9 “Então,
perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da planta?” Jn 4.
Curioso esse profeta e riquíssimas as
lições que aprendemos no lidar de Deus com ele. Aliás, é o tipo de profeta que
nenhum de nós convidaria para ser obreiro em nossa igreja. Mas era
verdadeiramente vocacionado, porque Deus foi quem o chamou, para ensinar lições fundamentais que desconhecia.
A lição principal, o amor que, muitas
vezes, julgamos que já aprendemos, que praticamos e que ainda queremos ensinar
a outros, sem que Deus nos dê suporte para isso, será um vexame ou uma farsa.
Essa lição Deus queria que Jonas aprendesse. Maravilhoso como ministério é,
antes de tudo, lição e ensino, primeiro, para o autenticamente vocacionado.
Provas de que Jonas era autêntico profeta foi
que (1) a ele veio a palavra do Senhor, (2) foi enviado a uma dada região, para
(3) pregar a palavra do Senhor – Jonas 1:1-2. Mas simulou obediência e, o que é
surpreendente, um desobediente não é abandonado por Deus, como até poderíamos
supor, mas perseguido pelo próprio Deus, até que aprenda e ponha em prática o
que Deus quer ensinar.
No livro, fica explícito até onde pode ir,
no desespero de Jonas, a fuga da lógica de Deus e o mergulho na distorcida
lógica do homem. Tentando atualizar o dilema do profeta, é como se, em nossos
dias, Deus enviasse a nazistas um profeta judeu para lhes pregar arrependimento. Porque os assírios, a quem Jonas foi enviado, haviam trucidado os habitantes de
Samaria em 722 a. C. A lógica distorcida do homem, desde o Éden, sempre em fuga
em relação a Deus, não entende a lógica do amor e do perdão.
Jonas, em sua fuga, desceu ao seu abismo
pessoal: (1) procurando diligentemente um navio em Jope, (2) pagou o preço,
mais de seu desespero, medo e covardia, do que da viagem, (3) embarcou,
meticulosamente, sem desistir ou cair em si em nenhuma dessas etapas – Jonas 1:3.
Dentro do navio, (1) escondeu-se infantilmente no porão, (2) mergulhou num sono
depressivo e doentio e (3) nem disposição para orar tinha, quando questionado
pelos tripulantes, cada qual invocando seu ídolo, em meio aos terrores da tempestade em alto mar – Jonas 1:5-6.
Precisamos
nos deixar conduzir por Deus em sua lógica do amor e do perdão, embora em nós,
sem a assistência do Espírito Santo, nada dela nos seja natural. Mais uma vez confrontado, Jonas deu mais importância, também de modo doentio, a sua fútil e ilusória euforia, à sombra da parreira que o abrigava do desconforto do sol, do
que preferiu avaliar o peso da morte de 120 mil pessoas. Pelo contrário, isso lhe teria dado prazer.
Quando Paulo,
em 1 Coríntios 2:10-16, na aula dele sobre o ministério do Espírito em nós,
afirma “Nós, porém, temos a mente de
Cristo”, é para que consigamos pensar e agir pela lógica de Deus. Fora
dela, corremos todos os riscos que Jonas correu. E não sabemos se foi suficientemente
corajoso para se dar por vencido em sua lógica e adotar aquela de Deus.
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