Jesus agora aparece para João, no cenário descrito, de modo diferente ao da vez anterior. Um "Cordeiro como tendo sido morto" é a sua aparência, no lugar mais estratégico, no centro do cenário.
No meio do trono, entre os 4 seres viventes, entre os 24 anciãos, e vem dada a descrição de sua aparência. Tinha 7 chifres, a onipotência de Deus, pois chifres simbolizam poder, 7 olhos como chama de fogo, onisciência e a própria identidade e capacidade de ver como vê o Espirito de Deus, novamente aqui indicado como os "sete Espíritos de Deus".
João em seu evangelho, cap. 16,12-15, asinala a identidade entre Pai, Filho e Espírito Santo. Faz o mesmo aqui, quando afirma que o Cordeiro está no meio do trono. Ninguém pode ocupar o trono, senão Aquele-que-é-aquele-que-era-e-que-há-de-vir, Deus Todo-poderoso.
Se o Cordeiro está no meio do trono, é porque tem identidade com Deus. E se os olhos do Cordeiro são os sete Espíritos, que Deus envia por toda a terrra, esse que perscruta Deus e os homens, que é o Espirito Santo, com ele o Cordeiro também tem toda identidade.
João, no seu Evangelho, ao descrever a forma como Jesus apresenta o Espirito Santo, na referência acima, indica a palavra de Jesus, que diz "tudo quanto o Pai tem é meu", quer dizer, ninguém pode ter consigo tudo o que Deus tem, se não for com Deus a mesma Pessoa.
Porque Deus não pode repartir com ninguém o que é e nem o quem tem. E logo depois, Jesus afirma que o Espirito Santo recebe do que é dEle, de Jesus, para anunciar ao mundo. Ora, para receber de Jesus o que este recebeu de Deus e anunciar, na mesma proporção, o Espírito Santo precisa ter a mesma identidade do Pai e do Filho.
Vem, pois, o Cordeiro, e toma o livro inacessível, até ao olhar, da mão dAquele que está assentado no trono. O climax da angústia tem o seu desfecho. E todos no cenário à volta prorrompem em louvores.
Quem for produzir o ato de abertura desse grande drama, não poderá esquecer do coral porque, no ato de tomar o livro da mão dAquele sentado no trono, todos os louvores agora se deslocam ao Cordeiro. Prostram-se seres viventes e anciãos, estes com harpas de louvor e taças, com todas a orações que pediam para que, um dia, isso acontecesse exatamente assim.
E entoam todos um cântico, cuja lógica é, "porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra", então, por isso, cantavam: "Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos".
E se fosse no Brasil, saiu para a torcida, porque "milhões de milhões e milhares de milhares" de vozes, descreve João, reverberam o mesmo cântico: "Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor".
Trata-se de uma multidão de anjos ao redor de todo o cenário, que logo foi seguida, descreve João o que ele ouviu, de mais e mais vozes, porque "toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos".
E as cortinas se fecham com o amém em uníssono dos 4 seres viventes que, em conjunto com os 24 anciãos se prostram, diante do Cordeiro, e o adoram. Vai começar o drama final do Apocalipse, na abertura dos 7 selos, pela mão do único que tem autoridade para fazê-lo.
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