Capazes em seus limites.
Paulo, de novo ele, na sua segunda carta aos Coríntios, expõe, num comentário seu, um princípio geral de ação que ele mesmo aplicava a sua atuação, como ministro de Deus, mas que (esse princípio) se aplica, de modo geral, a uma ampla esfera da vida. É ele (o princípio) que vai escrito na referência 2 Co 10:13: "respeitamos o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou". Trata-se, enfim, de um princípio geral, genérico, de ampla abrangência a todas e qualquer área do relacionamento humano.
Ou seja, um regime totalitário, por exemplo, jamais vai aplicar esse procedimento no contexto de sua atuação. Não vai respeitar limites, apenas estabelecer seus próprios interesses, cercar-se de uma máquina de ação que os implemente, e seguir adiante, sem que seja questionado por qualquer desatino que houver perpetrado ou sem que consulte os governados a respeito de opções ou escolhas que cabem o povo decidir. Por outro lado, um regime não autoritário terá prazos, submeter-se-á a escrutínios periódicos para sua renovação no poder, terá câmaras para as decisões a tomar, enfim, terá suas esferas de poder e atuação claramente definidos, sendo cioso por manter-te eticamente defensor desses justos direitos.
Um sistema de governo com respaldo jurídico qualquer, da atualidade, por exemplo, séculos e séculos de história pregressa para que se estabelecesse, passando por sua gênese na Grécia Antiga, suas experimentações no tempo do Império Romano até que, por ocasião da Revolução Francesa, tomasse a forma que chegou aos nossos dias, ganhando o nome genérico de democracia, precisa, precipuamente, respeitar o princípio acima mencionado pelo apóstolo em sua carta, qual seja, respeitar o limite de sua esfera de ação. Nos sistemas jurídicos ficam muito bem e sensivelmente definidos os limites de ação. Ultrapassá-los significa transgressão da norma, transgressão da lei, sujeita a penalidades de leis específicas que resguardam o trânsito dentro desses limites previamente definidos, ou seja, leis que resguardam leis.
Limites. Na Bíblia, por exemplo, novamente, no Antigo Testamento, em Israel havia um padrão de conduta legal, que os profetas cobravam dos reis, principalmente, mas que servia como padrão para todos, principalmente juízes, sacerdotes, anciãos, enfim, autoridades, coisa de cima para baixo, mas que igualava todos, incluído o povo, que era o mispat e o tsedaqah, traduzidos no português 'juízo' e 'justiça'. Uma leitura, verdadeira busca por seus significados nos dicionários bíblicos, comentários ou enciclopédias vai indicar mispat como o padrão divino de justiça e tsedaqah, o padrão humano de justiça, numa frequente busca por sua efetiva aplicação de modo o mais próximo do perfeito que fosse possível.
Jeremias, profeta do século VI a. C., indicava o rei Josias como aquele que, efetivamente, praticou o mispat e o tsedaqah em seu governo. Basta lembrar que ele pôs abaixo os templos idólatras construídos desde a época de Salomão que, por si só, constituíam-se num marketing permanente da idolatria, ainda levando-se em conta que seu próprio autor tinha sua auto-imagem própria de rei sábio (em termos) e, por isso, nenhum rei anterior, até os dias deste aqui citado, teve o mínimo de coragem de fazer o que Josias, em seu curto período de governo, fez. Nas palavras do profeta, ele 'exercitou juízo e justiça', isto é, asah, fez, realizou, estabeleceu (a todo e qualquer preço) mispat e tsedaqah.
Josias invadiu os limites do clero de seus dias, os sacerdotes, não lhes respeitou a esfera de ação, simples e objetivamente porque eles mantinham o marketing da idolatria, por pura conveniência. Josias promoveu uma revolução cultural e religiosa em seu tempo, alterando costumes que vinham de anos, pelo menos séculos atrás, profanando os túmulos de todos os sacerdotes que serviam naqueles templos delivery idólatras, para queimar-lhes os ossos nos altares dedicados aos seus ídolos de intimidade. Escandalizou muitos, desafiando o status quo de seu tempo, contra os que não tiveram coragem de desafiar seu poder político e autoridade espiritual, visto que, como diz o segundo Livro das Crônicas, ele, desde muito cedo, porfiava por seguir a Lei do Senhor, desde sua pré-adolescência, ficando, então, comprovado, que é possível vida inteligente já desde essa fase da existência e, ainda, entender em que limites por que Deus deseja ver pautada a conduta de um rei (ou qualquer autoridade do mesmo caráter de Josias). Desde a pé-adolescência, aliás, Segundo Crônicas diz, antes até, é possível ter padrão de conduta dentro de limites.
Limites e esfera de ação. Passeando pelas Escrituras, ainda, poderemos aplicar esse amplo conceito de Paulo, rastreando sua falta ou presença, quando e de que modo deveria ser aplicado. O primeiro casal, por exemplo, a eles foram estabelecidos limites. Quando questionados, não souberam guardar, de si e para si, sua esfera de ação. Invadiram e deixaram-se invadir pela esfera do mal, pensando poder manipulá-lo, ilusão que, até hoje, o homem, genericamente falando, mantém: não é possível manipular a maldade ou servir-se dela como arma de ataque, defesa ou, domesticada (se é que isso seja possível), dela servir-se para 'benefício' próprio. Ela vai se voltar contra si mesmo. Os limites do homem deixaram de ser o Jardim, expulso que foi para o limite exterior, para suar, cansar-se, pecar, penar, sofrer e morrer por isso. Violou-se o homem, violado foi, violado está, prostitui-se no e com o mal, portas escancaradas, sem que se contenha, a não ser que se permita, por Deus, impor-se limites. Santidade é impor-se limites.
Abraão adquiriu limites ao negociar com Efrom, o heteu, uma parte da terra onde sepultar sua morta, a amada Sara. Negociou sabiamente com eles e lhes adquiriu a porção que, simbolicamente, passou a ser possessão na terra que, futuramente seria a morada de seus descendentes e que, até hoje, é disputada, exatamente para uma definição de limites. Deus prometera a Abraão que seus descendentes a herdariam, após luta de conquista, porque, na leitura bíblica, os antigos moradores, a família dos amorreus em suas designações mais específicas, a tinha profanado. De novo, repetição, falta originalidade na ação do mal, porta escancarada, permissividade, eles se permitiram violar-se num disfarce de religiosidade, idolatria, que é construir para si o deus que se quer, para se permitir violar, entrada e saída do mal sem pedágio, mas com ágio de um peso real de dívida não paga e condenação da própria consciência. Mais uma vez uma discutível questão sobre limites impostos por Deus e não respeitados pelos homens.
Mais adiante Moisés, não esse do cinema, mas o do Êxodo mesmo, de verdade, o segundo livro do Livro, esse Moisés invadiu os limites de Faraó. Ele, que nascera como legítimo descendente da realeza, mergulhou numa tremenda aflição pessoal em seu exílio em Midiã, casou com uma das filhas do sacerdote de lá e, tendo Deus com ele provocado um encontro no Sinai, experiência da sarça que ainda arde, chamado por e para Deus, voltou ao Egito como escravo, para só assim ser usado, por esse mesmo Deus, para invadir os limites do Faraó, não lhe respeitando a esfera de ação. Faraó oprimia o povo que Deus chamava de seu. Deus, então, resolveu intervir, no Seu (de Deus) tempo. Para isso, enviou seu (formalmente, o primeiro) profeta para, propositada e propositalmente, roubar a paz de Faraó e do Egito, potência daquela época.
Foi Moisés, posteriormente, o mediador da Aliança do Sinai. Ficavam explícitas, no Decálogo, a Constituição, e nos demais códigos, o Civil, no Êxodo, o de Santidade, em Levítico e o Deuteronômico, no livro de mesmo nome, onde Deus queria chegar no ensino do povo para orientá-lo na busca de Seu (de Deus) mispat e tsedaqah, trocando em miúdos, do senso de justiça de Deus e seu equivalente humano, a justiça do homem, baseada na fé, legado de Deus para ele. É uma questão de limites. É uma questão de esfera de ação. Atritos são a matéria de nossa vivência e de nossas relações. Ficam as marcas desses atritos. E o benefício é quando invadimos os limites e não respeitamos as esferas de ação, mas quando é para deixar claro, para marcar, que tal ou qual conduta está fora do mispat de Deus, ou seja, está fora do conceito divino de justiça. Seria uma 'invasão do bem' e 'para o bem', benefício em trazer para o mispat e tsedaqah de Deus, sob denúncia, uma conduta que não tem o selo de Deus. Profeta é aquele que invade os limites, quando não são aqueles delimitados por Deus. Assim fez Moisés com Faraó.
Como mencionava um amigo meu, frequentemente, citando Chico Buarque, numa definição deste do que seja profecia, 'perturbar a paz e pedir o troco', por estar fora da esfera e do limite de ação que Deus estabeleceu. Deus quis se misturar ao homem, mesmo pecador. Isso se chama comunhão. Deus se fez homem na pessoa de Jesus. De outra forma, não haveria comunhão, porém um simulacro dela. Deus invadiu nossos limites, reduziu-se ao que nos tornamos: 'tornando-se em semelhança de homens e, reconhecido em figura humana, a si (este é Jesus) mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz'. Para em sua carne, na carne de Cristo, no corpo humano de Cristo, trazer-nos para dentro dos limites de Sua santidade, expurgando em nós (e de nós) o pecado. Como diz Paulo, 'Deus condenou na carne (de Cristo) o (nosso) pecado.'
Ministros. Paulo chama a si mesmo ministro. Há de toda a espécie, no caso de Paulo, ministro de Deus. Ministro significa servo, ministrar significa prestar serviço. Minister em latim significa criado, servente. Curioso, que a raiz minus vai gerar palavras como menos, menor, miniatura, minúsculo. Desculpem aí, vão desculpando aí os que achavam que ser Ministro era coisa alta ou grande. Alguns ministros, a seguir, desculpem, em minha ignorância, não citar brasileiros entre os que tais, menciono aqui Wiston Churchill, Primeiro-Ministro da época da 2ª Grande Guerra, dentro de seus limites, em tempos de emergência, para invadir os limites do Reich nazista. Golda Meir, Primeira-Ministra, dentro de seus limites, lutava pela preservação de Israel, na disputa dos limites, no contexto da luta fratricida entre israelenses e palestinos. Ministros são servos.
Moisés se fez ministro de Deus, na luta por desafiar um império e seu Imperador, para trazer o povo para a liberdade fora e para dentro dos limites de Deus. Moisés nasceu Minstro, no sentido político, mas Deus só o usou como ministro dele, quando menor, quando de sua identidade como escravo, junto com o povo cativo. O autor de Hebreus afirma que, em Moisés, agia o 'espírito de Cristo que nele estava'. O que torna possível a um homem/mulher manter-se dentro dos limites de Deus? Há no Brasil exemplos de Ministros, heróis e exemplo de vida, na área política, que tenham se mantido dentro desses limites? Ou nessa latitude não há heróis, porém simulacros de homens? Sem exageros. É claro que há homens e mulheres, muitos, milhares, milhões de e com caráter no Brasil, mas, muitas vezes, nem sempre aqueles apontados como heróis, porém uma legião de anônimos.
Seja na esfera política, seja na esfera da relação e comissão divinas, seja na personalidade de homens e mulheres de Deus, assim reconhecidos(as), manter-se na sua esfera de ação, dentro dos limites que Deus estipula, é marca de bem estar, de benefício, de bênção, de bom exemplo a ser seguido, marca de profecia e marca de promoção e convite à comunhão com Deus, marca de santidade. O Deus que estabelece limites, como fez no Sinai, que não era para que fossem transpassados, mas que convida a compartilhar com Ele a Sua imagem e semelhança, numa comunhão igual àquela de Pai e Filho, Deus e Jesus, nEles, igreja, esse Deus nos convida para dentro de seus limites, porque o sangue de seu Filho, Jesus, nos abre caminho, como diz o autor de Hebreus, 'por novo e vivo caminho, consagrado através do véu (rasgado) que é Sua (de Jesus) carne'. Venha para dentro desses limites. Dentro dos limites de Deus.
Jeremias, profeta do século VI a. C., indicava o rei Josias como aquele que, efetivamente, praticou o mispat e o tsedaqah em seu governo. Basta lembrar que ele pôs abaixo os templos idólatras construídos desde a época de Salomão que, por si só, constituíam-se num marketing permanente da idolatria, ainda levando-se em conta que seu próprio autor tinha sua auto-imagem própria de rei sábio (em termos) e, por isso, nenhum rei anterior, até os dias deste aqui citado, teve o mínimo de coragem de fazer o que Josias, em seu curto período de governo, fez. Nas palavras do profeta, ele 'exercitou juízo e justiça', isto é, asah, fez, realizou, estabeleceu (a todo e qualquer preço) mispat e tsedaqah.
Josias invadiu os limites do clero de seus dias, os sacerdotes, não lhes respeitou a esfera de ação, simples e objetivamente porque eles mantinham o marketing da idolatria, por pura conveniência. Josias promoveu uma revolução cultural e religiosa em seu tempo, alterando costumes que vinham de anos, pelo menos séculos atrás, profanando os túmulos de todos os sacerdotes que serviam naqueles templos delivery idólatras, para queimar-lhes os ossos nos altares dedicados aos seus ídolos de intimidade. Escandalizou muitos, desafiando o status quo de seu tempo, contra os que não tiveram coragem de desafiar seu poder político e autoridade espiritual, visto que, como diz o segundo Livro das Crônicas, ele, desde muito cedo, porfiava por seguir a Lei do Senhor, desde sua pré-adolescência, ficando, então, comprovado, que é possível vida inteligente já desde essa fase da existência e, ainda, entender em que limites por que Deus deseja ver pautada a conduta de um rei (ou qualquer autoridade do mesmo caráter de Josias). Desde a pé-adolescência, aliás, Segundo Crônicas diz, antes até, é possível ter padrão de conduta dentro de limites.
Limites e esfera de ação. Passeando pelas Escrituras, ainda, poderemos aplicar esse amplo conceito de Paulo, rastreando sua falta ou presença, quando e de que modo deveria ser aplicado. O primeiro casal, por exemplo, a eles foram estabelecidos limites. Quando questionados, não souberam guardar, de si e para si, sua esfera de ação. Invadiram e deixaram-se invadir pela esfera do mal, pensando poder manipulá-lo, ilusão que, até hoje, o homem, genericamente falando, mantém: não é possível manipular a maldade ou servir-se dela como arma de ataque, defesa ou, domesticada (se é que isso seja possível), dela servir-se para 'benefício' próprio. Ela vai se voltar contra si mesmo. Os limites do homem deixaram de ser o Jardim, expulso que foi para o limite exterior, para suar, cansar-se, pecar, penar, sofrer e morrer por isso. Violou-se o homem, violado foi, violado está, prostitui-se no e com o mal, portas escancaradas, sem que se contenha, a não ser que se permita, por Deus, impor-se limites. Santidade é impor-se limites.
Abraão adquiriu limites ao negociar com Efrom, o heteu, uma parte da terra onde sepultar sua morta, a amada Sara. Negociou sabiamente com eles e lhes adquiriu a porção que, simbolicamente, passou a ser possessão na terra que, futuramente seria a morada de seus descendentes e que, até hoje, é disputada, exatamente para uma definição de limites. Deus prometera a Abraão que seus descendentes a herdariam, após luta de conquista, porque, na leitura bíblica, os antigos moradores, a família dos amorreus em suas designações mais específicas, a tinha profanado. De novo, repetição, falta originalidade na ação do mal, porta escancarada, permissividade, eles se permitiram violar-se num disfarce de religiosidade, idolatria, que é construir para si o deus que se quer, para se permitir violar, entrada e saída do mal sem pedágio, mas com ágio de um peso real de dívida não paga e condenação da própria consciência. Mais uma vez uma discutível questão sobre limites impostos por Deus e não respeitados pelos homens.
Mais adiante Moisés, não esse do cinema, mas o do Êxodo mesmo, de verdade, o segundo livro do Livro, esse Moisés invadiu os limites de Faraó. Ele, que nascera como legítimo descendente da realeza, mergulhou numa tremenda aflição pessoal em seu exílio em Midiã, casou com uma das filhas do sacerdote de lá e, tendo Deus com ele provocado um encontro no Sinai, experiência da sarça que ainda arde, chamado por e para Deus, voltou ao Egito como escravo, para só assim ser usado, por esse mesmo Deus, para invadir os limites do Faraó, não lhe respeitando a esfera de ação. Faraó oprimia o povo que Deus chamava de seu. Deus, então, resolveu intervir, no Seu (de Deus) tempo. Para isso, enviou seu (formalmente, o primeiro) profeta para, propositada e propositalmente, roubar a paz de Faraó e do Egito, potência daquela época.
Foi Moisés, posteriormente, o mediador da Aliança do Sinai. Ficavam explícitas, no Decálogo, a Constituição, e nos demais códigos, o Civil, no Êxodo, o de Santidade, em Levítico e o Deuteronômico, no livro de mesmo nome, onde Deus queria chegar no ensino do povo para orientá-lo na busca de Seu (de Deus) mispat e tsedaqah, trocando em miúdos, do senso de justiça de Deus e seu equivalente humano, a justiça do homem, baseada na fé, legado de Deus para ele. É uma questão de limites. É uma questão de esfera de ação. Atritos são a matéria de nossa vivência e de nossas relações. Ficam as marcas desses atritos. E o benefício é quando invadimos os limites e não respeitamos as esferas de ação, mas quando é para deixar claro, para marcar, que tal ou qual conduta está fora do mispat de Deus, ou seja, está fora do conceito divino de justiça. Seria uma 'invasão do bem' e 'para o bem', benefício em trazer para o mispat e tsedaqah de Deus, sob denúncia, uma conduta que não tem o selo de Deus. Profeta é aquele que invade os limites, quando não são aqueles delimitados por Deus. Assim fez Moisés com Faraó.
Como mencionava um amigo meu, frequentemente, citando Chico Buarque, numa definição deste do que seja profecia, 'perturbar a paz e pedir o troco', por estar fora da esfera e do limite de ação que Deus estabeleceu. Deus quis se misturar ao homem, mesmo pecador. Isso se chama comunhão. Deus se fez homem na pessoa de Jesus. De outra forma, não haveria comunhão, porém um simulacro dela. Deus invadiu nossos limites, reduziu-se ao que nos tornamos: 'tornando-se em semelhança de homens e, reconhecido em figura humana, a si (este é Jesus) mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz'. Para em sua carne, na carne de Cristo, no corpo humano de Cristo, trazer-nos para dentro dos limites de Sua santidade, expurgando em nós (e de nós) o pecado. Como diz Paulo, 'Deus condenou na carne (de Cristo) o (nosso) pecado.'
Ministros. Paulo chama a si mesmo ministro. Há de toda a espécie, no caso de Paulo, ministro de Deus. Ministro significa servo, ministrar significa prestar serviço. Minister em latim significa criado, servente. Curioso, que a raiz minus vai gerar palavras como menos, menor, miniatura, minúsculo. Desculpem aí, vão desculpando aí os que achavam que ser Ministro era coisa alta ou grande. Alguns ministros, a seguir, desculpem, em minha ignorância, não citar brasileiros entre os que tais, menciono aqui Wiston Churchill, Primeiro-Ministro da época da 2ª Grande Guerra, dentro de seus limites, em tempos de emergência, para invadir os limites do Reich nazista. Golda Meir, Primeira-Ministra, dentro de seus limites, lutava pela preservação de Israel, na disputa dos limites, no contexto da luta fratricida entre israelenses e palestinos. Ministros são servos.
Moisés se fez ministro de Deus, na luta por desafiar um império e seu Imperador, para trazer o povo para a liberdade fora e para dentro dos limites de Deus. Moisés nasceu Minstro, no sentido político, mas Deus só o usou como ministro dele, quando menor, quando de sua identidade como escravo, junto com o povo cativo. O autor de Hebreus afirma que, em Moisés, agia o 'espírito de Cristo que nele estava'. O que torna possível a um homem/mulher manter-se dentro dos limites de Deus? Há no Brasil exemplos de Ministros, heróis e exemplo de vida, na área política, que tenham se mantido dentro desses limites? Ou nessa latitude não há heróis, porém simulacros de homens? Sem exageros. É claro que há homens e mulheres, muitos, milhares, milhões de e com caráter no Brasil, mas, muitas vezes, nem sempre aqueles apontados como heróis, porém uma legião de anônimos.
Seja na esfera política, seja na esfera da relação e comissão divinas, seja na personalidade de homens e mulheres de Deus, assim reconhecidos(as), manter-se na sua esfera de ação, dentro dos limites que Deus estipula, é marca de bem estar, de benefício, de bênção, de bom exemplo a ser seguido, marca de profecia e marca de promoção e convite à comunhão com Deus, marca de santidade. O Deus que estabelece limites, como fez no Sinai, que não era para que fossem transpassados, mas que convida a compartilhar com Ele a Sua imagem e semelhança, numa comunhão igual àquela de Pai e Filho, Deus e Jesus, nEles, igreja, esse Deus nos convida para dentro de seus limites, porque o sangue de seu Filho, Jesus, nos abre caminho, como diz o autor de Hebreus, 'por novo e vivo caminho, consagrado através do véu (rasgado) que é Sua (de Jesus) carne'. Venha para dentro desses limites. Dentro dos limites de Deus.