Duas advertências neste terceiro texto desta singela, porém, repetimos, pretensiosa série. A primeira é para dizer que não vamos adentrar numa discussão exaustiva e de grande envergadura sobre a existência de Deus.
Porque nos falta competência para isso, por um lado e, por outro, essa discussão já deu "pano para manga" e, na maioria das vezes, revela-se estéril, eu diria até, contraditoriamente falando, incompatível com a fé.
Pois a simplicidade, finalidade e profundidade da fé não se presta a essa discussão. O próprio Paulo Apóstolo afirma que "a fé não pergunta", por mais, repito, contraditório que pareça. Porque supondo-se que Deus exista, a relação com ele é por meio da fé.
Portanto, a fé não pergunta pela existência de Deus. Ela pressupõe a existência de Deus. Aí, sim, faz muitas perguntas. As perguntas que a fé propõe são de natureza diversa da suposição pela existência de Deus. Porque a fé já pressupõe a existência de Deus.
A segunda advertência diz respeito ao que foi abordado no final do texto anterior. Não vamos aqui discutir o método científico e nem sua relação com a fé. É necessário compreender correta e individualmente cada um deles.
Muitas vezes a ciência depura a fé, mas não a define. Outras vezes, a ciência não vai ter ferramentas de como explicar algo que a fé, de modo natural, admite. Portanto, não vamos aqui discutir a relação entre fé e ciência, embora certas afirmações aqui feitas possam esbarrar na necessidade de definir, com precisão, o campo específico de uma e da outra.
Vamos começar afirmando que a Bíblia, evidentemente, pressupõe a existência de Deus e se autoapresenta como uma primeira comunicação dele. Para citar um de seus autores, mais exatamente anônimo, na assim chamada carta aos Hebreus, diz que "Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras".
A primeira frase das Escrituras, "No princípio, Deus criou os céus e a terra", aciona, a um só tempo, fé, ciência e comunicação: alguém, em nome de Deus, está fazendo essa afirmação.
E o que a Escritura está afirmando, pelo menos neste texto, não contradiz a ciência que, de si mesma, não sabe tudo sobre tudo e, sobre o universo, com detalhes, como surgiu. Ela tem suposições, por meio de seus métodos, hipóteses e teorias, mas não tem todas as respostas.
Então, para que não se torne estéril a discussão de onde supor a fronteira entre ciência e fé, é necessário partir do pressuposto de que cada qual trata de um objeto diferente de estudo. Cada qual com seu método: a ciência, se for o caso, perguntada ou se perguntando sobre Deus, embora não seja este um objeto específico dela para estudo, e a fé perguntando a Deus.
Para o Deus apresentado nas Escrituras, esta se constitui numa primeira comunicação a Seu respeito. Quem, nas Escrituras, fala sobre Deus ou quando, nas Escriruras está escrito o que Deus fala, elas estão se constituindo numa comunicação de Deus ao ser humano.
Nesta altura de nossa argumentação, faremos uma escolha, que será por optar, como já mencionados anteriormente, em verificar o modo como as Escriruras apresentam o Deus a Quem ela se refere e o modo como ela declara que ele se comunica.
Porque já existe nela pronta, de certa forma, sistematizada, por assim dizer, uma ideia sobre Deus. Aqui, em linhas gerais, vamos abordá-la para, então, decidir uma das seguintes opções:
1. O Deus das Escrituras, exaustivamente nela indicado, por suas variações textuais, indicadas as formas pelas quais se comunica com o ser humano é o único possível de ser crido como verdadeiramente existente;
2. Uma vez definido dar sua existência como provável, se vale ou não a pena procurar outro, em função de, por hipótese, da fraca evidência das Escrituras, e, por assim dizer, dar por encerrada a tarefa, até mesmo admitindo que, por uma "redução ao absurdo", as próprias Escrituras, por sua incapacidade ou imprecisão em conceder uma diretiva precisa a respeito da existência de Deus e Sua capacidade inquestionável de comunicação com o ser humano, elas mesmas, ao contrário, constituir-se-iam (com merecida mesóclise) numa prova de Sua não existência.
Portanto, terminamos este texto propondo verificar em que condições as Escrituras indicam um Deus e afirmam de que modo se comunica com o homem. Porque se ela puder ser desacreditada e, em que variados graus, isso puder ser levado a efeito, restará checar se, fora dela, vale a pena procurar por qualquer Deus e, se valer a pena, que pistas ela pode dar como válidas.
Vamos começar afirmando que a Bíblia, evidentemente, pressupõe a existência de Deus e se autoapresenta como uma primeira comunicação dele. Para citar um de seus autores, mais exatamente anônimo, na assim chamada carta aos Hebreus, diz que "Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras".
A primeira frase das Escrituras, "No princípio, Deus criou os céus e a terra", aciona, a um só tempo, fé, ciência e comunicação: alguém, em nome de Deus, está fazendo essa afirmação.
E o que a Escritura está afirmando, pelo menos neste texto, não contradiz a ciência que, de si mesma, não sabe tudo sobre tudo e, sobre o universo, com detalhes, como surgiu. Ela tem suposições, por meio de seus métodos, hipóteses e teorias, mas não tem todas as respostas.
Então, para que não se torne estéril a discussão de onde supor a fronteira entre ciência e fé, é necessário partir do pressuposto de que cada qual trata de um objeto diferente de estudo. Cada qual com seu método: a ciência, se for o caso, perguntada ou se perguntando sobre Deus, embora não seja este um objeto específico dela para estudo, e a fé perguntando a Deus.
Para o Deus apresentado nas Escrituras, esta se constitui numa primeira comunicação a Seu respeito. Quem, nas Escrituras, fala sobre Deus ou quando, nas Escriruras está escrito o que Deus fala, elas estão se constituindo numa comunicação de Deus ao ser humano.
Nesta altura de nossa argumentação, faremos uma escolha, que será por optar, como já mencionados anteriormente, em verificar o modo como as Escriruras apresentam o Deus a Quem ela se refere e o modo como ela declara que ele se comunica.
Porque já existe nela pronta, de certa forma, sistematizada, por assim dizer, uma ideia sobre Deus. Aqui, em linhas gerais, vamos abordá-la para, então, decidir uma das seguintes opções:
1. O Deus das Escrituras, exaustivamente nela indicado, por suas variações textuais, indicadas as formas pelas quais se comunica com o ser humano é o único possível de ser crido como verdadeiramente existente;
2. Uma vez definido dar sua existência como provável, se vale ou não a pena procurar outro, em função de, por hipótese, da fraca evidência das Escrituras, e, por assim dizer, dar por encerrada a tarefa, até mesmo admitindo que, por uma "redução ao absurdo", as próprias Escrituras, por sua incapacidade ou imprecisão em conceder uma diretiva precisa a respeito da existência de Deus e Sua capacidade inquestionável de comunicação com o ser humano, elas mesmas, ao contrário, constituir-se-iam (com merecida mesóclise) numa prova de Sua não existência.
Portanto, terminamos este texto propondo verificar em que condições as Escrituras indicam um Deus e afirmam de que modo se comunica com o homem. Porque se ela puder ser desacreditada e, em que variados graus, isso puder ser levado a efeito, restará checar se, fora dela, vale a pena procurar por qualquer Deus e, se valer a pena, que pistas ela pode dar como válidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário