segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Mal traçadas linhas 71

     Sentimento.

     Paulo Apóstolo diz que devemos ter em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. A palavra "sentimento" traduz algo muito vago.

    Cada um sente de um jeito. Como entender essa sugestão do apóstolo? Tentei ir ao grego original. Como não sou perito nesse método, não sei se localizei a palavra exata.

     Encontrei "pensar" como raiz da palavra "sentimento". E no inglês traduzido está escrito: "deixe haver em você a mesma mente que houve em Cristo". Melhorou.

     Em outro texto Paulo, referindo-se ao Espírito Santo, diz que temos a mente de Cristo. Por aí. Significa ter, no dia a dia, o sentido prático de encarar a vida como Jesus.

     Mas oscilamos. Nossa prioridade oscila. Domingo, por exemplo, chamamos de "dia do Senhor", embora não o dediquemos integralmente a Ele. E quando começa a semana, retornamos ao afã diário, esquecendo a quem dedicamos o dia.

    E o que ocupa nossa mente? Se ter o sentimento está associado ao pensar, que pensamentos norteiam o nosso agir? Ficamos pensando, ah, se pudéssemos a cada dia aproveitar como Jesus aproveitava os seus dias.

     É claro que também interpretamos "sentimento" como amor. Imaginamos Jesus somente nutrindo sentimentos bons, o amor primeiro que tudo, derivando dele outras virtudes do Mestre: compaixão, mansidão, misericórdia etc.

     Estamos certos em pensar assim, porque é correto desejar ser como Jesus, sentir como ele sentia, pensar como ele pensava, diante dos problemas da vida, e amar todos e qualquer um como ele amava.

      Ser assim, como Jesus, é o objetivo principal dos verdadeiros cristãos. A Bíblia não cansa de indicar o padrão, como escreve Paulo, "sede meus imitadores como eu sou de Cristo".
   
     E de novo "sede imitadores de Deus como filhos amados e andai em amor como também Cristo andou". Nem sabemos orar como convém, mais uma vez o Apóstolo nos adverte.

     Vem o Espírito Santo nos auxiliar, diz ele, com gemidos de que nem sabemos ou que não ouvimos. Certamente será ele também quem nos assistirá nessa tarefa de pensar e agir, todo o tempo, com a sensibilidade do pensar e agir com a mente de Cristo.
   

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