Flores como presságio
Estou chegando aos 62. A gente prevê presentes, quando aniversaria. Já ganhamos todos. Morando a 4100 km do Rio de Janeiro, cidade natal, inúmeras vezes precisei voltar, exatamente visando visitar a família.
Família é o maior presente. Faz 50 anos que convivo com Di e Gi. Recém casados, estava eu lá por Nilópolis, aos meus 12 anos de idade. Façam as contas. Pois 50 anos depois eles me acolheram de novo.
Como a vida é caprichosa! Deve ser pelo heroísmo de mulheres como a vó Bernardina e a vó Eunice. Porque as marcas que essas mulheres deixaram, permite acolhimento.
O que ensinaram e a vivência que transmitiram, para quem presta toda a atenção, traz consigo o dom de hospedar e acolher. Há 50 anos atrás, Dirley tirava as dúvidas de língua portuguesa.
Nem ele e nem eu sabíamos, ainda, que ser professor de português, como ele sempre foi, seria a mesma ocupação que me permitiria, em parceria com Regina, criar Isaac e Ana Luísa.
Está aí o dom do acolhimento. Está aí a escola de Bernardina e Eunice. O capricho da vida. A providência de Deus, no caso de minha teologia. Gente do interior. O que tem de melhor nessa história toda.
Conversamos muito sobre Aqueles Meninos. Assisti à acolhida de Emanuel e Vando, este o caçula. Ouvimos as canções daquele. Apreciamos os quadros do mais velho, dr Carlos. Mergulhamos na troca de cartas entre ele e o profeta Jailton.
Voltamos no tempo. Às margens do Paraíba do Sul. Ao burburinho da festa de São Pedro, na praça. Aos hinos da igreja e às lições da escola dominical. Ao barulho do trem chegando à estação.
Eu sempre tenho medo de cirurgia. Sou meio alarmista. Por isso que a Dama da Noite floriu, na primeira noite de minha chegada. Para quem acredita em presságio, pode ser. Eu nem acredito. Mas acredito em amor e em acolhimento.
Obrigada, ficamos emocionados ❤️❤️🌷🌷
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