Alguns de meus filhos (tenho sete) tiveram a oportunidade de exercer ministério na aldeia onde trabalho: Alberto ensinou violão, Sílvia ensinou flauta doce, Daniel e sua esposa Monique deram o curso “Casados Para Sempre” e Suely, com seu esposo Tércio, ministraram várias palestras para casais. Mas nenhum deles sequer pensou, de si mesmo, que fosse um missionário.
Outro exemplo ainda: A igreja tem um grupo que gosta de fazer trabalhos sociais. Eles visitam Lares de Crianças, em sua própria cidade, distribuem brinquedos e usam da oportunidade para pregarem o evangelho para as crianças. Eles fazem isso com muito amor e carinho e com muita dedicação, é claro. Você acha que eles estão apenas cumprindo sua vocação e chamada geral, estão apenas usando os seus dons e talentos no contexto da igreja para abençoar as pessoas da comunidade, com seu trabalho social, ou você acha que eles podem também ser chamados de missionários? Deixo com você a resposta…
Continuando com essa ideia, a gente até poderia dizer que chamar todos os crentes de missionário, esteja certo ou errado, isso não faria mal a ninguém. Sim, mas seria muita ingenuidade pensar assim… Veja no próximo tópico o que a concepção “todos são missionários” pode causar.
NOVAS TENDÊNCIAS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICO/MISSIONÁRIA E SUAS AÇÕES EVANGELÍSTICAS
Tenho ouvido, tanto quanto tenho lido e constatado, que há uma nova tendência de interpretação bíblico/missionária em cena, surgida nessas últimas décadas. Essa nova tendência está se alastrando e se enraizando, aceleradamente, nas práticas de muitas de nossas igrejas e até mesmo nas práticas de algumas agências missionárias. Ela representa uma nova concepção de missões que tende a diminuir o valor e a necessidade do missionário de carreira, tende a diminuir o valor e a necessidade de um preparo missionário adequado, tende a eliminar a realidade das chamadas específicas, no tempo e no espaço, tende a restringir a responsabilidade da igreja unicamente à comunidade onde ela se encontra inserida e tende ainda a determinar preferências, nos alvos da evangelização, a certos segmentos da sociedade. Sua atuação se concentra mais nos problemas urbanos, com muito pouca ou nenhuma visão e entendimento do trabalho transcultural da igreja.
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