terça-feira, 25 de julho de 2023

Combinado: conto curtíssimo

    Irritadíssima estava. Apressada, naquela manhã, tanto quanto nas outras, porque era hiperativa, cortara, pela direita, o carro de um desavisado.

   Grosso. Grosso, aumentou o tom, você é um Grosso. Estúpido. Meu Deus! Ai, meu pé. E olhou de novo para o rapaz. Não enxerga, comprou essa carta?

   O rapaz era calmo. Vamos resolver, vamos resolver. Na calma, tudo se resolve. Calma! Calma! Já ela, gritava. Porque não é o senhor. Eu vou retirar sua Biz. Já chamei o SAMU... Quem mandou, pra que SAMU?

   O seu tornozelo está luxado. Vamos liberar o trânsito aqui e aguardar o socorro. Posso ajudá-la? Tira a mão! Tira a mão! Ele ia dizer então vire-se. Mas disse só com o rosto, fazendo uma cara de desagrado. Ela notou.

   Levantou-se num pé só. Ele foi ajustar o carro à frente. Ela quase cai. Amparada por um popular. Rosto de dor. Ele empurrou a porta do carro. Veio ver. O cara que a amparava olhou para ele, como que reprovando, que fosse ajustar o carro, largando a moça ao solo.

   Ele justificou-se, ela não quis minha ajuda. Ela fez cara de contrariedade de novo. O rapaz a amparou, para sentar-se ao meio fio. Ela tonteou. Mais do que depressa, ele correu, sentou antes, amparou-a ao colo.

   E ficou assim, esperando a ambulância. Chegaram. Os socorristas foram reanimá-la. Ela assustou-se, viu o rosto do homem. Calma, disse a socorrista. Ela fez feição de incômodo. O outro já dizia houve fratura.

   Ela olhou os rostos, encontrou o do homem, fez cara raivosa de novo. Ia dizer alguma coisa, mas os atendentes já a recolhiam para pôr na maca. Fique tranquila. Cuido de sua moto. Foi o que ouviu por último, ainda meio atordoada.

[...]

   No hospital ele encontrou as duas. O mau humor dela foi patente. Meu Deus do céu. Eu mereço. A amiga ouviu, então olhou na direção de quem vinha, era ele. Gostou do serviço?

    Que isso, Nita? Que isso o quê? O responsável por isso é ele. O homem estatelou e, a princípio, ficou calado e sério. Foi sua forma de demonstrar o desagrado.

   Para logo emendar. Sua Biz está na oficina de um amigo meu. Você tem previsão de alta? Ele apronta em três dias. Por causa do movimento. É a melhor da cidade.

   A amiga olhou para ela e voltou o olhar ao outro. Acho que esperava uma manifestação da outra. Não houve. Então, melhoras, ele disse. A amiga sussurrou agradece. Agradecer o quê? Ter estragado meu dia? Meu dia não, minha semana.

   O homem, que já fazia menção de sair, voltou, para dizer: Mocinha, você não sabe de nada. Ia ser uma colisão frontal. A caminhonete, que vinha de frente, gesticulou, didaticamente, com a mão, desviou sei lá do quê, na nossa direção. Eu tive de sair do curso dela.

    E cegueta que é, não me viu, esbravejava. Você não tinha nada que ultrapassar pela direita e sabe disso, espertinha. Ele ia continuar. Mas o espertinha depois do mocinha a irritou muito.

   Pois é, "espertinho", falou, com afetação, você é um grosso na direção. Comprou a carta, só pode ser. Ou vive no mundo da lua. Do que a caminhonete desviou? Ora eu sei lá, aí quem se encrespou foi ele.

   Menina, o lado direito fica livre para esse tipo de manobra de emergência, entendeu? Não era para estar ocupado por você com sua motinha. Isso ele falou com tom elevado.

    Vocês tem mania... Vocês tem mania, ela repetiu com deboche. Estou perdendo o meu tempo. Vou deixar no posto de enfermagem o número de meu amigo. A culpa da colisão foi sua, mas os prejuízos, na sua  moto e no meu carro, aliás, acima dos seus, já estão assumidos por mim. Eu só passei aqui para ver como você estava e para dizer isso. Passar muito bem. E adeus.

    Virou-se e saiu. E o acréscimo, desnecessário, desse "muito", que ele pronunciou, fez com uma modulação que expressava toda a sua irritação. Puxa, Nita, a amiga comentou. Puxa, o quê? Puxa, o quê? É um grosso.

   Educadíssimo. Veio saber como você estava e ainda dizer que assumiu... Não deixou a amiga terminar. Consciência pesada. Sentimento de culpa. Olha, Nita, eu acho que ninguém quer colisão, como ele falou. Nem você e nem ele.

   Mas ele assumiu porque sabe que o erro foi dele. Não me viu. Por isso, imprensou na calçada. Ele não tinha jeito, Nita. Não viu ele dizer? Que não tinha, que não tinha. Depois que fez a besteira, vem se justificar.

   Bem. Não vou discutir com você. Vou pro trabalho. Algum recado para a chefe? Não. Agradece a ela a atenção. Aqui não sei quanto tempo vai demorar. Eles dizem que pode até ter cirurgia. Pra encanar direito esse osso aí, terminou, apontando a extremidade do pé direito.

    Está bem então. Tá. Desculpe qualquer coisa. Estou irritada com tudo isso. Está mesmo. Estou te desconhecendo. Vê se depois liga para o rapaz e se desculpa. Ah, sim, eu, euzinha vou me desculpar. Ele que tinha...

    A colega interrompeu: Vocezinha nem deu tempo para ele falar nada. Foi grossa o tempo todo. Um rapaz simpático como aquele. Você só deu bordoada. Ah, estou revoltada. Não era para ele fazer essa besteira.

   Eu acho, querida, que você está é mesmo chateada sabe com o quê? Com o teu erro de cálculo. Como assim, a outra interveio? Você não quer admitir que foi um erro de cálculo seu. Que a sua manobra, queridinha, que a sua iniciativa, você, toda despachada, não deu certo. Quer dizer, não era para ele guinar desse jeito, mas ele guinou. Foi a emergência que ele falou.

   Ah, vá. Beijo, amiga. Você quer que eu pergunte alguma coisa ao médico? Hum, nem vai estar aí. Falaram que vão radiografar. Para depois dizer se vão fazer cirurgia. Ah, só pega o telefone do dito cujo, falou por último com modulação.

   A amiga sinalizou, ah, ainda bem. Se desculpa com o rapaz. Vou pegar. Passou no posto, pegou o número, retornou ao quarto, repassou à amiga. Estressadinha. Nem me fala em diminutivos. Ele me irritou! Riram a duas. Trata ele direitinho. Aaaannnnhhh. Fez uma careta. A amiga deu adeuzinho e sorriu.

[...]

    Ligou. Ademar, boa tarde. Nome horrível, de velho, ela pensou. Boa tarde. Aqui é Nita, quer dizer Anita, a garota que você atropelou. Silêncio do outro lado. Ela também hesitou. Esperava reação. Não veio. É que eu queria te agradecer. Ah, sim. Certo. Não tem de quê. Silêncio. Por favor, seu Ademar, eu também queria lhe pedir desculpas por minha reação. Mas o Sr vai compreender minha situação. Estressei legal. Perdi uma semana de trabalho. Eu ganho por entrega feita. O Sr...

   Ela ia continuar, dizendo que ele estava com o carrinho dele, numa boa, arranhadinho, mas trabalhando normal. Enquanto que ela, ali, de molho. Mas só pensou. Não falou. Lembrou da amiga. Sim? Ah? A senhoria estava falando. Eu? Sim. Ah, sim, é... me desculpando.

   Senhorita Anita, a Sra tem razão em estar  chateada, isso é evidente. Eu também estive e estou. Mas eu acho que devemos superar. Já discutimos o suficiente. E a senhorita pode continuar a contar comigo em todo o tipo de ajuda. Já tenho feito, e vou continuar fazendo.

   Ela ia dizendo, de novo, que era problema dele terem se chocado um com o outro daquela maneira. Lembrou-se de novo da amiga. Muito grata. Nem sei como lhe agradecer. Silêncio. Bem, senhorita. Por favor, interrompeu ela: vamos parar com esse lance de senhorita? Certo. E você para com o lance de senhor. Está combinado.

    Despediram-se. Ufa! Ela falou. Mas, mais tarde, quando contou para a amiga, ela comentou que bom que estavam se entendendo. Trocaram informações sobre o trabalho de uma, os resultados do exame da outra. Não seria necessária a cirurgia. Apenas mudariam o tipo de imobilização.

   Fizeram assim. Ela penou de dor. Chorou. E por acaso, a amiga havia cruzado com o homem na rua. Cidade pequena. Trocaram ideias. Sua amiga é geniosa. Ela riu. Anuiu, mas replicou que tinha bom coração. Magnânima.

   E notificou que a amiga não precisaria de cirurgia. Que talvez saísse ainda hoje do hospital. E se ele não poderia levá-la a casa. Deu o endereço. Explicou onde ficava. Ele sabia mais ou menos. Ficou combinado.

   Pelas 14h ele chegou à enfermaria onde Anita não o esperava. Ué! Ela exclamou. Ah, não: não acredito que aquela cretina fez isso comigo. O homem apenas deu de ombros com uma careta no rosto.

    Ela me paga. Mas não vou mesmo incomodar o se... você. Não faz sentido. Calado estava, calado ficou. Posso ajudar? Ela fez cara de dor. Justificou. Põe pra baixo, ele dói. Está inflamado.

   Ele se aproximou para ver. Ela, pela primeira vez, viu-o assim perto. E leu, na expressão da face, descontentamento dele por toda essa situação dela.  Então, ela como que se assustou. Talvez com ela mesma, que não havia notado toda a complacência dele.

   Posso amparar você? Então se olharam, cara na cara, pela primeira vez. E demoravam mais do que o habitual, nessas horas. Ela então falou, olho no olho, está doendo muito. Ele ajudou, ela recostou na cama, ele, com todo o cuidado, repôs o tornozelo fraturado de volta.

   Vou falar com o médico. Acho que não vai encontrar, ela disse. Saiu. Demorou. Retornou com um enfermeiro. Fez perguntas sobre dores. Disse que elas cessariam com os remédios. Mas o homem argumentou que, com esse grau de dor, não havia nem como transportar.

   O enfermeiro então saiu. Ele perguntou pelas dores. Estou te incomodando e te ocupando. Aquela lesada da Tina me paga. Não tinha de mandar você vir aqui. Ela que está te explorando. O se... você tem responsabilidade.

   D. Anita, no momento, minha prioridade é você. Ela fixou os olhos nele, como que para entender direito o sentido dessa afirmativa, mantiveram-se olhar fixo os dois, para ela logo emendar muito grata.

   Para logo entrar o enfermeiro, caso o médico passe agora, pela noite, ele avalia, caso não, você pernoita e amanhã ele vê. O homem havia se voltado para ouvir, agradeceu, ela junto, o enfermeiro voltou da porta.

   Ele estendeu a mão, oferecendo-a a ela, que correspondeu, estendendo a sua, ele a tomou, apertou com suas duas mãos e, antes de devolver, levou aos lábios e deu um beijo, nem rápido e nem demorado, suficientemente significativo.

   Suavemente lhe devolveu a mão. Amanhã venho te buscar. Ela demorou olhando. Para logo dizer: eu espero. Riram um para o outro. Era a primeira vez que sorriam um para o outro.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Resignação: conto curtíssimo

 Saiu à sacada. Foi fumar. Dizia que havia largado: "Não. Larguei o cigarro". Dizia. Mas havia pedido um no corredor, ao colaborador da faxina.

   Havia uma varanda contígua à enfermaria. Portanto, saiu a fumar nela. Olhava à frente, noite alta, olhava a brasa do cigarro, expelia e também via a fumaça.

   A irmã era terminal. CA. Trabalhara a vida toda. Cargo na justiça. Salário bom. Por isso, podia pagar plano de saúde robusto. Estavam ali.

   Família muito unida. Os dois, único casal de filhos, solteiros. Melhor, solteirões. Ele já tivera uns casos. Mas concluiu que nem para casos servia. Era raro, não, raríssimo procurar mulher.

   Não ligava para isso. E de tão reservado que era, nem círculo de amizade, direito, tinha, para que houvesse gozações sobre isso. Era problema dele.

   Gerente de uma loja de peças. Humano. Mas na dele. Então, não havia espaço, nem dava pé para essas brincadeiras. Já a irmã tivera um grande amor. Único. Mal sucedido.

   Ela deduziu que ele só lhe queria o corpo. Não deu. Não compartilhou. Muito inteligente, fez e foi o que quis. Faculdade. Tradutora e até bico como dubladora. Concurso. Justiça do trabalho.

   Ele, sempre brigado com a escola, lutou muito até o Clássico, assim chamavam na época. Quase não termina. Terminou a custo. Começou administração e parou, nem no meio, no início mesmo.

   Foi trabalhar como balconista nessa loja. Cedo revelou percepção, compromisso, diplomacia, logo foi subindo, até essa gerência. Estava por lá. E a irmã estava por ali.

   Muito amigos. A irmã, no leito, plenamente consciente, sorria para ele. Mais preocupada com ele, do que com ela mesma. Não abordavam, diretamente, o mal que a acometia.

   De tudo falavam, lépidos e práticos em tudo o que se referisse aos cuidados hospitalares com ela: banhos, medições, medicamentos, visitas, que eram raras, incômodos, remédios, enfim.

  Agora estava ali. Era noite. Olhava a brasa do cigarro, cuspia a fumaça para cima, via a evolução dela, refletia: "Droga, voltei para essa merda".

   Os pais haviam falecido quase que juntos. Os filhos cuidaram deles o tempo inteiro. Talvez, por isso, não tenham tido tempo para si. A amizade dos dois, Walter e Isadora, talvez mais ainda fosse assim tão forte, pela parceria que tiveram no ombro a ombro com que cuidaram dos velhos.

   Riam um para o outro, os dois irmãos, divertindo-se com as manias dos pais. Sofreram juntos a perda. Mas gratos, os dois, pelos pais que tiveram, super amorosos. Quem mais se preocupava se iriam casar ou não era a mãe.

   Sempre se divertiam e riam muito quando o assunto entrava nessa temática. O pai ria com os olhos. Era de falar pouco. A mãe não, era faladeira. Mas do jeito manso, sutil, silencioso, que não fazia algaravia.

   Ela dona de casa. Ele carpinteiro. Entendia tudo e muito de madeiras. Colocasse uma casa inteira aos seus cuidados. Punha de pé. Ela, receiteira de mão cheia. Luna, conhecido pelo sobrenome, Aldenora, uma rainha na vizinhança.

   A rua toda parou quando ela faleceu. 88 anos. Mansa, como um passarinho. Bem cuidada. Morreu dormindo. Por volta do amanhecer, umas 4h10min, ela percebeu a mãe dar um suspiro mais profundo. Era o passamento.

   Ele, o velho, enfrentou com galhardia. Viam-se os olhos umedecidos. Sorria espremido, a cada manifestação de pesar, e foram muitas. Os dois filhos, então, redobraram os seus cuidados com ele. Um dia, todos se reuniram para distribuir os pertences dela.

   "Papai, dizia a filha, eu sei que é doloroso, mas a gente vai ter de se reunir, um dia, para ajeitar as coisas da mamãe". O pai respondia, "Ora, está bem: é só marcar". Era prático. Marcaram.

   Mais riram, lembrando o jeito da mãe, do que choraram. Abraçavam-se, o filho era de rir menos, mas a muher ria fácil, como a mãe. E com o rosto inteiro, como o pai.

   Ela era uma muher bonita. Porte alto, clara, como a mãe. O pai era mais moreno. O filho puxara a sua cor. Era daquelas mulheres que não são belíssimas, mas reunia tudo o que, na verdade, embeleza, com valor agregado, uma mulher.

   Inteligente. Falar oportuno e moderado. Tom de meia voz. Personalidade. Presença. O imbecil que a quis só para consumo, era vil. Só por esse expediente. Porque tinha ela consigo que somente acolheria para si um modelo de relação se fosse idêntico ao dos pais.

   Coisa de décadas atrás. Não consentia que fosse como essa modernidade consentia. Foi rápido. Bastou ela perceber as intenções do dito cujo, com muita elegância, descartou. Ele ainda regateou, para somente parecer ridículo para ele. Dispensado.

   O irmão ainda fez menção das intenções dele com a irmã. Ganhou um tapa no ombro e um sorriso malicioso dela. Riram juntos. Aliás, ele somente ria com a irmã. Reconhecia que tinha uma melancolia existencial.

   Um dia, a mãe o interpelou: "Meu filho, esse jeito pensativo você herdou de seu avô. Papai era assim. Você é igualzinho a ele. Mas olha bem: ocupe-se, que sua mente desencanta".

   Pronto. Essa versão de sua mãe para o jeito herdado do avô, um encanto, grudou nele. Por isso, sempre que fumava e, quando o fazia, nos intervalos de suas ocupações, lembrava que estava dando espaço aos encantos que herdara do avô. Belíssima solução de sua mãe para essa sua modorra, ele pensava.

   Cuspiu fumaça. Estava na metade do cigarro. Olhou dentro, no leito, a irmã. Dormia pálida. Lembrou da morte da mãe, feito passarinho. Olhou a brasa. Havia parado, lá atrás, porque cismara que estava preso ao vício por causa do encanto herdado.

   Havia parado, porque havia lembrado da mãe, para que desencantasse, e resolveu não mais vincular seu azedume existencial ao fumo. Havia parado mesmo. Esse ele pegou de raiva, porque estava pensando no que seria a vida sem a irmã.

   Ficaria ele só. Cuspiu a última baforada. Olhou a guimba pela última vez. Cachuletou-a por cima do parapeito. Repetiu o xingamento, logo que deu conta. A mãe havia ensinado a não se jogar lixo alhures.

   Olhou mais uma vez a irmã. Lembrou do pai, chorando mansinho, quase imperceptível, esquanto recolhia os pertences da falecida.

domingo, 2 de julho de 2023

Tantas e uma só

Essa, no céu, é a lua
Lua linda, alva
Tanta coisa já viu
Uma e muitas, ao mesmo tempo

Uma e única, porque só ela
Este planeta somente tem uma
Solitária
Há outros planetas com outras
Tantas

Muitas, porque muitos olhos a veem
Já a viram
Muito a lua viu, testemunhou
Há a minguante🌖 e a crescente🌙
Há a nova, a cheia, a gigante

Há a lua de sangue
De tanto sangue visto
Desde que o planeta é planeta
Desde o justo Abel,
Como dizem as Escrituras

Tantas guerras, tantos crimes
Lua alva, manchada de sangue
Testemunha triste da humanidade

Mas há romance que ela inspira
Por ser, de si, muito bela
Nunca perde seu charme
E sua beleza

Uma dia, com meu filho no colo
Mostrei-a pela primeira vez
Tantas vezes a vi, tenho saudades

Lá na roça, no sítio
Na chácara
Na estrada
Inspirando amor

Regendo a noite,
Como dizem as Escrituras
O que dizem as Escrituras
Talvez, com elas,
Mais linda ainda seria a lua.