terça-feira, 15 de setembro de 2015

Apocalipse



       Oi, blog.

     αποκαλυψις, assim mesmo, está escrito bem no início do último livro do Novo Testamento, consequentemente, da Bíblia. Palavra esta que teve seu sentido alterado. Significa Revelação, Revelation, em inglês, como é chamado o Apocalipse.

     Virou sinônimo de destruição, fim do mundo. Atribuem a Deus essa intenção. Quando será, enfim, que Deus vai destruir o mundo? Quando será o fim do mundo? Quando será o Juízo Final? Isso é uma estupidez. Simplesmente porque Deus não é destruidor. Deus é criador e renovador de tudo o que, esse sim, o homem, pretendeu destruir e está a caminho de fazer, com relação ao planeta inteiro, completando sua nefasta obra.

      Intencional ou subconscientemente, ou os dois, o homem responsabiliza Deus por todos os seus, do homem, desatinos. Na introdução do livro, do αποκαλυψις, está escrito um escalonamento progressivo de como chegou a nós essa Revelação. Vamos por etapas, passo a passo, no Capítulo 1:1:

      1. Revelação de Jesus Cristo, ou seja, pertencente a Jesus ou Revelação a respeito do próprio Jesus;

        2. A qual Deus lhe deu, ou seja, essa revelação Jesus recebeu de Deus, seu Pai;

    3. Para mostrar a seus servos as coisas que breve devem acontecer, aqui o objetivo essa antecipação, digamos assim, dos últimos acontecimentos: para ser técnico no termo, acontecimentos escatológicos, também do grego, εσχατος, escato, ´ultimo', e logia, estudo: 'estudo dos acontecimentos futuros, finais, últimos';

        4. E pelo seu anjo as enviou, aqui, a personagem angelical que acompanha o apóstolo João em suas visões (eu termino por concordar que seja o apóstolo, e pronto);

        5. E as notificou a João, seu servo, este o destinatário último das Revelações, na verdade, aquele que as repassaria às igrejas, às sete igrejas, tipificando todas as igrejas em todas as épocas.

        Pois ficou a marca da troca de sentido, Revelações que, pelo teor do que vai escrito no Livro que recebe seu nome, αποκαλυψις, Apocalipse, Revelation, elas assustam. Por que assim? A Bíblia em seu final, para encerrar ou cerrar o pano do teatro do drama humano se mostra pessimista?

        Pelos fatos descritos, a sequência dos sete(s), flagelos de Deus, taças de Deus, trombetas de Deus, enfim, transparece uma impressão que essas imprecações são mandadas por Deus para punir ou destruir a humanidade, de uma vez por todas.

         Porém, pedindo licença a este texto, apartando o raciocínio e supondo ser puramente metafórico o Apocalipse, ou seja, fictício, simbólico, representativo e ultrapassado, assim mesmo não precisamos acreditar nele para supor, checar e ter plena certeza de que o mundo terá um fim. Isso porque o próprio homem, a própria humanidade parte para autodestruir-se. 

        O homem costuma acusar Deus. Pôr em sua, de Deus, conta todas as mazelas que o cercam. O homem é autor delas, têm a sua, do homem, assinatura, mas ele pretende acusar que Deus as perpetra. Mas não é assim.

       Deus é bom. Ele é o único bom. Deus cria e renova. Para Deus, ele deseja que haja permanente renovação da vida. A cada momento uma renovação. Continuamente. Reinvenção da vida. Mesmo porque, uma vez tornado finito, frágil e falho, o homem passou a necessitar de socorro divino.

       Deus é perdão, amor, comunhão. Podia resgatar-nos a existência e colocar-nos num imenso Campo de Concentração nos céus, com tratamento VIP, nada comparado às invenções humanas nazistas ou guantanameiras, de Guantánamo, na Ilha. Não. Deus intenta comunhão. Desde já. Uma vez o homem consentindo que Deus habite seu ser, sua vida, Deus quer comunhão.

        Por isso, desde já, brota um renovo. Deus faz brotar renovos. Ele renova, Ele reinventa a cada momento, faz brotar tudo novo. A vida, segundo Deus e com Deus, a cada momento se renova, se reinventa e brota viva, plena. Eu vim para que tenham vida e a tenham plena. Eu sou o bom Pastor, o bom Pastor dá a vida pelas Suas ovelhas, disse Jesus.

         A marca do homem é destruição. Apocalipse, sentido alterado do termo, visão e menção popular da Revelação. A marca de Deus é restauração. Ele fará novas todas as coisas, está escrito neste próprio Livro de Revelação, em 21:5.

         Foi subindo como um renovo. É assim que, no Cântico do Servo Sofredor, em Isaías 53:2a, encontra-se uma referência a Jesus: raiz de terra seca, que não despertava atenção, visto que sua aparência não era formosa, aos olhos dos homens. Dele não fizeram caso.

         Pela vida afora, como dizia meu pai, segue o homem sem dar importância ao Renovo do Senhor. Se há vida, Deus dela é autor. Deus a renova, faze-a brotar a cada dia, reinventa-a. Continuamente.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015



  Flash matinal.


  Que árvore é aquela?
 De folhas lilases, roxas, arroxeadas
Sei lá.
  A brisa matinal, suavemente,
Castigava-lhe as pétalas
Folhas em arte
Caídas ao chão
Tapete na praça.
 Faveiro? Quem sabe?
Deus criou as árvores
Deus criou o homem
E o pôs num jardim
Para que, entre outras coisas,
Preservasse as árvores.
Elas são viventes na natureza.
Que lhes importa o nome?
Basta ser árvore.
Que lhes importa o nome?
Basta ser humano.
Basta, ser humano.