8 Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o SENHOR Deus, quem não
profetizará? Am 3.
O profeta Amós
faz uma comparação entre o rugido do leão, seu efeito em seus domínios, na
selva, e o alarme que deve resultar do efeito da palavra do Senhor.
Palavra é
veículo de revelação, mas também de ocultação, ou seja, palavra proferida pode
revelar ou pode ocultar. Quando uma palavra revela, é verdadeira e, quando
oculta, quando esconde, quando encobre, quando é proferida dissimuladamente,
para ocultar verdades, é uma palavra mentirosa.
Por exemplo,
um marqueteiro brinca com a verdade, ou seja, a palavra que manipula com arte
pretende refinar mentiras, de modo a fazer um efeito maquiado, nebuloso, porém
retocado para aparecer como belo e ilusório, mascarando a realidade.
Outro fator da
palavra, relacionado ao efeito que deve proporcionar, é a fidelidade ao seu
significado. Uma vez proferida, a palavra deve ser entendida, compreendida com
clareza e o efeito exato de seu valor e mensagem deve promover uma atitude
prática em quem a ouve, uma reação, um resultado, um posicionamento,
denunciando o efeito exato da mensagem.
A palavra pode
ser relevante, e o ouvinte displicente. A palavra pode ser vital, mas não
promover o efeito desejado a partir do emissário da mensagem. Por exemplo, em
Hebreus 4:2, o texto fala de uma palavra anunciada, denominada ‘boas-novas’,
dirigida ao povo nômade de Israel, no deserto, em sua peregrinação após a saída
do cativeiro no Egito.
O versículo
ressalta que essa palavra ‘não lhes aproveitou’ e dá a razão por que foi assim:
não deram crédito a ela. Simples e, ao mesmo tempo, drástico e trágico, porque
essa palavra, essas boas-novas tinham procedência da parte de Deus e foram
anunciadas por profetas autorizados, mas não cumpriram, no destinatário, nenhum
efeito.
Amós tem
expressões interessantes, nesse começo de seu livro, a respeito dessa mediação,
desse tripé (1) palavra de Deus, (2) profeta como mediador e (3) efeito dessa
palavra. Em Amós 3:7, afirma que Deus, quando fala ou quando age, sempre leva
em conta o homem, isto é, toda ação de Deus é benéfica, abençoadora e nunca
despreza o homem, sempre valoriza a pessoa humana.
O contrário
nem sempre é verdadeiro. Muitas vezes, infelizmente, o homem age sem levar Deus
em conta. Agindo assim, revela desprezo por Deus e por sua palavra. Nesse mesmo
texto acima citado, está escrito que Deus revela a profetas, ou seja, o homem é
veículo da palavra autorizada de Deus. Quem fala em nome de Deus é denominado ‘profeta’,
que fala a outros homens iguais a ele, transmitindo a palavra de Deus.
E, assim
como o rugido do leão espalha medo na selva, espraia um silêncio respeitoso,
sendo claro a toda a animália quem foi que produziu aquele ribombar, a palavra
de Deus, para o homem, nem sempre tem esse mesmo efeito. Em muitas ocasiões,
infelizmente, a palavra de Deus não mais produz temor e tremor, como diz Paulo
aos Filipenses 2:12-13, ou seja, não é obedecida, não é valorizada e nem é, ao
menos, ouvida.
Dois textos
se referem a (1) quem é seu veículo e (2) ao efeito da palavra de Deus. O
primeiro deles, está em 1 Coríntios 14:1: “Segui
o amor e procurai, com selo, os dons espirituais, mas principalmente que
profetizeis.”
Nessa
recomendação geral aos crentes, Paulo fala de três coisas essenciais: (1) amor,
fruto do Espírito; (2) dons espirituais, fundamentais no crescimento do crente e
da igreja; (3) profecia, intrinsecamente relacionada às Escrituras, à obediência
a ela e à autoridade para falar em nome de Deus, que todo crente deve perseverar em ter.
E, em segundo
lugar, quanto ao efeito da palavra ou ao teste para saber se ela realmente
provém de Deus, os textos de 1 Coríntios 14:3 e Efésios 4:29 podem ser
considerados uma definição de profecia e dão o controle de qualidade para
identificar profecia. Ela deve (1) edificar, exortar e consolar e (2) ser unicamente
para a edificação, conforme a necessidade e (3) transmitir graça aos que a ouvem.
Vivemos um
tempo em que palavras proferidas e ouvidas têm se revelado, em grande conta,
falsas, revelando o caráter de quem as profere ou defende sua vigência. Vivemos
quase a mesma época revelada em 1 Samuel 3:1b: ‘Naqueles dias, a palavra do
SENHOR era mui rara’. Profetas não se têm dedicado às Escrituras, para ouvir
Deus falando e para adquirir autoridade para falar em nome dele.
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