sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Mal traçadas linhas 70

     Sentimentos.

     Somos desprovidos deles. Pelo menos, daqueles mais nobres. Quanto a outros, nem discuto. Mas os nobres não nos são originais.

     A Bíblia afirma que a tristeza segundo Deus é que produz arrependimento. Entenda. Somos desprovidos até da condição de estristecermo-nos.

    Somos insensíveis à tristeza. Até esse sentimento primário. Porque o que a Bíblia diz na sentença acima é que nossa vida com Deus começa quando Ele nos concede sensibilidade.

     Para entender nossa infeliz condição. Arrependimento é quando, de modo sincero, começamos a vida com Deus, estendendo que somos pecadores e isso deveria nos entristecer.

      A partir do começo de vida com Deus nos vêm os sentimentos. O primeiro deles é tristeza de verdade. Tristeza segundo Deus. Pode ser que o próximo sentimento seja o amor.

     Paulo Apóstolo diz que tenhamos em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Isso é possível. Amor, para começar. João Apóstolo diz que amamos, porque Deus nos amou primeiro.

     Aprendemos os sentimentos. A sensibilidade nos é devolvida no começo de nossa vida com Deus. Arrependimento significa metanoia: meta, mudança; noia, mente.

      Paulo Apóstolo diz que se trata de uma "renovação no espírito de nosso entendimento". E diz na carta a Tito que o Espírito Santo nos (re)educa a rejeitar paixões e viver "sensata, justa e piedosamente".

       Pelo que diz o Livro, somos desprovidos de sentimentos, pelo menos os nobres. No começo da vida com Deus, somos restaurados. Descobrimos, com tristeza concedida por Deus, que nossa preferência pelo pecado afasta de nós qualquer possibilidade de amor.

      Na vida com Deus aprendemos sentimentos que, em nós, deveriam ser espontâneos. Na vida com Deus aprendemos a ser humanos.


   

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