segunda-feira, 18 de junho de 2018

BÍBLIA 1

       Bíblia. Palavra de Deus. Sim. Palavra é óbvio. Ela é formada por textos, cuja matéria prima é a palavra. Mas, de Deus, em que sentido?

        Tem de ler. O problema se configura na leitura e na ideia de Deus. A ortodoxia clássica diz que Deus revelou o que, por si mesmo, o homem jamais saberia.

       Mas como? Intuição? Ou seria pelo Espírito que, no início no Gênesis peregrinava sem rumo sobre a face das águas?

         Por outro lado, quem escreveu? Pelos princípios que configuram o que é literatura, alguém expõe ali uma ideia de Deus. E esta exposição atende a um público definido, num determinado contexto histórico, com uma intenção pré-determinada.

        Daí, pelo menos, estas duas opções de valor para o texto bíblico: (1) Deus fala por meio dele; (2) alguém fala em nome de Deus. Se bem que, nesta segunda opção, chama-se profeta quem assim procede.

      Voltamos à ortodoxia. Quem fala em nome de Deus, segue sua ou uma ortodoxia. Parte-se, então, de um dado contexto e ou de uma dada religião. E a voz de Deus, então, o que se chamaria ipsissima verba de Deus, "the very words", como seria dito no inglês, onde?

      Chegamos a um impasse. Entra a fé. Acreditar que Deus falou aos ouvidos, pelo sopro do Espírito, por inspiração, ou que, ainda por intuição humana, certo, não menos orientado pelo Espírito, alguém falou em nome de Deus.

      Por isso a história culmina na revelação em Jesus Cristo. Assim a Bíblia soluciona esse impasse. Indica em Jesus que a palavra se fez carne. Resta crer em Jesus. Ou resta crer nesta assertiva.
   
     A culminância da história bíblica caminha e aponta em Jesus a completa revelação de Deus. Todo o conjunto centraliza-se nessa verdade. O enigma da pessoa de Jesus revela-se do fato de que, como afirma o autor anônimo de Hebreus, ele é "expressão exata do ser" Deus.
   
     Portanto, palavra, na Bíblia, aponta para Jesus, culminância da revelação de Deus na história. A palavra se fez carne. Para desautorizá-la, é necessário negar Jesus.

      Não somente que tenha, historicamente, existido. Mas em que, tendo existido, seja uma fraude. E fraude seja tudo o que, sobre ele, a Bíblia diz.

     Portanto, a palavra na Bíblia aponta para Jesus. A principal chave hermenêutica do texto bíblico é compreender que toda ela aponta para Jesus.

     E o verbo se fez carne e habitou entre nós. E vimos a sua glória como do unigênito do Pai. Apóstolo João em seu Evangelho.

     Para que a palavra de Deus seja fraude, é necessário que Jesus seja fraude. Ele próprio, o texto que dele fala e toda "nuvem de testemunhas", não virtuais, de sua obra, sejam os próprios autores bíblicos, sejam todos o que creem no que está escrito, a obra do Filho de Deus filho do homem, assim etendida.



     

 

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