Aqui, após a exclamação, faltou aquele emoji de olhinhos arregalados. É muito legal conversar com ateus. Uso o termo, aqui, sem generalizações, mágoas ou, muito menos, depreciações.
Temos o direito, levadas em conta as nossas limitações e obviedades, de crer/descrer sem que precisemos nos considerar mutuamente excludentes. Ao contrário, somos complementares e, está provado, ambos temos espaço no espaço/tempo kantiano.
Sem que, para isso, nenhum dos dois avalie ser "dono da verdade". Mesmo porque, quando um dos dois reclama de falta de prova, ora, nenhum dos dois as tem: seja o crente ou o descrente. O que os coloca em idêntico pé de igualdade.
Não me venha dizer, portanto, como já explanado acima, que vá aparecer o tal dono da verdade, seja a "verdade revelada" (o crente) ou "verdade científica" (o descrente). Fiquemos assim, no acordo: nenhum dos dois tem prova definitiva.
E ainda, por hipótese, supondo ser o ateu em questão humilde, sim, porque pode parecer que não, mas existem ateus humildes e que seja o crente inteligente sim porque, assim como, existem crentes inteligentes, chegamos a um consenso.
Por isso será muito interessante quando, outra hipótese, todos os homens tiverem sido despertados do sono da morte, reconstruídas Deus sabe como, literalmente, as substâncias que os compõem, ateus derem de cara com o Criador.
Vão arregalar olhinhos de emoji, para dizer: "Ih!". Daí, minha intenção, mais humilde do que inteligente crente expor, em seguida, 5 (cinco) textos que representam flashes do que vou denominar "momento zero".
Exatamente o momento imediatamente antes do big-bang, que é quando, a partir de então, explorando aqui conjunções do português, por outras conjunções, ocorreu a Grande Explosão por meio da qual a ciência diz que começou tudo o que aí está.
Ora, para que ocorra uma explosão, é necessário haver o que exploda. Que se exploda, diz o vulgo. Mas fique claro, não é vulgo, mas sim, científico: que se exploda foi o momento 1. O momento zero foi antes, quando o acaso (ou Acaso) organizou a pré-explosão.
Portanto, pedindo permissão aos filósofos gregos, citaremos um (anônimo) oriental, que alguns afirmam ser Moisés, que seria o autor do Pentateuco, assim chamados os 5 primeiros livros da Bíblia. Com permissão. Supondo, terceira hipótese deste texto, haja vida inteligente (também) no Lívro.
Uma cara chamado Julius Wellhausen (1844-1918), biblicista famoso, tentou demonstrar o modo como documentos antigos, de diferentes tradições, deram origem ao que hoje aparece organizado, atribuído a Moisés e denominado "Pentateuco".
Ele define 4 traços de documentos, sucessivamente organizados por habilidosos redatores, estão na gênese, para já usar a palavra, dos cinco primeiros livros da Bíblia. São eles J, tradição "javista", da palavra Javé, Senhor; E, tradição eloísta, da palavra hebraica "Elohim, Deus; P, tradição sacerdotal, da palavra "priest", sacerdote; e D, tradição deuteronomista, de Deuteronômio.
Pois vamos nos basear, para os próximos cinco textos, no três primeiros versículos da Bíblia, Gênesis 1,1-3 que, por ironia são, um acréscimo de P, a título de introdução, às duas "histórias da criação" das tradições E e J. Pois segue a introdução assim planejada:
b'reshit barah elohim et hashamayim v'et ha'arets: v'ha'aretz hitah tohu vabohu v'hosheq 'al-p'nei tihom v'ruah elohim mirahephet 'al-p'nei hamayim: vayomer elohim ihi 'or vayihi-'or:
Havendo paciência, você leu no hebraico, transliterada a língua original do texto. Os dois pontos, no hebraico, são como o nosso ponto final. Evidentemente, somos gatos escaldados em filosofia grega. Ora, ora, ora, quão difícil é manter-se humilde quanto mais se avança nessa ocidental direção.
Mas haveremos de convir que essa não foi a mais antiga civilização sendo, talvez e sem sombra de dúvida, a que mais absorveu, processou a expressou, magistralmente, seu conhecimento, costumado ser aceito como os esteios de todo o caudal da civilização (pós)moderna, assim classificada.
Ora, terá sido a filosofia a mãe da ciência. E a literatura do Gênesis, acima, na esteira dessa classificação, denominada mito. Pois os cinco textos que ora seguem este zero, denominados 1, 2, 3, 4 e 5, serão escritos como uma reportagem de, por que não, Moisés para quem, tal qual um descrente, Wellhausen nega a autoria do Pentateuco.
Não em absoluto mas, se formos complacentes, pois há os que até neguem Moisés como personagem histórico, ora, fazem assim até outros com relação ao próprio Cristo, mas nós, complacentes, colocaremos Moisés com o repórter desse "momento zero". Que se exploda (o cosmo e qualquer crítica):
MESMO AINDA QUE NÃO PRESENTE:
MOISÉS DESCREVE 'MOMENTO ZERO'.
Nenhum comentário:
Postar um comentário