sexta-feira, 30 de setembro de 2016


     Daniel como político.

      Infelizmente a classe política em nosso país, independentemente dos partidos, é muito desvalorizada. E a razão disso não é o rigor da crítica social, porém a constatação de que a imagem deles está desgastada por sua própria conduta.

     Em Dn 1:21 já encontramos uma nota que diz ter ficado, na mesma posição a que ascendeu no tempo de Nabucodonosor, até os dias de Ciro, rei persa que invadiu a babilônia em 538 a.C. Isso dá um total de 67 anos de serviço, pelo menos, considerando 605 a. C. o ano em que, ainda jovem, foi levado de Jerusalém cativo na primeira de três levas.

      Se aquele jovem tinha, digamos, 18 anos, teria 85 quando foi chamado por Belsazar, filho de Nabonido, para decifrar MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM. Após a morte de Nabucodonosor, reinaram mais três imperadores em Babilônia, apenas um deles, Evil Merodaque, mencionado por Jeremias.

       Daniel, como político burocrata do Império, (1) resiste ao teste do tempo, permanecendo íntegro; (2) mesmo desagradando Imperadores, se fosse necessário, como no caso da tradução das inscrições, teve total credibilidade; (3) não se deixou corromper, sem afastar-se do padrão de Deus, da juventude à velhice; (4) coragem, integridade e fidelidade ao Senhor num regime opressor, em tudo desfavorável, em nada democrático.

        Quem dera tivéssemos uma quantidade significativa de políticos como Daniel. Infelizmente, até os denominados "crentes" têm envergonhado o nome do Senhor. Ó, Pai, que venham tempos de refrigério, rigor com os desonestos da classe política e consciência para que tenhamos cidadãos sábios e exigentes em sua escolha.

     Daniel,                                              exemplo de vida pessoal com Deus.

        Em Dn 2:17-18, ao saber que Nabucodonosor, muito esperta e inteligentemente, havia dito aos magos do Império que, ainda antes do prognóstico do sonho, teriam de dizer qual havia sido, sob pena de morte, nosso herói reuniu seu grupo de oração, sua congregação no exílio, ensinando a importância do grupo para a comunhão.

        Nós, que costumamos criticar o grupo, como se fôssemos superiores a ele, precisamos entender que, se para sermos salvos foi necessário, nem mais, nem menos do que o preço de sangue, em nada somos, nem superiores e nem inferiores, somos iguais, pelo sangue de Jesus, somos igreja.

         Em Dn 6:11-14 ele aparece insistindo em orar. Há alguma coisa, qualquer coisa que um verdadeiro crente faça sem que antes, busque confirmar, por meio da oração, se é fruto de fé? A oração, em Daniel, era espontânea. Não era o modelo farisaico de vaidade ou protocolo burocrático. Como se fosse fôlego de vida, era ritmado e essencial.

        Em Dn 9:2 nós o encontramos lendo os manuscritos do profeta Jeremias. Este profeta era rejeitado e desacreditado mas, quando tudo o que disse ocorreu e o povo foi levado cativo, seus escritos logo, logo ficaram populares e procurados por todos, nas reuniões das sinagogas. A famosa profecia das Setenta Semanas de Daniel, em 9:21-27 foi resultado da reflexão nos manuscritos de Jeremias.

      Comunhão na Congregação do exilio, vida de oração e leitura, dia e noite, das Escrituras. Daniel constitui-se em modelo de verdaeira piedade e dependência de Deus.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016


     
      A personalidade de Daniel

    Todos nós temos uma. Trata-se de um conjunto de características que definem nosso modo de ser. Elas acabam por definir uma espécie de “impressão digital” social, pela qual somos reconhecidos. Acaba sendo composta por aspectos individuais, somados aos aspectos sociais, visto que todo ser humano é relacional.

    O Cristão a tem retocada, desde sua conversão. A Bíblia diz que nos tornamos semelhantes a Jesus. Mais do que isso: somos (re)criados em Cristo, a partir dessa matriz, retocados pelo trato divino. Daí somos chamados a ser modelo, no contexto social, do que Deus requer de todos, que se entreguem a Ele para esse processo, chamado regeneração. A personalidade do Cristão, por definição, é atraente e atrativa.

   Daniel constituiu-se a si mesmo assim. Se você acompanhar o diálogo de Daniel com o funcionário do império, responsável pelo preparo dos jovens de elite que o rei sequestrou em Jerusalém, na primeira leva de exilados, em 605 a.C., vai perceber o modo elegante com que Daniel o convence de que uma outra postura, com respeito aos jovens judeus, deveria ser assumida.

   Primeiro, Daniel “pediu ao chefe dos eunucos”. Não havia outra coisa a fazer, porque todos os jovens estavam a ele subordinados. Portanto, uma vez assumindo que não iria contaminar-se e nem seguir a agenda do trainning babilônico, só restava a Daniel ser convincente porém, principalmente, humilde em sua negociação. Em segundo lugar, o texto bíblico diz que “Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia”. Ora, a prova de que a decisão de Daniel era, antecipadamente, confirmada por Deus, foi que o chefe dos eunucos concordou e ainda se tornou cativo de uma sábia decisão.

     Em terceiro lugar, o texto diz que “achou-os dez vezes mais doutos”, ou seja, a receita de Daniel e seus companheiros tornou-se padrão e foi confirmada como superior. Somos chamados, como igreja, a ser padrão perante o mundo. A nossa receita, com relação a vários comportamentos e posturas, torna-se padrão e se mostra melhor, com resultados superiores ao padrão do mundo. Resta-nos valorizá-la. Resta fazer a decisão certa. Resta-nos reunirmos condições para ter sabedoria, como Daniel, e fazer sempre a escolha certa.


                  Malaquias e a banalização da fé.       

       Deus se fez homem, em Jesus, para definitiva comunhão, em amor, conosco. Mas não podemos perder o temor e tremor, Fp 2:12, pela santidade dEle, pensando que Deus é "meu chapa", é um "mermão" ou um "ô, meu". Malaquias reage contra um povo que havia perdido o respeito próprio por Deus, tornando-se cínico. Favor lembrar, também, que cinismo contra o próximo, contra o outro, produz, em relação a Deus, o mesmo efeito.

          Portanto, nada mais atual quanto retirar da vida uma “religião de aparência”, com os vícios que a revelam sem nenhum efeito: cheia de pompa, porém sem conteúdo; agradável a nós mesmos, porém repugnante a Deus.  O estilo literário do profeta é listar e responder perguntas cínicas que, por si, representaram a postura daquele povo diante de Deus. Verifiquemos o quanto se encaixam em nossa prática diária de devoção, examinando-nos a nós mesmos, como diz Paulo em 2 Co 13:5.

          A primeira delas é das mais atrevidas, pois implica supor descredito do amor de Deus: “Eu vos amo. Em que nos ama?”, replica o povo. Amor é a identidade de Deus, como diz 1 Jo 4:8. Muito atrevimento do povo da época medir seus próprios caprichos em função da identidade de Deus e das disposições do Seu amor. Para termos ideia da profundidade da crise espiritual daquela gente e da estratégia de Malaquias, listamos abaixo as perguntas.

         Malaquias avaliou que o povo estava distante do sentido dado por Deus à verdadeira relação com Ele. Além da questão principal do amor, na pergunta retórica do profeta “ora, em que Deus nos ama?”, Ml 1:2, seguem outras, ainda mais reveladoras. Confira, a seguir: com relação a ter Deus como prioridade, “em que Te desprezamos?”, Ml 1:6; com relação ao culto, “em que Te profanamos o culto?”, Ml 1:7; ao compromisso com Deus, “em que Te profanamos a aliança?”, Ml 2:10; em relação à sinceridade no contribuir, “por que não nos aceita a oferta?”, Ml 2:14; em relação ao espontâneo prazer da relação com Deus, “em que Te enfadamos?”, Ml 2:17; com relação à necessidade de disciplina, “onde está o Deus do juízo?”, Ml 2:17;  quanto aos pecados da língua, no caso de blasfêmia cínica, “que temos falado contra Ti?”, Ml 3:13; crise de obediência, “de que adianta guardar a palavra do Senhor?”, Ml 3:14; e quanto ao falso arrependimento, “de que adianta andar de luto diante do Senhor?”, Ml 3:14.

            Malaquias, 450 a.C, última voz antes do longo período de silêncio de vozes proféticas no texto das Escrituras, até João Batista, concede uma ferramenta prática de avaliação da piedade cristã. Paulo recomendava a Timóteo que nela, pessoalmente, se exercitasse, 1 Tm 4:8, por ser em tudo proveitosa, incluídos benefícios nesta vida e na vindoura. Também menciona uma “falsa piedade”, em 2 Tm 3:5, cuja característica é negar o poder de Deus, assim como adverte que, quem escolhe viver “piedosamente em Cristo”, sofrerá perseguição.

          Embora não haja, em nossa língua, uma palavra só que corresponda, exatamente, ao sentido de piedade, pode ser definida como todos os componentes que interferem na resposta à ação de Deus em nossa vida. Desde o desejo de efetiva comunhão com Ele, à herança dos atributos e qualidades dEle, presentes em nossa vida, que serão resultado dessa relação. Exercitar-se na piedade envolve recursos de que, no dia a dia, em casa, na vida pessoal, assim como na igreja e no mundo, vida social, temos de lançar mão.

            Malaquias sugere avaliarmos, sendo críticos e inteligentes, o conjunto da nossa relação com Deus para, como diz Paulo, não sermos julgados pelos outros, 1 Co 11:31. Como estão nossa leitura e estudos periódicos da Bíblia? Como recomendou Deus a Josué, ocorre o tripé “meditação/prática/proclamação”? Temos efetiva vida de comunhão com Deus, que se reflete na relação com os outros? Vida de oração, que atesta em tudo dependermos de Deus? E o grau de interesse e assiduidade na igreja? Estendemos à família esses benefícios? Qual é o reflexo disso, então, na vida social? Estamos sendo cínicos?
         
            Cada área específica apontada pelo profeta necessitava ser corrigida. E, pelo visto, a demora já deixava transparecer a condição de caras de pau do povo e, consequentemente, a perda do temor do Senhor. Paulo recomenda em Fp 2:12, que haja temor e tremor quanto ao desenvolver da salvação. Deus opera em nós, Fp 2:13, Deus deseja completar Sua obra em nós, Fp 1:6. Portanto, nossa postura com Ele deve ser madura, crítica e sincera.       

quarta-feira, 28 de setembro de 2016



                    
                  Zacarias, companheiro de Ageu.
               
               Leitor atento deste livro, você vai perceber que Zacarias reúne três gêneros literários: visões, nos cap. 1-8; oráculos em meio à narrativas proféticas sobre o final dos tempos, nos cap. 9-14; e profecias especificamente messiânicas. A seguir, exemplos de cada um desses tipos de textos. Ainda vale destacar que há profecias que se apresentam como literatura apocalíptica. Ela surge nesse período de cativeiro babilônico. É necessário compreendê-la como reação à maior calamidade enfrentada pelo povo e Deus, reino do Sul em Judá, em 587 a.C., que foi sua ida para o exílio, como se fosse o “Êxodo ao contrário”.
             
           Lembrar que o reino do Norte de Israel já havia sido levado cativo pelos assírios, em 722 a.C., e disperso, para somente reunir-se fragmentariamente, gerando os samaritanos do tempo de Jesus. Quanto aos judaítas, agora perderam terra, Templo e rei e, no tempo desses profetas e dos líderes Zorobabel, Esdras e Neemias, formam a comunidade de retorno, em Jerusalém. A eles se dirigem esses dois profetas contemporâneos.
              
          Profecias de restauração, como em Zc 2:10-12, ao lado de descrições fantásticas e assustadoras, como a visão dos cavaleiros, em Zc 1:7-17 (Ap 6:1-8), ou a mulher sentada num efa, em Zc 5:5-11 (Ap 12:1-6) fazem parte do gênero misto do livro. É chamada literatura apocalíptica exatamente por causa da semelhança com o Apocalipse, único livro profético do Novo Testamento, escrito por João que, certamente, baseou-se em várias profecias do Antigo Testamento e praticou seu estilo.
             
       Profecias messiânicas, como “farei vir o meu servo, o Renovo [...] e tirarei a iniquidade desta terra num só dia”, Zc 3:8c9c, sobre a morte de Jesus na cruz; “trará a pedra angular sob aclamações. Graça, graça a ela”, Zc 4:7, sobre Jesus como a pedra angular; “eis o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do Senhor [...] levará a glória, assentar-se-á no trono, dominará, será sacerdote, haverá paz e unirá ambos os ofícios”, Zc 6:12-13, de como Jesus cumpriu todos esses atributos exclusivos dEle. Uma das mais notáveis e conhecidas profecias: “Mas, sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o meu Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia sobre o filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito”, Zc 12:10. O Espírito foi derramado em Pentecostes, At 2:1-13, mas resta uma conversão nacional dos judeus, prevista como sinal da segunda vinda de Cristo. 

           Finalmente, vamos indicar um modelo de oráculo, pequeno recado profético para a época do profeta: “Quem despreza o dia dos humildes começos, alegrar-se-á, vendo o prumo na mão de Zorobabel”, Zc 4:10. Três foram os grandes líderes das três levas de exilados que retornaram, no tempo dessa dupla profética: Zorobabel, Esdras e Neemias, respectivamente 536, 457 e 445 a.C. Enfrentaram reação contrária à construção do Templo, sob Esdras, Ed 4:4-24, assim como do muro, sob Neemias, Ne 4:1-23. Porém, foram vencedores. Como diz Paulo a Timóteo, basta querer viver piedosamente em Cristo, para ser perseguido, 2 Tm 3;12. Também o autor de Hebreus, em 12:12-13, recomenda a restabelecer joelhos trôpegos, e o lema das uniões femininas a ser firmes e constantes, em 1 Co 15:58.
             
          Com Deus, todo começo é humilde. Seja no tamanho da fé, Mt 17:20; quanto à importância do evangelho, Mt 11:25; quanto ao valor da mensagem da cruz, 1 Co 1:18; e quanto à marca do sentimento que devemos ter em nós, distintivo do que é ser igreja, Fp 2:5. Com Deus, todo começo é humilde porém, depender dEle e caminhar firme em Sua providência é garantia de vitória, ainda que surjam obstáculos. Foi assim na época de Ageu e Zacarias como, certamente, será hoje.


       A igreja do exílio.

  Daniel e seus companheiros formaram uma congregação no exílio. Reuniam-se em conjunto e constituíram-se em padrão para os exilados. Num período de angústia tão aguda para o povo de Deus, perdidos os elementos de sua identidade, terra, Templo e rei, esses jovens compreenderam a urgência em se tornar a “igreja” do exílio.
       Em Babilônia, os judeus reuniam-se em grupos separados. Não  mais tinham o Templo de Jerusalém como referência. Então, formaram as sinagogas. Você sabe a importância delas? Além de servirem a Paulo, séculos depois, como referência, em suas viagens missionárias pelo mundo romano, o culto que praticamos, desde o tempo da igreja primitiva, é sinagogal: cânticos, orações, testemunhos, leitura da palavra e pregação.
       Daniel e seus companheiros serviram como modelo ao povo do exílio em Babilônia: testemunho, quando se negam a adorar a estátua de Nabucodonosor; comunhão em oração, quando Daniel solicita que intercedam devido à entrevista dele com o Imperador; segurança de fé a todo o preço, quando afirmam que, ainda que não fossem salvos da fornalha, independente do livramento, o Deus deles era o mesmo.
      Outra marca decisiva dos jovens era a definição clara dos dons concedidos por Deus a eles e seu uso. Em Dn 1:17, está escrito que Deus deu aos amigos de Daniel conhecimento em toda a cultura e ciência e a Daniel entendimento em toda visão e sonhos. Não significa que há “dons de interpretação de sonhos”. Na Bíblia, é raro ocorrer esse expediente. Entre José e os sonhos interpretados de Faraó e Daniel e os sonhos interpretados de Nabucodonosor decorreram, aproximadamente, 1.000 anos.
    Mas inteligência em toda a cultura, ciência e enxergar as visões com que Deus quer alertar sua igreja, são dons muito raros hoje em dia, mas essenciais, que o empenho e disciplina diária desses jovens lhes proporcionou. Precisamos exercê-los, buscando a disciplina e o exemplo de vida desse grupo consagrado de irmãos, modelo da congregação do exílio e, certamente, modelo atualizado para as congregações atuais.
         

terça-feira, 27 de setembro de 2016


     “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei”.
         

      A atitude firme de Daniel com relação ao que ele, claramente, reconhecia como mundano, portanto, nocivo à sua saúde espiritual, determinou sua conduta. Daniel:                                       

 1. Não apenas resolveu, mas se mostrou firme: devemos buscar, na Bíblia, orientação, com ajuda do Espírito. Ela é nosso filtro e nossa lente para enxergar, não o que desconfiamos ser mundanismo, mas o que Deus avalia como nocivo à nossa saúde espiritual;                                        

 2. Contaminação: vivemos imersos numa cultura. Não há como não nos deixarmos influenciar e participar dela. Porém, há um limite que devemos definir. O crente lança mão de uma contracultura cristã. Seus valores e seu modelo de conduta serão outros e sempre serão questionados, mas devem ser mantidos: sal da terra e luz do mundo.                                                      

3. Finas iguarias do rei: muitas vezes até mesmo a igreja, como grupo, tem adotado valores que não são bíblicos. E, na maioria das vezes, é por desinformação e falta de estudo e conhecimento da Palavra de Deus. São “fins iguarias”, ou seja, supervalorizadas pela maioria, declarados autênticos e, às vezes até mesmo aceitos juridicamente como legais: tornam-se lei, como na Babilônia, mas não são corretos, diante de Deus.                                                                                 
        
      A sociedade pode seguir os modelos que quiser e o Estado seguir o padrão dela e sancionar leis que avalia como corretas como, por exemplo, desconsiderar que adultério é crime. Mas, para Deus, permanece como pecado e não há sentido retirar o “não” do mandamento: a Bíblia tem sua própria opinião. 

     Nossa postura não deve ser de juízes da conduta social, mas de profetas, como Daniel. Conhecer a Palavra, vivenciá-la e proclamar. Como disse Deus a Josué, seja muito homem ∕ mulher corajosos e sem medo para fazer isso.


sábado, 24 de setembro de 2016

A etimologia da palavra emoção
Numa obra traduzida pode-se ler: «emoção provém do latim emovere, que significa "tirar ou afastar do movimento".» Em outra obra, de um autor português, lê-se: «emoção deriva das palavras latinas ex +movére, que significam "mover para fora"». E ainda numa outra obra, em inglês no original, pode ler-se: «emotion is derived from latim, e +movere. It originally meant to migrate or transfer from one place to another.» No dicionário de Cândido Figueiredo pode ler-se: «Acto de deslocar (...) do latimemotus
Gostaria de saber a razão de tal diversidade e qual a exacta etimologia da palavra emoção. Não interessa a sua conceptualização científica, na acepção da psicologia.
A talhe-de-foice seria interessante, também, saber as etimologias de:afectoafectividadesignificação,sentirsensação.
Grato pela vossa atenção e serviço!
Manuel dos Santos  Professor Porto, Portugal  4K
Se reparar bem, a diversidade que menciona é, no fundo, unidade, porque as palavras latinas mencionadas incluem os mesmos radicais latinos, os do verbo movēreEmoção é adaptação do francês émotion, que parece ter sido criado como substantivo correspondente ao verboémouvoir e ter tido por modelo o francês antigo motion. Esta palavra evoluiu do latim motĭo,motiōnis, «movimento, perturbação (de febre)», cujo radical é o mesmo de motum, uma das formas (supino) do verbo movēre.
Em relação aos restantes vocábulos, seguem-se as seguintes notas etimológicas, todas elas provenientes doDicionário Houaiss:
Afe{#c|}to: do substantivo latino affectus,us, «estado psíquico ou moral (bom ou mau), afeição, disposição de alma, estado físico, sentimento, vontade».
Afe{#c|}tividade: palavra derivada de afe{#c|}tivo(afe{#c|}tivo + -i- + -dade).
Significação: do latimsignificatĭo,ōnis, «a{#c|}to de indicar, de assinalar; indicação, anúncio, sinal; marca de aprovação, sinal de assentimento, manifestação favorável; significação, sentido».
Sentir: verbo que evolui do verbo latinosentĭo,is,sensi,sensum,sentīre,«perceber pelos sentidos, sentir, ter sentimento, conhecer, experimentar uma sensação ou sentimento, fazer total uso dos sentidos e faculdades, estar alerta e consciente; tornar-se ou ser ciente de; ser afetado por, sofrer a influência de (força física etc.); padecer; experimentar; pensar, expressar uma crença, opinar; (diz-se de juiz ou jurado) dar um voto ou um veredito; compreender etc.»
Sensação: trata-se da adaptação ou evolução do termo do latim tardiosensatĭo,ōnis, «fa{#c|}to de compreender, compreensão», tendo por base um dos radicais do verbo latino sentīre, «perceber através dos sentidos, sentir etc.»; é provável que a palavra latina tenha primeiro tido uso em francês sob a forma sensation, «impressão produzida pelos objetos sobre os sentidos», antes de o português a ado{#p|}tar; ainda em francês, o vocábulo foi retomado no século XVIII, nas acepções de «impressão produzida por estímulos exteriores sobre os sentidos, causando prazer ou sofrimento», «estado psicológico com forte componente afetivo», «impressão exercida sobre alguém», as quais também passaram ao português.
Carlos Rocha 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016


               Igreja é sentimento 2.

               Mas, o que é sentimento? Dizem as Escrituras "tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus". Precisa saber (1) o que é sentimento; (2) que sentimento é esse que Jesus teve; (3) como tê-lo em nós.

               Perdão, amor e comunhão são o fundamento do que é ser igreja. Não existe perdão sem amor e não existe comunhão sem os dois. Então, para que seja autêntico, somente os três reunidos.

               Sentimento está relacionado a sensação, afetividade, emoção, significação. Sensação tem a ver com "uso dos sentidos". Afetividade, com "uso ou emprego do afeto", tem a ver com a psique humana.

              Emoção, diz respeito a "mover", movimento. E significação é relativo a "sinal", assinalar com marca favorável de aprovação.
         
              Procure em https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-etimologia-da-palavra-emocao/24181  a descrição etimológica desses termos.

               Certamente, em Jesus, todas as forças da razão se puseram à serviço do sentimento. Atualmente, há quem veja total incompatibilidade entre razão e sentimento. Porém, em Jesus, tudo estava a serviço do amor.

              Movia-se, de mover-se, emoção a favor do amor. Afeto, o que afetava Jesus dizia respeito ao que acionava nele o amor. O sentir de Jesus era sensível na medida da sensibilidade regida pelo amor.

                Para ficar nos termos do texto desse autor, Carlos Rocha, significado, para Jesus, era tudo assinalado com as marcas do amor. Cerca-se o termo sentimento, na tentativa de defini-lo, na correlação com esses termos.

               Falta dizer que sentimento, em Jesus, tem a marca do próprio Jesus. Trata-se do "sentimento que houve em Jesus" também num traço distintivo: só em Jesus opera o sentido pleno e original.

              Igreja é sentimento de Jesus vivido por ele, nele em essência, por ele repartido conosco, vivido em nós e por nós. Nessa comunhão que somente Jesus promove, por ação do seu Espírito, torna-se possível igreja.

               


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Mal traçadas linhas 34.

   

          Igreja é sentimento.

          Muito mais do que lugar, embora lugar também seja parte integrante. Mais do que doutrina, embora doutrina sadia, como diz Paulo Apóstolo, seja essencial. E mais do que somente reunião, embora comunhão, outra definição de igreja, não possa prescindir de gente que caminhe junto, compartilhando o mesmo pão.

          Mas em que lugar? Qualquer. Onde Jesus estiver. Eis que estou convosco todos os dias. Onde estiverem dois ou três reunidos. Jesus disse que edificaria sua igreja. E o sentimento de que aqui falamos é o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. "Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus."

          Daí, dizermos que, caso haja local e doutrina, ou quaisquer outros fatores e dados a acrescentar, porém se não houver sentimento, pode ocorrer, incidentalmente, igreja institucional, mas não haverá igreja real.

            Jesus carregava consigo um sentimento. A sede do sentimento é o coração. Claro que usou sua inteligência e procurou dotar seus discípulos de doutrina, definição e regras básicas, simples, diretas, ao alcance de qualquer um, para identificar o que era ser igreja no mundo, distinguido do que, absoluta não, ou disfarçadamente fosse igreja.

            E claro que promoveu, indicou, ensinou e conviveu em comunhão, não somente entre Si e os discípulos, mas exerceu-a pública e democraticamente, sendo até discriminado por, supostamente, escolher mal com quem desejava exercer tão distintiva e exclusiva marca, a da comunhão, que é mistura.

            Só que comunhão tem, como fundamento, a restauração, no homem, da ação de Deus. Comunhão começa com Deus e só é possível se Deus operar, no homem, cura. O principal mal na condição humana é que, em essência, o ser humano é rebelde a ação de Deus em si mesmo.

           Pode, aparente, social e superficialmente admitir que acredita, adora e adota Deus, isso se chama religião. Mas, no cara a cara com Deus, na intimidade com Deus, o ser humano descobre seu estado de rebeldia, sua natural rejeição e predisposição ao que é vil.

           Isso porque o ser humano se descobre inimigo de Deus, de si mesmo e do outro. Vai descobrir que precisa, humildemente, da ação de Deus em sua vida. E Deus se fez homem para manter comunhão com o ser humano. 

           Em tudo equiparou-se ao ser humano, condição humana, vida e morte, exceto no pecado. Daí ter Jesus Cristo autoridade sobre o pecado, por tê-lo vencido em si próprio, sobre a morte, por ter ressuscitado, e colocar-se equiparado ao mandamento, pelo fato de nunca tê-lo transgredido.

           Amor é o sentimento. Se alguém perguntar por que Deus se fez homem, a resposta é por causa do sentimento. Tende em voz o sentimento, o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Igreja é sentimento. Igreja é a prática do amor. Em todo lugar. Entre todos e qualquer outro.

           Jesus andou por toda a parte, praticando o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, dizem as Escrituras. Carregado desse sentimento. Carregado de amor. Edificando sua igreja, que Pedro, apelidado "pedra", por Jesus, diz que é composta por "pedras que vivem". 

          Somos pedras que vivem, altar tosco, soerguidos e edificados sobre o fundamento, que é Jesus. Obra inacabada, que Deus, o arquiteto, continua a construir, dando o acabamento, do qual o Espírito é o artífice. Edifício, segundo dizem as Escrituras, para habitação do próprio Deus.

Mal traçadas linhas 34.

   

          Igreja é sentimento.

          Muito mais do que lugar, embora lugar também seja parte integrante. Mais do que doutrina, embora doutrina sadia, como diz Paulo Apóstolo, seja essencial. E mais do que somente reunião, embora comunhão, outra definição de igreja, não possa prescindir de gente que caminhe junto, compartilhando o mesmo pão.

          Mas em que lugar? Qualquer. Onde Jesus estiver. Eis que estou convosco todos os dias. Onde estiverem dois ou três reunidos. Jesus disse que edificaria sua igreja. E o sentimento de que aqui falamos é o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. "Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus."

          Daí, dizermos que, caso haja local e doutrina, ou quaisquer outros fatores e dados a acrescentar, porém se não houver sentimento, pode ocorrer, incidentalmente, igreja institucional, mas não haverá igreja real.

            Jesus carregava consigo um sentimento. A sede do sentimento é o coração. Claro que usou sua inteligência e procurou dotar seus discípulos de doutrina, definição e regras básicas, simples, diretas, ao alcance de qualquer um, para identificar o que era ser igreja no mundo, distinguido do que, absoluta não, ou disfarçadamente fosse igreja.

            E claro que promoveu, indicou, ensinou e conviveu em comunhão, não somente entre Si e os discípulos, mas exerceu-a pública e democraticamente, sendo até discriminado por, supostamente, escolher mal com quem desejava exercer tão distintiva e exclusiva marca, a da comunhão, que é mistura.

            Só que comunhão tem, como fundamento, a restauração, no homem, da ação de Deus. Comunhão começa com Deus e só é possível se Deus operar, no homem, cura. O principal mal na condição humana é que, em essência, o ser humano é rebelde a ação de Deus em si mesmo.

           Pode, aparente, social e superficialmente admitir que acredita, adora e adota Deus, isso se chama religião. Mas, no cara a cara com Deus, na intimidade com Deus, o ser humano descobre seu estado de rebeldia, sua natural rejeição e predisposição ao que é vil.

           Isso porque o ser humano se descobre inimigo de Deus, de si mesmo e do outro. Vai descobrir que precisa, humildemente, da ação de Deus em sua vida. E Deus se fez homem para manter comunhão com o ser humano. 

           Em tudo equiparou-se ao ser humano, condição humana, vida e morte, exceto no pecado. Daí ter Jesus Cristo autoridade sobre o pecado, por tê-lo vencido em si próprio, sobre a morte, por ter ressuscitado, e colocar-se equiparado ao mandamento, pelo fato de nunca tê-lo transgredido.

           Amor é o sentimento. Se alguém perguntar por que Deus se fez homem, a resposta é por causa do sentimento. Tende em voz o sentimento, o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Igreja é sentimento. Igreja é a prática do amor. Em todo lugar. Entre todos e qualquer outro.

           Jesus andou por toda a parte, praticando o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, dizem as Escrituras. Carregado desse sentimento. Carregado de amor. Edificando sua igreja.

Mal traçadas linhas 34.

   

          Igreja é sentimento.

          Muito mais do que lugar, embora lugar também seja parte integrante. Mais do que doutrina, embora doutrina sadia, como diz Paulo Apóstolo, seja essencial. E mais do que somente reunião, embora comunhão, outra definição de igreja, não possa prescindir de gente que caminhe junto, compartilhando o mesmo pão.

          Mas em que lugar? Qualquer. Onde Jesus estiver. Eis que estou convosco todos os dias. Onde estiverem dois ou três reunidos. Jesus disse que edificaria sua igreja. E o sentimento de que aqui falamos é o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. "Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus."

          Daí, dizermos que, caso haja local e doutrina, ou quaisquer outros fatores e dados a acrescentar, porém se não houver sentimento, pode ocorrer, incidentalmente, igreja institucional, mas não haverá igreja real.

            Jesus carregava consigo um sentimento. A sede do sentimento é o coração. Claro que usou sua inteligência e procurou dotar seus discípulos de doutrina, definição e regras básicas, simples, diretas, ao alcance de qualquer um, para identificar o que era ser igreja no mundo, distinguido do que, absoluta não, ou disfarçadamente fosse igreja.

            E claro que promoveu, indicou, ensinou e conviveu em comunhão, não somente entre Si e os discípulos, mas exerceu-a pública e democraticamente, sendo até discriminado por, supostamente, escolher mal com quem desejava exercer tão distintiva e exclusiva marca, a da comunhão, que é mistura.

            Só que comunhão tem, como fundamento, a restauração, no homem, da ação de Deus. Comunhão começa com Deus e só é possível se Deus operar, no homem, cura. O principal mal na condição humana é que, em essência, o ser humano é rebelde a ação de Deus em si mesmo.

           Pode, aparente, social e superficialmente admitir que acredita, adora e adota Deus, isso se chama religião. Mas, no cara a cara com Deus, na intimidade com Deus, o ser humano descobre seu estado de rebeldia, sua natural rejeição e predisposição ao que é vil.

           Isso porque o ser humano se descobre inimigo de Deus, de si mesmo e do outro. Vai descobrir que precisa, humildemente, da ação de Deus em sua vida. E Deus se fez homem para manter comunhão com o ser humano. Em tudo equiparou-se ao ser humano, condição humana, vida e morte, exceto no pecado. Daí ter Jesus Cristo autoridade sobre o pecado, por tê-lo vencido em si próprio, sobre a morte, por ter ressuscitado, e colocar-se equiparado ao do mandamento, pelo fato de nunca tê-lo transgredido.

           Amor é o sentimento. Se alguém perguntar por que Deus se fez homem, a resposta é por causa do sentimento. Tende em voz o sentimento, o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Igreja é sentimento. Igreja é a prática do amor. Em todo lugar. Entre todos e qualquer outro.

           Jesus andou por toda a parte, praticando o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, dizem as Escrituras. Carregado desse sentimento. Carrego de amor. Edificando sua igreja.

Mal traçadas linhas 34.

   

          Igreja é sentimento.

          Muito mais do que lugar, embora lugar também seja parte integrante. Mais do que doutrina, embora doutrina sadia, como diz Paulo Apóstolo, seja essencial. E mais do que somente reunião, embora comunhão, outra definição de igreja, não possa prescindir de gente que caminhe junto, compartilhando o mesmo pão.

          Mas em que lugar? Qualquer. Onde Jesus estiver. Eis que estou convosco todos os dias. Onde estiverem dois ou três reunidos. Jesus disse que edificaria sua igreja. E o sentimento de que aqui falamos é o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. "Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus."

          Daí, dizermos que, caso haja local e doutrina, ou quaisquer outros fatores e dados a acrescentar, porém se não houver sentimento, pode ocorrer, incidentalmente, igreja institucional, mas não haverá igreja real.

            Jesus carregava consigo um sentimento. A sede do sentimento é o coração. Claro que usou sua inteligência e procurou dotar seus discípulos de doutrina, definição e regras básicas, simples, diretas, ao alcance de qualquer um, para identificar o que era ser igreja no mundo, distinguido do que, absoluta não, ou disfarçadamente fosse igreja.

            E claro que promoveu, indicou, ensinou e conviveu em comunhão, não somente entre Si e os discípulos, mas exerceu-a pública e democraticamente, sendo até discriminado por, supostamente, escolher mal com quem desejava exercer tão distintiva e exclusiva marca.

            Só que comunhão tem, como fundamento, a restauração, no homem, da ação de Deus. Comunhão começa com Deus e só é possível se Deus operar, no homem, cura. O principal mal na condição humana é que, em essência, o ser humano é rebelde a ação de Deus em si mesmo.

           Pode, aparente, social e superficialmente admitir que acredita, adora e adota Deus, isso se chama religião. Mas, no cara a cara com Deus, na intimidade com Deus, o ser humano descobre seu estado de rebeldia, sua natural rejeição e predisposição ao que é vil.

           Isso porque o ser humano se descobre inimigo de Deus, de si mesmo e do outro. Vai descobrir que precisa, humildemente, da ação de Deus em sua vida. E Deus se fez homem para manter comunhão com o ser humano. Em tudo equiparou-se ao ser humano, condição humana, vida e morte, exceto no pecado. Daí ter Jesus Cristo autoridade sobre o pecado, por tê-lo vencido em si próprio, sobre a morte, por ter ressuscitado, e colocar-se equiparado ao do mandamento, pelo fato de nunca tê-lo transgredido.

           Amor é o sentimento. Se alguém perguntar por que Deus se fez homem, a resposta é por causa do sentimento. Tende em voz o sentimento, o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Igreja é sentimento. Igreja é a prática do amor. Em todo lugar. Entre todos e qualquer outro.

           Jesus andou por toda a parte, praticando o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, dizem as Escrituras. Carregado desse sentimento. Carrego de amor. Edificando sua igreja.

Mal traçadas linhas 34.

   

          Igreja é sentimento.

          Muito mais do que lugar, embora lugar também seja parte integrante. Mais do que doutrina, embora doutrina sadia, como diz Paulo Apóstolo, seja essencial. E mais do que somente reunião, embora comunhão não possa prescindir de gente que caminhe junto, compartilhando o mesmo pão.

          Mas em que lugar? Qualquer. Onde Jesus estiver. Eis que estou convisco todos os dias. Onde estiverem dois ou três reunidos. Jesus disse que edificaria sua igreja. E o sentimento de que aqui falamos é o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.

          Daí, dizermos que, caso haja local e doutrina, ou quaisquer outros fatores e dados a acrescentar, porém se não houver sentimento, pode ocorrer, incidentalmente, igreja institucional, mas não haverá igreja real.

            Jesus carregava consigo um sentimento. A sede do sentimento é o coração. Claro que usou sua inteligência e procurou dotar seus discípulos de doutrina, definição e regras básicas, simples, diretas, ao alcance de qualquer um, para identificar o que era ser igreja no mundo.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Artigos soltos 12


        Crónica 3 - Salmo 4

        Escolha aleatória, este salmo está ligado à memória de criança, época em que meu pai ensinou-me seu último versículo. Trata-se de uma oração, ao mesmo tempo feita, registada e publicadas as lições aprendidas.

        Quase que não é possível agrupar versículos em tópicos temáticos, em sua estrutura, visto que as conclusões são expostas num ritmo em profusão, do primeiro ao ultimo versículo.

       Escolhemos agrupar as lições, à medida em que o salmista as deduz a partir de sua experiência pessoal: (1) experiência pessoal com Deus em oração, 4:1; (2) lições aprendidas e exortações deduzidas: 4:2-6; (3) conclusões pessoais e consequente conforto recebidos, 4:7-8.

       As lições podem ser assim subdivididas, em 4:2-6: (a) advertência contra a inversão de valores do ser humano, 4:2; (b) experiência individual de apego ao Senhor, 4:3; (c) prevenção contra a ansiedade e exortação à paciência, 4:4-5; (d) exortação contra a dúvida de que Deus sempre responda com bondade, 4:6.

       A conclusão de todo o salmo aborda duas coisas essenciais que, mormente na vida do homem contemporâneo, a perda ou a tentativa desesperada do ganho delas produz grande angústia: (1) alegria, felicidade; (2) paz e tranquilidade no sono.

       Segue-se uma sequência de salmos que são orações, do Salmo 5 ao 7, que sugiro, como exercício, sejam lidos e sua estrutura, ou seja, o modo como, em cada oração, a temática se desdobra por assunto, seja anotado por você, leitor.

      Crônica 4 - Salmo 8

       Alguns salmos se destacam entre os demais. Seja por sua temática, organização do assunto ou mesmo a beleza e inspiração do autor em sua tessitura.

      Exemplo desses é o Salmo 8. Começa com uma invocação, figura de linguagem chamada apóstrofo, ao nome do Senhor, repetida como refrão no final marcando, entre si, o que o autor tem a dizer.

      Então segue respondendo as razões por que invoca o nome do Senhor, designando-o magnífico, ou seja, explicitamente digno de sua grandeza. Seguem, pois, as razões.

       Estrutura: (1) invocação do nome e proclamação de Sua grandeza, 8:1a; (2) razões por que é grande esse nome, 8:1b-2; (3) o que é o homem, diante da grandeza de Deus; 8:3-8. Nessa segunda divisão, fragilidade e, ao mesmo tempo, mérito conferido por Deus ao homem, Sua excelsa criação, são indicados:

         (a) fragilidade do homem frente a criação de Deus, 8:3-4; (b) grandeza conferida por Deus ao homem, como destaque na criação, 8:5; (b.1) domínio sobre o restante da criação, 8:6; (b.2) sustento a partir dos recursos da mesma criação, 8:7, incluída a preservação dela, 8:8. Repetição da invocação como refrão ao final, 8:9.

        Este salmo classifica-se entre is messiânicos, pois a referência ao homem enquadra-se na condição de todos os homens, incluída a experiência do Filho do homem, Jesus. Na epístola aos Hebreus 2:5-10, o autor explica em que sentido Jesus se coloca abaixo doa anjos, precipuamente na experiência da morte, nunca experimentada por nenhum deles.

Linda imagem da Bíblia, Salmo 1,
Daquela da árvore boa, bem plantada
Junto a correntes de boa água
Que sempre deu bom fruto todo tempo.

Quintela, tuas folhas de boa árvore
Nunca murcharam. Olhos espertos ainda de menino
Voz presente feito juventude
Castanheira resistente na sua grandeza

Mas parece que o homem existe
Feito para derrubar árvore boa
E quem quer o bem do povo, triste imagem,
Cai ao chão, derrubado, nesse país, por leis de opressão,
Perseguido por quem só quer seu bem estar.

Fica, Quintela, sua voz e seu exemplo
Junto agora no lugar onde estão todos os heróis, que não morrem
E nós prosseguimos semeando paz, Semeando amor, nossa principal arma,
Na luta que continua sendo nossa.



sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Mal traçadas linhas 33


      Tornar-se criança.

      Seria classificado como um absurdo, se a ideia não fosse sugestão de Jesus. Alguém diria, mas em que sentido?

      Jesus é específico: tornar-se como criança para se converter e entrar no Reino de Deus. Pronto, soa mais absurdo ainda.

      Mas Jesus sugere essa atitude, que apresenta, pelo menos, duas características fundamentais: (1) é inteligente; (2) requer esforço e coragem.

      Pois, que aspectos, então delas, as crianças, assimilar e em que contexto pô-los em prática? Seriam a credulidade, a inocência e a fraternidade? Para ficar nessas três.

       Há que ressaltar outras qualidades das crianças, como a constante curiosidade por tudo, a capacidade de tornar tudo brinquedo e ainda sua capacidade para o perdão.

       Mas vamos falar da credulidade. É claro que crianças precisam de supervisão para que não sejam enganadas. Não se trata de acreditar em tudo ou qualquer coisa.

       Mas o primeiro passo para a fé é saber Deus verdadeiro. A palavra dEle chega a nós e cumpre Seu desígnio. Crer nisso é o primeiro passo.

        Esta deve ser a primeira ou mais importante verdade muito cedo ensinada a uma criança. Quanto à inocência, a criança é inimputável, mas é equivocado dizer que não comete erros.

       Nasce com essa capacidade e não pode ser deixada a sua própria sorte, sob pena de ter distorcido seu desenvolvimento. Porém uma vez educada e disciplinada, mostra-se receptiva à instrução.

       Fraternidade é a capacidade de se associar, de aceitar o outro com facilidade e identificar-se com ele. Elas têm, até demais, essa capacidade. Precisam até ser vigiadas nesse sentido.

       Pelo menos essas três qualidades deveríamos conservar: aceitar com facilidade a palavra de Deus, crendo que é fiel. Sermos humildes, entendendo que a inocência depreende esforço e disciplina pessoais.

       E que amar a todos e qualquer um, estudando o melhor modo de relacionamento, ser magnânimo e bondoso são características que precisamos administrar e pôr em prática em nossas vidas.

       Talvez seja Jesus o único adulto vivo que pode nos ensinar como ser crianças. Uma vez aprendido, poderemos falar a linguagem delas, reunindo suas qualidades e convidando outros a ser assim.

         Tarefa inteligente e não tão fácil, sugerida por Jesus, mas porta única para a conversão e entrada no Reino, segundo Ele mesmo disse.