O estudo da Bíblia.
Creio
que, pelo menos para os herdeiros da Reforma, que muito breve completará 500
anos, em 31 de outubro de 2017, é ponto comum ter a Bíblia como referência para o que nos foi
concedido, por meio da palavra, conhecer a respeito de Deus.
Trata-se do sola escriptura de Lutero.
Não somente conhecer, no comum dos termos, mas
estudar. Qualquer curso de seminário comum, pelo menos os sérios, estabelece
que o estudante terá a seu alcance exegese, hermenêutica e homilética. Que, no
rasteiro, significa dizer que o estudante terá como interpretar, contextualizar
e divulgar a mensagem do texto bíblico.
E, caso seja dos mais aplicados, ainda poderá,
com recursos a seu alcance, por meio de referência bibliográfica e, mais
atualmente ainda, por meio da internet, aprender as línguas originais, grego,
para o Novo Testamento, hebraico, para o Antigo Testamento, para, desse modo,
honrar sua exegese com leitura, métodos e interpretação a partir das línguas
originais.
Mas mesmo que
assim não proceda, as versões atualizadas das Escrituras, sejam elas
confessionais ou ecumênicas, de leitura atualizada ou até mesmo, para efeito de
pesquisa, paráfrases do texto original, servem como auxílio para um estudo
aplicado, um estudo de qualidade. Não é necessário aprender grego e hebraico
para traduzir o texto original: não se preocupe, já fizeram isso para vocês.
Por que interessa
estudar a Bíblia. Livro que já teve, no passado, um cartaz muito maior, entre
os chamados evangélicos, do que hoje em dia. Havia até um lugar específico,
chamado escola, que era priorizada para seu estudo, a outrora assim denominada ‘Escola
Dominical’, atualmente quase extinta.
Estudo da Bíblia,
vou definir como a capacidade que alguém pode adquirir, ou melhor, caso queira
classificar-se como ‘crente’ (sem adjetivos), é ponto de honra exercitar-se para
construir modelos de compreensão dos livros da Bíblia, 66 ao todo, 39 no Antigo
e 27 no Novo Testamento, falando-se aqui da ótica protestante de visão do
cânon.
Digo construir
modelos de compreensão, para consumo próprio e para divulgação da palavra da
Bíblia, porque ela mesma diz isso, que é necessário nela meditar dia e noite,
cumprir o que vai escrito e divulgar como padrão de aceitação e imitação de
seus conceitos, de suas verdades, de sua mensagem. E isso já é uma interpretação,
pelo menos presente na comparação que pode ser feita entre o diálogo de Deus
com Josué, no capítulo 1:1-8 desse mesmo livro, comparado ao capítulo 1 do
livro dos Salmos.
Isso para consumo,
pelo menos esta associação entre essas duas unidades de texto para estimular a
aceitação desse conceito de que Bíblia só existe e só serve se for para ser
apreendida em meditação diuturna, prática de seus conceitos e divulgação dos
mesmos para modelo de conduta. Isso mesmo: foi escrita para fazer a cabeça da
moçada.
Pois meu pretensioso
objetivo é propor a construção de modelos de estudo dos Profetas Menores, que
são 12, tanto na edição protestante quanto nas edições ecumênicas, e, na
hebraica, estão reunidos num volume só, o chamado Dodekaprofeton que, em grego refere-se a ’12 profetas’.
Trata-se de um
estímulo a que os próprios leitores construam para si modelos de compreensão
desses livros, atualizando sua mensagem para os ouvintes de hoje. Crentes, sem
adjetivos. Vamos à tarefa.
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