domingo, 4 de outubro de 2020

O Apocalipse nosso de cada dia - Parte 8 - Cartas às igrejas - 3

      Já comentamos aqui de como as cartas às 7 igrejas abarcam todas as igrejas de todas as épocas. E como preenchem o que chamamos de kit de apresentação de todo o livro.

    O Apocalipse inteiro é dedicado a cada igreja de todas as épocas. E as sete cartas são uma análise de Jesus, que tem os olhos como chama de fogo, e sonda a todas e conhece tudo sobre cada uma. 

    Aqui vamos abordar sua análise, em cada carta, numa síntese do que é dito a cada uma delas, demostrando assim que o que é dito a cada uma, como exortação e advertência, aplica-se a todas em todas as épocas. 

      Vale lembrar que, ao falar "igreja", temos que pensar em nós mesmos. Claro que se trata de comunidades, no caso, do séc I, mas que se referem a pessoas. Portando, o que vai escrito se aplica ao grupo e, individualmente, a cada um.

      Éfeso: cidade maior do circuito das igrejas. O ministério de Paulo nela durou 2,5 anos, permitindo que toda a Ásia Menor fosse alcançada,  At 19,10. Uma cidade,  por si já importante, teve chance de abrigar uma igreja de porte equivalente, operosa, com amplo leque de atividades, porém com a perda do essencial: o amor. Foi considerado queda, quem sabe, por ser demasiado ufanista, tornando-se, com urgência, necessário arrepender-se e voltar ao que era antes. Ap 2,5, sob pena de "ter movido o candeeiro", que pode significar grande comoção ou provação, senão remoção total. Nenhuma igreja sobrevive sem amor. Se faltar, deixa de ser igreja. 

     Esmirna: o que marcava a igreja dessa cidade era a certeza de provações. Paulo diz, em 2 Tm 2,12-13, que provação é indissociável de ser autenticamente crente. Outra característica era o grupo de falsos convertidos, ao que parece, bastante ativo entre eles. E outra característica, de qualquer igreja, é a contradição pobreza/riqueza, visto que, nesse caso, o que cada um desses aspectos representa para Deus, é o inverso em relação ao que representa para o mundo. Toda e qualquer igreja ou crente precisa aprender a transformar tentação em provação, assim como entender o contraste, em Jesus, do que é verdadeira pobreza/riqueza e, assim, "ser fiel até á morte".

      Pérgamo: Jesus declara que o lugar da cidade era onde estava o "trono de Satanás". Certamente, tratava-se do culto ao imperador romano. Embora aprendamos, desde o Éden, que Satanás deseja montar o seu "trono" perto de nós ou dentro da igreja, 1 Pe 5,8,  sabemos que as portas do inferno não prevalecem sobre ela, Mt 16,18. Houve um mártir, chamado Antipas, que representava os que não negam o nome de Jesus e perseveram na fé, mas eram uma igreja mista, onde havia os seguidores da desconhecida doutrina dos nicolaítas, por opção própria, desprezando a doutrina sadia, 1 Tm 6,3-5, entre outros que flertavam exatamente com os cultos idólatras. São exortados a se arrepender, como em Éfeso, ou enfrentar Jesus e o poder de Sua palavra. Aprendemos que somente há vitória pela palavra de Jesus, a qual define verdadeiro e falso em termos doutrinários.

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