sábado, 13 de maio de 2023

Outono no Acre

Brisa suave manhã de sol
Na Estação Experimental no hoje bairro
Antes estação experimental, literal,
Projeto inacabado
Espaço invadido e ocupado

Vislumbre existencial
Numa pirmeira tarde-noite, outubro, 1993
Após caminhada rente à cerca do BEC, hoje,
Campo agrícola, ontem
Onde o ancião, pai de minha ovelha, hoje,

Arava e acolhia, de frio, a avezinha,
Que punha sob as axilas
Até que, livre e refeita, voasse
Muitas histórias da Estação

Comércio farto e forte
Banco, lojinhas, lanches, farmácias,
Ferragens, Americanas, papelaria,
Diversos, enfim,
Saudades das Estivas em geral

Detran, Barral e Barral, antes,
Iteracre, hoje, velho açude
Da antiga fazenda, muito antes
Da estação experimental
Vislumbre na primeira tarde-noite

Eu, a esposa e o menino
Ainda no ventre,
Nós três e o missionário Nelson,
Pioneiro no Acre
Ontem, estação, hoje,
Velha Estação.

Referencial de minha memória
Lado e outro da rua,
Velhos sobrados,
A primeira farmácia, talvez,
Minha xará no sobrenome,
Oliveira

Busca das afinidades,
Luzes turvas, amareladas,
Lâmpadas diesel antigas
Acolhida
Cultos na duas casas de Adgines
E Maurício.

Compras no velho Araujo,
Também meu sobrenome
Comecei na Estação,
Hoje estamos na Nova Estação,
Ampliação da antiga.

Leve brisa nas árvores da Estação
Sol ameno de manhã outonal
Que susto! Um quase atropelo,
Scort em fuga, furto furtivo
Lá embaixo, na cidade

Choque frontal, distraído no orelhão
Defronte ao antigo Correio, na Estação
Vi subir menina arremessada,
Vi rodopiar e cair menina ilesa
Saltei por puro instinto

Ali, na mesma rua onde, um dia,
Assutei diante do comércio falido
Do agora dono do carro que vendi
Assustei com a casa trancada
Agora na Nova Estação

Só os chinelos diziam haver gente
Assustei correndo à Casa de Carne,
Agora beira rio,
Defronte ao Mercado dos Colonos,
Ao telefone, no tempo ainda sem celular

O cunhado do agora dono,
Dizia, quem, sim, está bem, interrompeu
E perguntou: você é o pastor?
Para alguns, respondi

Está aqui, ele disse ao aparelho
Negro, como se chamava ainda.
Troquei o cheque do falido Banacre
Por dinheiro, com o dono
Da Casa de Carne.

Está salva a Estação
Brisa breve e suave
Em dia de sol outonal 🍁
Vislumbre,
Terde-noite de outono no Acre.

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