Bom dia. Hoje entrevistamos ninguém menos do que João Marcos, o eterno companheiro e hospedeiro de Pedro Apóstolo. Ele também é o autor do primeiro Evangelho, que passou e ser conhecido pelo seu nome. Foi quem inaugurou o estilo, posteriormente seguido pelos outros evangelistas. O bate-papo de hoje inclui e explora, mais uma vez, os começos das atividades da igreja em Jerusalém, focadas nas iniciativas de Pedro, com quem Marcos muito conviveu.
1. Bom dia, caro evangelista Marcos. Muita alegria e grande privilégio poder entrevistá-lo. Agradecemos sua pronta disposição.
Marcos: bom dia. Para mim, também, é um grande prazer. Não tem de quê, sempre que desejarem, podem nos convocar.
2. Vamos começar explicando sua proximidade com o Apóstolo Pedro. Vocês são amigos muito chegados, não é mesmo?
Marcos: sim, sem dúvida. Graças a Deus! Por meio dele, nossa família conheceu Jesus. Desde que começou a andar com o Mestre, compartilhava conosco o que ocorria entre eles: as andanças do grupo, os acontecimentos, as vitórias, as dificuldades etc.
3. Daí que surgiu seu interesse em escrever seu Evangelho que, diga-se de passagem, é o primeiro a ser escrito.
Marcos: sim, sem dúvida. Eu pensei, caramba, não posso deixar tudo isso passar em branco. Convivo com um deles, mais do que isso, com um líder entre eles. Teve experiências fantásticas com Jesus. Conhece de dentro o grupo. Enfim, eu não poderia deixar em branco toda essa história.
4. Certo. Exatamente. E você, permita chamá-lo assim, inaugurou um estilo de literatura.
Marcos: glória a Deus! Outros mais habilitados do que eu deram prosseguimento. Mateus, Lucas e até João. O de Lucas já está circulando. Ouço dizer que João também se debruçou sobre essa história e já vai editar o seu Evangelho. Isso é de Deus! Aleluia!
5. Interessante que você não ache que o que eles escreverem seja uma espécie de plágio...
Marcos: nunca! Nunca! Quanto mais, melhor. Contanto que seja criterioso. Como Lucas mesmo disse. O meu Evangelho é como se fosse um paper view, compreendeu?
6. Não... (risos)
Marcos: Uma obra breve, um opúsculo. Como se fosse uma folha de jornal, que corra o mundo e espalhe essa notícia, essa boa notícia. Evangelho é boa notícia, boa nova de salvação em Jesus. No início de meu livreto, eu já registro que é Jesus quem começa a espalhar essa boa notícia, essa nova de salvação: "Foi em direção à Galileia, pregando o evangelho".
7. Então, quanto mais, melhor.
Marcos: sim. Soube que as igrejas começam a copiar, as de menos recursos a fazer campanhas para contratar copistas. É um trabalho caro.
8. Mas evangelista Marcos, não há o perigo de, com tantas cópias e recópias, distorcer o que foi escrito. Isso é tão perigoso ...
Marcos: não, nada disso, irmão. É do Espírito, é do Espírito. Escrever e divulgar é de Deus. Não vê o milagre das Escrituras, que chegaram às nossas mãos. Nem a destruição do Templo e o exílio em Babilônia fez desaparecer ou distorcer as Escrituras. Quando eu soube da iniciativa de Mateus escrever, que seria a ótica dele, assim como Lucas, rapaz, eu comecei a perceber, gente, isso é obra do Espírito Santo. Ele deseja que, assim como o povo de Israel teve um referencial, a igreja também tenha. Glórias a Deus! Copiar e copiar, ora, se o Espírito preside essa nossa iniciativa em escrever, como não vai presidir os cuidados na transmissão? As Escrituras são dadas aos homens como uma dádiva de Deus, você não acha?
9. Sim, é verdade. Você então acha que esses evangelhos, essas epístolas podem ser comparadas às Escrituras do Antigo Testamento?
Marcos: Caramba, eu fui tão longe assim? Muita pretensão. Eu quero ser reconhecido como alguém que foi usado pelo Espírito, a registrar o que ouvi e conheci por meio de Pedro, é somente como aquele que foi seguido por outros mais à frente do que eu. Mas veja bem: se nossos escritos podem (e devem) ser lidos, até mesmo nas igrejas, nas casas, em todo lugar, como referencial, nem precisam ser considerados no mesmo nível das Escrituras, contanto que sejam lidos, escritos e recopiados, por exemplo, dentro do critério usado por Lucas: investigado com todo o critério, fosse entrevistando irmãos e ministros da palavra, ou até cobrando de tetemunhas oculares uma posição diante dos fatos que viram.
10. Evangelista, nem chegamos a Pedro, nessa nossa conversa, ficando somente no comentário de seu opúsculo (risos). O Sr. aceitaria uma outra entrevista para falarmos dele, de sua amizade com ele, de suas informações, colhidas como fonte...?
Marcos: sem dúvida, sem dúvida. Na hora em que desejarem. Em meu livrinho, coloquei tudo o que ele me informou. Busquei em Isaías, o profeta, referencial para indicar que o evangelho vem sendo prometido desde os tempos da velha aliança em Moisés. O modo como em Jesus temos uma nova aliança. Mas não foi improvisado. Não foi, digamos, tão novo que nossos demais patrícios não tivessem, nas Escrituras, um referencial. Meu livrinho funciona como um folheto, de breve leitura, mas que confirma as promessas e profecias de salvação, por meio de Jesus. Numa viagem de navio, há tempo de sobra para ler (risos).
Agradecemos ao evangelista Marcos esse contato, aceito com alegria e prontidão. E advertimos nossos leitores de que, na próxima vez, o irmão Marcos vai mergulhar em sua amizade com Pedro e nos revelar detalhes do desbravamento da fé cristã em Jerusalém e seu entorno. Até lá. Será emocionante. Não percam!
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