quinta-feira, 14 de junho de 2018

Mal traçadas linhas 83

      A invenção de Deus

      Idolatria é a invenção de Deus. Uma projeção de Deus para fora de si mesmo. Daí, pau, pedra, ícone, totem, ave, astro, natureza enfim, qualquer coisa pode ser Deus.

      Aliás, ateísmo é uma forma de idolatria. A teoria da evolução é deus. Uma sopa cósmica deu lugar a tudo o que existe. E, como dizia Ariano Suassuna, um dia, as moléculas dessa sopa disseram: "Ah, vou virar célula".

       E daí, milhões e milhões, aliás, formaram-se bilhões de anos depois para surgir o que está aí. A ciência foi até os fótons. Parou aí, construindo o LHC, um acelerador de partículas, para testar se o choque entre elas produz matéria.

       No início, era a matéria, a matéria estava com Deus e a matéria era deus. Eles pararam nos fótons. Não têm uma teoria para a formação deles. Empataram na Bíblia, que diz: "Disse Deus: haja fótons, e houve fótons".

      Mas o assunto é este. A Bíblia diz que até Deus se esvaziou. O termo já virou citação de mesa de bar: kenosis. Tudo em Deus é modelo para o homem (e mulher). Carecemos de nosso esvaziamento.

     Sob risco de inventarmos Deus. Em silêncio diante dele. "O Senhor, porém, está em seu santo templo;
diante dele fique em silêncio
toda a terra". Habacuque 2,20.

      Há horas em que a oração é silêncio. Puro esvaziamento. Negar-se a si mesmo. Perder toda a vida. Ganhar vida. Tomar a cruz. E seguir Jesus.
   

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