quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Mal traçadas linhas 64

  Que proveito?

         Pergunta inicial do Eclesiastes. Pelo menos, três opções: 1. Prazer imediato; 2. Manutenção extensiva do prazer; 3. Culminância do prazer, em função do inesperado fim da existência.

         A sociedade moderna decidiu que nenhum freio, principalmente moral, deve impor qualquer limitação à imperiosa necessidade do prazer.

       A vida somente tem vantagem ou sua extrema razão de ser para uma minoria muito restrita de pessoas, no planeta, em condições de manter, para si próprios, a supremacia do seu exclusivo prazer.

        Em função da morte, na perspectiva de que Darwin (e não Deus) está certo, não há sentido para a existência sem que, mesmo de modo fugaz, seja experimentada qualquer (ou toda) modalidade de prazer.

       Que proveito, então? Sociedade hedonista esta. Salomão mesmo tinha a seu dispor quem sustentasse seu luxo.

        Aliás, uma das razões da divisão do reino, após sua morte, foram impostos escorchantes que cobrou do povo sobre quem prometera reinar com sabedoria, exatamente para que seu prazer fosse financiado.

       Que proveito? Drogas. Bebida, alcoólica, de preferência. Mulheres, como foi um dos itens do prazer para Salomão. Homens, também, como objeto de prazer. Dinheiro. Poder. Mais dinheiro ainda. Esse é o proveito.

       Como dizia o povo de Corinto, na época de Paulo: "comamos e bebamos, que amanhã morreremos". Como respondeu Paulo: "Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a essa vida, somos os mais infelizes de todos os homens".

        Sem proveito. A não ser que.

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