada um deles neste blog. E outros mais. Porque esse tesouro não se limita somente aos três aqui mencionados. Mas menciono, pela relevância que têm, juntamente com esses outros, na minha vida.

  Isaías muito me ajudou deslocando-se de Jacarepaguá, onde reside, até Copacabana, onde pastoreei, juntamente com Cascadura, entre 1992 e 1994. Aliás, Largo do Pechincha-Copacabana não era nada, em distância, para esse easy rider (sem/com destino), em suas viagens de fusquinha.

    E não há como falar dele, sem mencionar seu poder cativante de amizades. Com meu pai Cid, com Heraldo, meu sogro, e com outro herói de fé, o Dagoberto. Ter Isaías como amigo, ouvir suas histórias e partilhar de suas conversas, nada mais gratificante nesta vida. 

   Enquanto eu ocupava o púlpito nesta, ele se deslocava até àquela, para compensar a ausência do pastor. E que conteúdo. Isaías é bom de ouvir, sejam que histórias contar, que sermões pregar, que conselhos, de sabedoria, conceder.

   Cleuma, nas idas Rio Branco, AC, ao Rio de Janeiro, RJ, entre os anos de 1998 e 2013, quinze vezes, pelo menos, de carro, percorrendo cerca de 4.200 km, às vezes mais, às vezes menos, eu achava Cleuma e a convocava para as reuniões de família, no Meier.

Eu e minha querida professora
do Admissão Cleuma Brasil

   Sua vida dá um livro. Mulher de valor, trabalhou em meio mundo, fosse em cargos federais ou estaduais, formada como professora e assistente social, mulher negra de fibra, destemida, inteligente e sagaz, marca por onde passa.

   Você a encontra pelo Meier, acessando toda a terça-feira, a feira livre da Galdino, bem defronte ao prédio onde minha mãe residia e onde havia esses encontros de finais de ano, nas confraternizações em que seria possível encontrar Cleuma e Isaías reunidos.

   Arsylene visito também sempre que apareço pelo Rio. O sorriso é de menina, nunca mudou. Daquele tipo de pessoa que atravessa a existência enfrentando o que der e vier. Se forem provações, vai superar e ensinar como vencê-las.

   Caso seja no intervalo entre elas, vai reger a vida como fazia em nosso coral de juvenis, na década de 70 do século passado. Essa garotada hoje já é de avó, mas sorte se, em sua vida, não esqueceram nem dos cânticos, nem das lições de d. Arsylene na antiga igrejinha de infância.

   Por falar nela, eu peço desculpas, se alguém daquela geração ler e, por engano, pensar que esqueço alguém aqui ou peco em não mencionar. Mas esperem. A própria irmã Arsylene listou todos.

   Isso mesmo: tenho uma relação, com a caligrafia dela, mencionando os membros de Cascadura, pelo menos nesse período de 1953 a 1994. Pela boa matemática, são 41 anos. E contando com o ano derradeiro, quando meu filho Isaac nasceu, tendo eu vindo para o Acre um ano depois, são 42 anos de história.

   E eu acho que sou um dos mais antigos, tendo lá chegado em 1966. Talvez tenha sido, naquele coral da União Juvenil, o mais velho, a não ser que Roberto, o mais velho de Isaías, me tenha ultrapassado.

   Esperem, porque a lista de ícones é maior. Alguns já em casa, como minha própria mãe, e até mesmo pais meu e de outros irmãos. Todos ícones. Fico devendo um texto sobre eles.

   Porque desfilam em nossa memória. E que memórias suaves. Foram nossos pais, além de alguns deles biológicos, também o foram na fé. Não. Não eram, como nos mesmos não somos, perfeitos. Não eram. Não somos. Por isso mesmo são nossos autênticos pais na fé.

   Exatamente porque a fé existe e tem um autor, que é Jesus, para ser compartilhada. E a nós ser aplicada a perfeição de Deus. Ele deseja que sejamos imitadores dEle, como filhos amados, e andemos em amor como Jesus, o Filho, andou.

   Saúdo, neste texto, esses meus três ícones: Arsylene, Cleuma e Isaías, noventões amados. Grato a vocês, por ser dádiva de Deus e por marcar tanto e tão positivamente a minha vida e tantas outras. 

 Diácono Isaías em Cascadura, dia de Santa Ceia, 
com o Pastor Maurillo Neves Moreira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário