O salmo da Dama da NoiteÓ, Pai, quanta beleza. Que é o homem que dele te lembres? Mas foi para expor tua grandeza que puseste tais enfeites.
Teus atributos, tua divindade, assim como teu poder por meio da tua criação. Expões a ti mesmo na variedade dessa beleza.
Que nome? Epiphyllum Oxipetalum pétalas que nascem de sobre folhas. Espécie de cacto.
Cestrum nocturnum, coerana, coirana, flor da noite, jasmim da noite, rainha da noite. Que variedade em tuas obras.
Quantos nomes concedeste ao homem o privilégio de conceber. Por meio deles procuram conhecer tuas obras.
Insondável tu és, porém é público e acessível teu amor. Dons e dádivas, por tua graça, concedes aos homens.
Pouco tempo, curta a existência, mas também pródiga em ciência. Mais tempo gastássemos apreciando tua criação.
Mais atento a ti e tuas virtudes estaríamos. Mas de ti aprendendo e entre nós repartindo do teu amor.
Daqui a instantes, como nossa vida, há de murchar. Haverá de renascer. Haveremos de renascer, do mesmo modo.
Qual semente, flor de dor, veio teu filho. Nenhuma beleza havia em seu semblante que agradasse.
Não queríamos ver e muitos ainda não querem, na face dele, enxergar estampada a denúncia do pecado de si mesmos.
Ele caiu na terra, qual semente que, para dar vida, tem de morrer. Cumpriu-se nele tua vontade. Ressurgiu. Garantida está toda a criação. Há de reflorir.
Demos com teu amor refletido em tuas obras. Estigma, estilete, estame, pétala, receptáculo. Nomes. Detalhes. Beleza.
Ó, Pai, abre-nos olhos e ouvidos. Deixa que vejamos refletida na tua face a beleza da tua graça. Do teu amor.
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