domingo, 3 de dezembro de 2017

Mal traçadas linhas 60

      Ei, prosélito!

      Todos somos, ou já fomos, prosélitos. Aliás, o cristianismo começou arregimentando prosélitos dentro do judaísmo.

      Isso porque, na mentalidade do Novo Testamento, eles haviam parado no tempo, não entendendo que em Jesus cumpriam-se tempos e profecias.

     Sintetizavam-se nEle a Lei, os Profetas e os Salmos. Se não enxergavam isso em Jesus, era porque pararam no tempo e no espaço.

     Os que enxergaram em Jesus o cumprimento das Escrituras, tornaram-se prosélitos do nascente cristianismo.  Porque  é assim mesmo.

     O tempo avança, as religiões envelhecem, seus templos empoeiram-se e seus postulados caducam.

     Vinho novo em odre velho. Quem pensa que o cristianismo é a religião definitiva, que chegou implodindo o judaísmo, não entendeu nada.

     Todas elas caducam. Por isso tanta fúria contra os que quebram suas doutrinas. Por isso fariseus/saduceus e companhia resolveram eliminar Jesus.

    E no final, ninguém quis responsabilizar ninguém. Romanos lavaram as mãos e judeus pediram que, sobre suas cabeças, caísse o sangue derramado.

    Ei, prosélito. Eu sou um prosélito. Seguidor de ocasião. Foi muito bom Lutero, nesses mais recentes 500 anos, ter deburocratizado a fé.

     Existe um Deus. Santo, justo e eu impuro pecador. Esse Deus me vê como nem eu mesmo admite. Ele resolve se fazer homem para estabelecer mediação entre nós.

    Por tanto, tenho acesso a Ele, em nome e pelo nome de Jesus, sem burocracia. Não. Não se trata de fundamentalismo. Trata-se de fundamento.

     Radical, assim. Em todos os sentidos.

   

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Mal traçadas linhas 59

      Sangue bom

      Antes de ser novela da Globo, foi gíria. Não sei desde quando, mas deve ter mesmo surgido entre o pessoal das comunidades do Rio de Janeiro.

     Pelo que remonta, sua origem apontava para um tipo "barra limpa", esta mais antiga ainda, sujeito (ou sujeita) com aval positivo da chefia. Cara (um ou uma) gente boa.

    Mas literalmente, sangue bom só tem um: Jesus. Unanimidade. Ninguém mais. O único sangue limpo. Único homem que não é um canalha.

     Se a Bíblia está certa em afirmar que sem derramamento de sangue, não há remissão de pecado, só um sangue bom, literalmente.

     Outro, de qualquer um (ou uma) não serviria nem para lavar a culpa individual própria intransferível de cada um (ou uma), diante de Deus.

    Qualquer sangue que clame da terra, como foi no caso do primeiro assassinato, não é, em absoluto, inocente. Nem mesmo o sangue de Abel.

     Depois de morto, ainda fala, como diz a Bíblia, e uma das coisas que fala é que, diante de Deus, não há inocência nem no sangue de Caim, nem no dele.

    Sangue mal. Sangue sujo. Uma vez derramando, não foi o sangue de Abel que o declarou, diante do Pai, justo: foi o sangue de Jesus.

    E quanto a Caim, não foi porque derramou de Abel, seu irmão, o sangue, é que condenou a si mesmo: é porque não ouviu a voz de Deus.

     "O sangue de teu irmão clama, da terra", mas diz o quê? Que não há inocência em nenhum sangue de ninguém, a não ser no sangue de Jesus Cristo.

     Jesus Cristo sangue bom.