segunda-feira, 11 de junho de 2018

CARTA ABERTA


1. Quem sou:
     
        Meu nome é Cid Mauro Araujo de Oliveira. Sim, sou evangélico. E os desmandos e erros cometidos por evangélicos ou falsos evangélicos me entristecem, mas não me desmotivam a deixar de ser evangélico ou a deixar de defender os verdadeiros evangélicos.

2. O que é ser evangélico:

      Ser evangélico é crer, acolher e praticar uma mensagem de amor. Na Bíblia está escrito que Jesus pregava o evangelho. Eu nunca vou deixar de pregar o evangelho. Uma das principais características dos evangélicos é pregar o evangelho. Mas isso não lhes dá o direito de forçar ouvintes a ouvir essa mensagem ou incomodar as pessoas quando o fazem de maneira forçada.

3. Conteúdo do evangelho:

      O conteúdo do evangelho diz que Deus se fez homem em Jesus, porque era (e continua sendo) necessário morrer e ressuscitar em lugar de toda a humanidade, para que, diante de Deus, o pecado de todos e de cada um seja perdoado. Essa é a minha religião. Não a julgo perfeita ou melhor do que qualquer outra. Mas também não me venham dizer que há uma outra perfeita e melhor do que qualquer outra: não vou acreditar que exista uma única religião superior a qualquer outra.

4. A verdadeira religião:

     Acredito que o teste para toda e qualquer religião é o amor. Se há alguma religião que proclama o ódio contra o outro ou deseja praticar o mal contra qualquer um, seja por que pretexto for, não acredito nessa religião e não a considero religião, de re+ligare, o sentido de religião, que é religar com Deus, ou que Ser Superior for, porque não acredito em nenhum deus ou ser superior que não seja amor.

5. Eu e o Instituto Ecumênico:

     Já conheci, nesses meus 61 anos, até agora, de vida: pastor picareta, padre picareta, pai de santo picareta, médium espírita picareta e a lista é grande. Por isso, procuro não criticar, nesse sentido, a religião dos outros, mas reconhecer os defeitos da minha própria. E reconheço o contexto de fraternidade do Instituto Ecumênico Fé e Política do Acre como um lugar de aprendizado do respeito às religiões, assim como eventual denúncia dos erros e desmandos dessas mesmas religiões e não só dos erros de evangélicos.

6. O que é o Instituto Ecumênico:

      Não somos perfeitos nós que nos reunimos nessa fraternidade. E nem acreditamos na perfeição das religiões. Quando desejamos aproximar as religiões, não é para misturar. Mas para destacar suas virtudes (e até limitações e defeitos), num contexto de respeito. E este aprendizado também nos orienta para o convívio com outras diferenças que não somente a religiosa. Mas nossa especialidade procura ser essa, de convívio harmônico com as diferenças religiosas, para aprender e exercitar o convívio com as demais.

7. O Estado laico e as religiões:

      Recentemente estivemos reunidos com o Ministério Público do Estado do Acre no Seminário sobre Ensino Religioso e Intolerância Religiosa, em 8 de junho de 2018. Foi excelente oportunidade de aprendizado, quando entendemos os limites entre religião e contexto jurídico, no sentido do respeito devido a todas as religiões, e de como o Estado, como nação, município e estado, instâncias membro da uma Federação chamada Brasil, é laico, mas acolhe, por igual, todas as religiões.

     A seguir, em meu blog Professor Cid Mauro vou publicar o texto "5 lições que aprendi no Seminário sobre Intolerância Religiosa", a respeito da palestra do ilustre Procurador de Justiça do Estado do Acre, Dr. Sammy Barbosa Lopes. Como cidadão, assessor pedagógico da Secretaria de Estado de Educação, pastor evangélico e membro do Instituto Ecumênico Fé e Política, ali estive presente e também me foi facultado participar da mesa moderadora de representantes de várias religiões que, após a palestra, expuseram suas perplexidades e experiências sobre intolerância religiosa.

      Portanto, parece-me sensato listar, na forma acima proposta, minhas considerações sobre os resultados, no meu ponto de vista pessoal, desse encontro.

     

   
   



     

 

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