terça-feira, 26 de junho de 2018

BÍBLIA 11

       Arqueologia é uma jovem ciência. Renascimento, séc. XVI, um empurrão no final do séc. XIX e sua debut definitiva na transição para o XX. Podem ser consideradas diversas situações de começo.

         Uma delas tem relação com a dominação napoleônica do norte da África e terras da Palestina. Após sua saída, entra a Inglaterra e grandes expedições são financiadas na virada dos séculos XIX a XX.

       E muitas dessas jornadas tiveram a Bíblia como manual. Várias terras e povos tidos como não existentes foram confirmados nessas oportunidades.

       Daí a motivação em escrever uma obra que consagrou a Bíblia como rica em informações confirmadas pela história, em 1955, o clássico de Werner Keller "E a Bíblia tinha razão".

        Por isso não, porque em 2001 foi escrito "E a Bíblia não tinha razão". Os dois livros partem de pontos de vista diversos. O anterior tem sua premissa confirmada, porque parte da Bíblia para escavações e localizações de cidades nela citadas, antes tidas como inexistentes.

        E essa confirmação revoluciona a visão que se tinha do Livro, incrementando sua credibilidade. Este segundo, do mesmo modo, colhe informações bíblicas, exigindo localizar, unicamente por meio da arqueologia, respaldos extrabíblicos para elas.

       Seu objetivo é assumidamente demonstrar, na Bíblia, inexatidões que, por outro lado, desacreditam-na ou, ainda, cobrar confirmações da arqueologia, para somente então creditá-la. Isso como se fosse possível escolher que traços do mundo antigo se permitem desencavar.
     
         A Bíblia não depende exclusivamente da Arqueologia para ser confirmada. Isso porque já dissemos que seu discurso principal é o diálogo Deus-homem. Para tanto, tal ciência nada tem a acrescentar.

       E ela mesma não desenterra tudo o que já ocorreu, mesmo porque não é possível localizar, para todos os fatos da história, provas dessa natureza que os comprovem.

      Mas não deixa de ser interessante conhecer, a todo momento, comprovações arqueológicas de fatos que, anteriormente, eram desconhecidos ainda que, na Bíblia, sempre houvesse confirmação para eles.
   
       Como em 2013, quando Yossi Garfinkel, professor da Universidade Hebraica, liderou arqueólogos que descobriram ruínas da cidade bíblica de Saaraim, citada nos livros de Josué e em 1 Samuel. Ora, costumava-se dizer, de Davi, que não passava de um pequeno líder tribal.

      As dimensões da fortaleza ali encontrada, assim como, ao seu redor, fragmentos de metais, cerâmica e até vasos de alabastro importados do Egito, em torno de 1.000 a. C., indicam que, para existir um edifício com tais dimensões nessa época e a tal distância de Jerusalém, tais evidências indicam não ser tão diminuto assim o reino de Davi.
       
          Ou também a confirmação extrabíblica da Bênção de Arão, em Números 6,24-26. Pela Teoria dos Documentos, que pretende explicar como se deu a redação do Pentateuco, a data dessa composição e edição em muito de afasta dos tempos da possível existência de seus personagens, em cerca de 1.200 a. C.

        Costuma-se admitir a composição final desses textos na época persa, cerca de 700 anos mais tarde, no séc. V a. C. Mas arqueólogos encontraram um broche que apresenta uma gravação em metal com os dizeres dessa mesma oração. Era usado por volta de 900 a. C., por povos idólatras, que nele gravavam imagens de seus deuses.

         Adaptado, muito provavelmente, pelo gênio das mulheres judaicas que, para usar o enfeite, mantendo-se antenadas com a moda, escreveram: "O Senhor te abençoe/guarde/resplandeça o rosto sobre ti", substituindo a imagem do ídolo. Ora, este fato contraria a teoria de data tardia para essa "bênção araônica".

         Muito há para ser ainda descoberto. O contexto histórico da Bíblia, podemos dizer, está amplamente confirmado. Mais uma vez, porém, afirmamos: seu principal objeto, que é a fé, não depende da arqueologia ou qualquer outra ciência.

         Porém, sem dúvida, tais confirmações se dão em apoio ao contexto de sua mensagem. Isso porque Deus intervém na história humana. As evidências do agir de Deus têm pistas e têm testemunhas. Mas a fé nessa ação está diretamente relacionada ao caráter de Deus e Sua palavra. E não somente às pistas da arqueologia, entre outras ciências.
     

     

Nenhum comentário:

Postar um comentário