sexta-feira, 31 de outubro de 2014

            O salário do pecado é a morte
            
              O direito ao salário, correspondente exato e justo em função de um serviço ou equivalente, é inalienável. Uma das maiores conquistas da humanidade, celebrada como resultado de 2.000 anos de história, em pleno século XX, é a constatação dos direitos adquiridos pelo trabalhador de obter justa compensação pelo trabalho prestado.
            Desse modo, então, a Bíblia, livro que prima por ser continuamente justo em todos os conceitos que enuncia, quando equipara ‘salário’ como justo e preciso pagamento pelo ‘pecado’, equivalendo-o à ‘morte’, decisivamente não está cometendo uma falta ou um erro de avaliação.
             Salário é um conceito já consagrado e devidamente definido, seja em ciência econômica, social ou jurídido-trabalhista, assim como morte pode ser encarada de variadas maneiras, por ciências médicas, biológicas ou ainda pela psicologia. Pecado, porém, é um conceito estritamente bíblico, quem sabe contemplado pela teologia, pelas ciências bíblicas do texto, que tanto a exegese como a hermenêutica se preocupem em definir, ou ainda a homilética, ocupando-se do modo como expor esse conceito.
            Para a Bíblia, somente existe um pagamento justo e cabível, atribuído de modo pleno e preciso ao desgaste do pecado, uma única equivalência plenamente compensatória, que é a morte. A partir dessa correspondência, é possível deduzir, para o pecado, um quilate de valor, bastando que, para isso, reflita-se no sentido, significado e realidade da morte.
          Pecado, como a Bíblia o denuncia, não tem sua origem em Deus. Isso porque o Livro indica Deus como o Criador, por excelência, de tudo o que existe. Na linguagem de João 1:3: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” Exceto o pecado, que não tem, definitiva e absolutamente, origem em Deus. É realidade à parte da avaliação do Criador quanto a tudo o que fez: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” - Gênesis 1:31.
          Jesus, por sua vez, numa de suas públicas altercações com fariseus, afirmou o lugar onde, em meio à humanidade, é possível encontrar o pecado, em Marcos 7:21: “Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios.” Pelo menos, dois fundamentos já estão aqui definidos para esse conceito a que somente a Bíblia se refere: o pecado (1) não tem sua origem em Deus e (2) no contexto da humanidade, procede de dentro do coração dos homens.
          Já é possível deduzir que, pelo fato da morte afetar seres vivos, aqui incluídos animais, vegetais e seres humanos, torna-se evidente que a morte do homem/mulher, portanto, dá fim ao pecado na vida que se extingue. Num outro texto bíblico Paulo, aos Romanos 8:3c, indica essa verdade quando afirma que, “com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado.” Para dar um fim ao pecado, afirma a Bíblia, Deus condenou o homem/mulher à morte, para que, dessa forma, fosse, concomitantemente, extinto o pecado.

          Num próximo texto vamos procurar analisar pistas que a Bíblia fornece para a origem do pecado, qual é o antídoto para a morte e como, ainda em vida, é possível ao homem identificar nele mesmo o pecado, isolá-lo e combatê-lo, de modo a que não exista sem freios nele e comprometa a sua identidade, subvertendo-o, manchando sua reputação e o tornado inaproveitável para a convivência plena com seus semelhantes. Já basta, para pôr fim a essa existência, a morte. Então, enquanto vivos, é prudente saber como não ser um morto-vivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário