Poucas palavras, porque hoje aqui o alvo não é quem fala, mas a família. As duas famílias, representadas na união entre Cid e Dorcas, os protagonistas dessa biografia.
Quando mencionamos no banner "amor, gratidão e exemplo de vida", é porque, já numa síntese, queremos reconhecer que fomos amados por nossa família, somos gratos a Deus e a eles por isso e nos legaram um exemplo de vida.
Seja por genética ou pelo modelo de criação, a gente reproduz nossos pais, avós e bisavós. E até quem chega depois, tem afinidades com a família, porque, no casamento, os iguais se atraem. E quem chega depois é testemunha do que vê nas famílias.
O falecimento de nossa avó Adalgiza, de que tanto prima Keila ouviu o pai mencionar, abre um vetor na família. O bebê é amamentado e criado pelos Macedo, vizinhos próximos de todo o socorro. No retorno, o menino já parrudo, nosso avô Tunico concorda em entregá-lo àquela família.
Mas registra-o Isaías Barcelos de Oliveira, que junto com tio Mário, aqui representado pelo primo Elias, são os dois únicos Barcelos. Cid vai reencontrá-lo, segundo esse meu tio contou, nas gravações ali na casa do Fonseca, em Niterói, em Belford Roxo, no bar Domingos, Isaías próximo dos 19 anos.
Coincide com o noivado de Cid e Dorcas. Ao mesmo tempo em que Isaías acerta com Cid não falarem em Bíblia, para o Isaías "história da carochinha". Para que a amizade fosse preservada, que não mencionassem esse assunto. Ficou acertado.
Mas Isaías colou em Cid e Maninha, acompanhava-os na casa da Osvaldo Cruz 306, orações, breves cultos domésticos, até idas juntos a igrejas, uma delas do pr Gerson Costa que, como Isaías naquela época, no passado pertencera à Juventude Comunista.
Portanto, necessária e pragmaticamente ateu. Esse pastor provocou Isaías, ora, você fala e fala contra a Bíblia, mas já leu? Isaías perguntou em quanto tempo se lia. Gerson Costa respondeu que havia um plano de leitura para 1 ano. Isaías replicou que leria em 6 meses.
Foi o que bastou. Ao mesmo tempo que Cid e Maninha, esta indo à roça para conhecer a família daquele, Isaías vai reencontrar o pai e evangelizar os irmãos e cercanias do Farope, recanto em Itaocara.
Nessa época Dercília, a mais velha de José, o mais velho de todos, ouve as mensagens de Dorcas e os cânticos infantis. Então, como me contou, junto com Dinair, sua irmã, creu no evangelho que tia Maninha levava consigo.
Os irmãos e irmãs foram de convertendo ao evangelho pelas mensagens e testemunho de Dorcas e Isaías. Cid era o profeta da mesma terra. A simpatia de Dorcas a todos cativava. Com justiça, achavam-na linda, por dentro e por fora. Cid e Dorcas trocam entre si cartas, em 1951-1952, que denunciam e delineiam esse amor que aproximou as duas famílias.
Tunico, nosso avô Antônio, numa dessas cartas, já revela o mal que não vai permitir que viva além do ano de 1957. Ainda tocou no meu pezinho de recém-nascido, falecendo aos cuidados de minha avó Eunice, mãe de tia Maninha, hospedado que estava na casa em Nilópolis.
Tia Gislaine aqui presente conviveu com ele. E são essas e outras as histórias dos laços de amor, gratidão e superação que nos legaram como herança toda essa geração. Gente do interior, como dizia meu pai.
Campos, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e Itaocara. Como diz a Bíblia, uma "nuvem de testemunhas", homens e mulheres dignas, num mundo indigno. Esse é o legado e a herança para nossos filhos, netos e quem mais chegar.
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