quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Ora, as mulheres 2 - Minha filha Ana Luísa

  
    Mulheres de minha vida, chegou a vez de minha filha. Como é prazeroso falar de você.

    O seu sorriso meigo é de Ana Luísa mesmo. Mas me orgulho em dizer que há gene de Dorcas e meu mesmo.

    Claro, da outra mulher de nossa vida também, a querida mamãe sua. Mas o pessoal costuma comparar você à primeira mulher do pai, que foi sua avó paterna.

     Sim, ela nos legou a fé, assim como a outra avó legou a sua mãe. Outro segredo do seu sorriso, tão característico, é a fé, que vence o mundo.

      O nosso maior legado. A nossa maior herança. Em nosso meio, no seio de nossa família, o chão e a semente de fé plantada.

     Que bom que cedo, você acolheu Jesus. E vive de transmitir a outros. Como você, ainda tão tenra, já me ensina, filha querida.

     Deleite do fruto do Espírito no seu viver, quando assim percebemos. Desde muito cedo a gente aprende com vocês, os filhos.

      Jesus mesmo recomenda, que temos de nos tornar como crianças. Acho até que deveríamos ter aprendido mais. Mansidão.

     Talvez seja sua principal lição, minha filha, a nós. Nunca é fraqueza. Ao contrário, é sua maior força. Olhando o mundo à volta, pensamos ser  desvantagem.

       Mas Jesus foi manso. Não foi covarde ou medroso. Venceu o mundo e não teve medo. E ensina que quem é aperfeiçoado no amor, não sente medo.

      Minha linda. Mansa filha. Forte filha. Amorosa filha. Meu lindo sorriso. Seja mansa, seja forte e nunca tenha medo.

      Seja sempre plena no fruto do Espírito, que é amor.

Ora, as mulheres 3 - Salmo de Sandra

  
     Louvai ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
Louvai ao Deus dos deuses; porque a sua benignidade dura para sempre.
Louvai ao Senhor dos senhores; porque a sua benignidade dura para sempre.
Aquele que só faz maravilhas; porque a sua benignidade dura para sempre.
Aquele que por entendimento fez os céus; porque a sua benignidade dura para sempre.
Aquele que estendeu a terra sobre as águas; porque a sua benignidade dura para sempre.
Aquele que fez os grandes luminares; porque a sua benignidade dura para sempre;
O sol para governar de dia; porque a sua benignidade dura para sempre;
A lua e as estrelas para presidirem à noite; porque a sua benignidade dura para sempre;
                          Salmos 136:1-9
      Aquele que uniu Nelson Roger e esposa, porque a sua benignidade dura para sempre.

      Que os fez conhecer Jesus, seu Filho, porque a sua benignidade dura para sempre.

      Deu-lhes como filhos e filhas servos dEle, pelo testemunho do casal, porque a sua benignidade dura para sempre.

       Distribuiu-lhes dons do Espírito, palavra de poder, música, profecia e dons de serviço, fé, misericórdia porque a sua benignidade dura para sempre.

      Abençoou com netos e netas, terceira geração na mesma fé, porque a sua benignidade dura para sempre.

      Aquele que tornou Sandra Roger relações públicas da família, porque a sua benignidade dura para sempre.

     Que lhe plantou na face o sorriso Roger, que lembra a doce gargalhada de Jesus, porque a sua benignidade dura para sempre.

      Aquele que deu a ela dons missionários, de exortação e profecia, pregação, implantação de igrejas, enviando-a por todo o país e pelo mundo, porque a sua benignidade dura para sempre.

      Que, enfim, lhe deu dons do amor, porque o Senhor é bom, e sua benignidade e misericórdias duram para sempre.

     Que lhe fez mulher de oração, de pregação, de leitura da Bíblia, exemplo vivo a tantos e tantos, porque a sua benignidade dura para sempre.

      Aquele que a tornou amiga de quem a encontra, de perder a conta de tanta amizade que granjeou, porque a sua misericórdia dura para sempre.

       Entre tantos e tantas, igrejas e igrejas onde os Roger são bênção, deparou Odinal e Cordovil, porque a sua misericórdia dura para sempre.

      Paulo Leite, Marco Antônio e Cid Mauro, Vicente de Carvalho, Piedade e Cascadura, porque a sua misericórdia dura para sempre.

       Pelo desafio e missões em Campo Grande, cada detalhe, cada luta, toda a vitória, porque a sua misericórdia dura para sempre.

     Pelos frutos permanentes deste e de outros trabalhos, que ainda brotam e brotam como o Caiobá, porque a sua misericórdia dura para sempre.

     Que a fez consolo de muitos e para muitos e muitas, de perder de novo as contas, porque a sua misericórdia dura para sempre.

     Entre as quais consolo e assistência no leito de Dorcas, porque a sua misericórdia dura para sempre.

       Louvai ao Senhor, por tanto e tanto que não vai aqui escrito, mas é fruto do Espírito em sua vida, Sandra, porque a sua benignidade dura para sempre.

     Louvai ao Senhor, enfim, por sua história de vida e marcas atrás e adiante de você, porque a sua benignidade dura para sempre.

     Louvai ao Senhor, por gente como os Roger, primeira, segunda e terceira geração, porque a sua misericórdia dura para sempre.

       Todos que a conhecem, que privam da bênção que é dádiva de Deus, louvai ao Senhor por essa vida, seguindo as pegadas de Jesus, porque a misericórdia do Senhor dura para sempre.

     Louvai ao Senhor por Sandra Roger, bênção e modelo a tantos e tantas, por esse Brasil afora, porque a sua misericórdia dura para sempre.

       Sim, louvai ao Senhor porque ele é bom, porque a sua benignidade e misericórdia duram para sempre.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Ora, mulheres - A número 1


   Natal 2018

   Aí, eu acordei. Pensando. Um cara de mais de 60, às vezes, fica pensando.

   No quê? Bem, às vezes olha para trás. E pensa nos erros/acertos da vida. Há acertos e erros.

    Sempre pensa, como ensina Jesus, ao invés de se gabar, pensar: puxa, isso e aquilo eu poderia ter feito bem melhor.

    É. Mas não dá para voltar no tempo. Então, a gente procura enxergar de outro modo. Que é ver marcas positivas.

    Naquela circunstância e contexto Deus esteve conosco. E deixou as marcas dEle nas nossas. Não se envergonhou de seguir conosco e nos dar Seu nome.

     Resgatou nossa vida por preço de sangue e disse que agíamos e falávamos em Seu nome. Sim, serve de consolo.

     Então vamos focar em algumas coisas essenciais que Deus fez. Em meio a essas idas e vindas, olhar no passado, a gente avalia.

      Decisões fundamentais: com quem casar, que profissão ter e onde viver. Aí entra você, Regina. Regina, a louca.

    Caladona que é, por pura estratégia, deve ter fantasiado me namorar. Aí, namorou. Depois, desmanchou. 

    Doida. Entrou naquele GP da igrejinha antiga, num domingo sei lá, de 1991, eu acho, para dizer que queria casar comigo.

      Daí o casamento. Fundamental. Sustento. Onde morar. Tudo ajustado. Aí, veio a guinada dos 4.100 km, ainda em 1995, dois anos após casar.

     Até hoje não sei direito o que lhe passou pela cabeça. Mas topou. Pouquíssimas vezes repartiu medos seus comigo. Seguiu adiante.

     Pulei um estágio. Nesse meio tempo, veio o filho. Mas, caramba, antes dele nascer, até mesmo antes de saber que ele ia nascer, o marido já estava assaltado pela ideia de se mudar.

      Caramba! O que passou na cabeça dessa linda mulher? Casou com um doido. Sem esquecer que, acima de tudo, nessa mulher, no fundo bem fundo nela estava a fé.

     Está a fé. Não nos planos do marido. Mas em Deus. Ele a guiou todo o momento. Regina, Deus nos guiou a todo o momento.

     Conversa decisiva no GP: "Quero casar contigo". Louca, estou namorando. "Ora, desmancha". Desmanchei. Você é meu maior acerto.

      A vida com você se renova todo dia. Sempre novo e diferente. Você é o meu maior acerto. Minha vida é muito abençoada com você e por você.

      Deus me deu auxiliadora idônea. Eu entendo e vivencio esse texto da Bíblia. Sua louca. Eu te amo.

       Me desculpe te chamar louca. Você é sábia. Que arquiteta e constrói sua casa. Que vigia e detalha todos os cuidados com nós três.

      Minha cúmplice. Nos acertos. Deixa os erros, por minha conta. Mas mesmo nesses foi cúmplice e consoladora. Amamos você.

      Dádiva de Deus. Regina, nossa Rainha.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

    Natal

    Tenho que escrever. Vou tentar fugir do comum, do tipo "são tantas emoções, bicho". Todo mundo tem coisas a lembrar sobre o Natal, de um jeito ou de outro.

    São muitos e são um. Bem, nos últimos 23 deles estabelecemos uma tensão entre Natal/Ano Bom, quer dizer, Ano Novo, por causa dos 4.100 km entre Rio, onde está toda a família, e Rio Branco, terra por adoção.

      Natal comércio, festa e fonte bíblica costumam se misturar. Claro que a fonte de tudo é o presépio que Lucas descreve na Bíblia. Mas espraiado o significado, virou troca de presentes, euforia e cheiro de feriado e reveillon.

       Lá se vão meus Natais da infância, sempre associados à igreja, ensaios de cânticos de época e das pecinhas teatrais sobre pastores, reis magos, José, Maria e o menino.

      Veio à memória um micão, bem assinalado o ano, 1980, conta redonda, Natal meu como estagiário no Largo do Barradas, Niterói, RJ. Uma tal peça de um tal sapateiro, nunca vi antes, sem fala, mimética, eu como protagonista.

     Não deu certo. Houve uma entrada extra de um "salvador da pátria", nada a ver com Jesus, para transformar o enredo, criando ação, mudando o foco para a comédia.

     Fora esse Natal, se voltamos o foco para as reuniões de família, duas citadas como simbólicas, no Meier, as do Ap de Dorcas, mesa lauda, decoradíssima, sortida, cheia de capricho.

      Na casa de Lourdes, desde o Ap do Cachambi, a mesma mesa, quanta saudade, pasando pelo Ap da Venceslau e esticando até Teresópolis. Em certo Natal, fizemos Rio Branco-4 dias de estrada-Méier-Teresópolis, para comemorar o Natal todos juntos.

     Natais recentes em Rio Branco, nos anos iniciais. Sendo de igreja, Natal e Culto de Vigília são extensão um do outro: sempre estamos pela igreja. Aqui no Acre, já dissemos, mais de 20 anos, mas destacamos um dos primeiros, pela perda coletiva do salpicão, azedado por causa do calor típico de época.

     Natais. Natal. Espírito de época. Desde crianças, quando nossa expectativa era o presente. Há uma certa nota muito particular e individual nessas memórias, porque há quem para quem nunca foi Natal.

     Ou o que viu de Natal, nos outros, reprimiu o que nele nunca foi sinal de alegria. Pobreza, por exemplo. Meu pai, 1949, em Nilópolis, viu mesa farta na casa de Eunice, minha avó. Dorcas esclareceu que, com emprego de Merinho, Ebinho e Maninha, deu para remediar.

      E Tula pôde fritar umas rabanadas (paridas, aqui no Acre) a mais. Mesmo sendo filho de casal de poucas posses financeiras, ainda assim vi primos, ora, parentes próximos, com menos posses ainda na comemoração do Natal.

     Portanto, que Natal? O do presépio de Lucas? Não tem nada a ver com dinheiro o dar presentes. A não ser para dizer que Jesus é o maior presente. Mas nasceu entre pobres e ainda rejeitado, duplamente: não havia dinheiro com José e Maria para bancar una estalagem e não havia lugar específico e preparado nem para o parto espontâneo.

       Maior dádiva versus maior rejeição. No lugar onde Jesus nasceu, fedia a cheiro de bicho: por isso, puseram nuna manjedoura, envolta em panos. Radical o sentido do Natal.

      Riqueza, para Deus, definitivamente não tem o mesmo sentido de riqueza para os homens. Maior presente, Jesus, ou é aceito de uma vez, identidade completa, ou é rejeitado de uma vez, sem meios termos.

      Feliz Natal.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

     A verdade sambou

     Deve-se esperar dela postura. Mas é inegável sua capacidade para se dizer, sua clássica função, do modo mais simples e acessível possível.

     Daí dizer:  "Clareô...ôô...ôôô..ôô..ôôô..". E dessa forma combina com outra tradição milenar, que é a do Livro. Samba, no dizer banal, e Livro, no requinte de sofisticação acadêmica, então se encontram.

      O Livro diz que Deus disse "haja luz" e o samba manda clarear. Ora, no barato, que barato, dizem igual. Se Deus do caos disse haja luz, o samba dizer que Clareô..ôôôô está inteiramente certo.

       No banal e no barato, se do caos, que deve ser escuro, o Altíssimo fez brilhar, que dirá o foco de luz que vai clarear dentro do coração.

      Precisa o sambista advertir. Numa linguagem próxima daquela de Jesus. Muito popular esse Mestre. Afinal, sua linguagem é próxima de uns ou de outros?

      É melhor dizer de uns e de outros, para ficar no equilibrista, dizer que Jesus fala simples, como sambistas, assim como fala com e como doutor.

      Assim agradamos uns e outros. Mas advirto que, por singeleza e proximidade com menores, natural (e incomodativa para alguns, admite-se), a preferência de Jesus era mesmo a marginália.

      Quem não se considera menor, vai ter dificuldade de entender Jesus. Aliás, para compreender o Mestre, vai ter de clarear. Clareô..ôôôô..ôô.

      Desculpe aí. Jesus joga luz no teu caos. Jesus reorganiza teu mundo. Põe luz na tua existência. Então, clareou. Haja luz, e houve luz, diz o Livro.

      Clareou, diz o sambista.

Pastoral

        Fora do Jardim

        A terra era(é) um jardim. Onde podemos encontrar sinais disso? Deu erva daninha. Aliás, danou-se o dono. Danaram-se, melhor, o casal que era dono.

      Assim a Bíblia explica a entropia reinante. Desvanece toda a beleza. Nasce, cresce, viceja, floresce, murcha e morre. Beleza, sim, com prazo de validade.

      Natureza pródiga. E prodigiosa. Dela fazemos parte. Mas vivemos em rebelião contra ela. Os únicos a não se sentir nela integrados. Rege-nos uma loucura.

      Como explicar que o único ser que se autointitula racional, trabalhe contra si próprio? Destruidor. Mais uma vez lembramos a primeira advertência após a saída do Jardim.

     Conhecemos que o nosso desejo é contra nós, porém a nós mesmos cabe dominá-lo. Daí, divide-se o mundo entre os que não o dominam e quem o domina. Com larga vantagem para os primeiros.

      Quem domina seu instinto assassino, torna-se vítima dos que não o dominam. Abel dominou, tornou-se vítima do irmão que não dominou esse instinto.

       Ponha seus olhos na criação, para ver nelas as marcas do Jardim nela presentes. Ponha seus olhos em você, para ver as marcas do Autor presentes. Para só então, uma vez confrontado, vencer o instinto assassino presente em você.

     Há nostalgia. Memórias de um tempo em que tudo era beleza, a natureza se autosustentava, preservadas as marcas do Criador. Agora, que tudo lentamente definha, loucura não admitir. Mas bênção é aguardar, em Cristo, a restauração.

      Há quem dê preferência à dupla ilusão: a primeira, de que o esvanecer-se confirma mesmo que nosso fim é o pó; a segunda, de que a beleza estampada na criação é pura ilusão. Desprovido da certeza de um Autor que cria, sustenta e preserva a vida.

     Não há. Nunca houve jardim. Tudo se reduz a uma fórmula química magnífica em si mesma, exatamente por ser fruto do acaso. Será a primeira e única fórmula que, sendo perfeita, com resultado tão retumbante, seja fruto do nada.

       A única criação sem Autor. Esse o absurdo. Traços do Autor na criação. Profecia permanente. Tenha olhos de ver e ouvidos de ouvir. O mesmo Jesus, presente na criação, redime-a, assim como nos restaura, como expectativa.

       A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Aleluia! Veja as marcas.