Lutas internas por perdão
Perdão de Deus incluiu amar o inimigo. Isso porque, no entendimento e nas obras malignas, qualquer ser humano é inimigo de Deus. Ou Deus ama inimigos, ou não terá quem amar.
Mas amarmos nossos inimigos, quer dizer, quem elegemos para inimigos, não aguentamos isso. É demais para nós.
Por isso Jonas, antevendo essa possibilidade, qual seja, ser, por Deus, colocado diante de si mesmo, tentou a fuga. Até ânsia de suicidar-se alimentou para si.
Sabemos que nem na morte se foge de Deus. Jonas quis se drogar, entorpecer-se nessa ilusão. Falhou. Deus dos absurdos foi a seu encontro.
Do sono no porão do navio, fê-lo encarar mar revolto. Poucos homens já viram ou tem coragem de ver. Convenceu a tripulação que jogá-lo ao mar seria seu talismã.
Eles o fizeram, com relutância. E o Deus dos absurdos deparou um peixe que engoliu Jonas que, nem assim, morreu. Então orou ao Senhor.
A oração que brota do porão, de dentro do abismo mais profundo. Mas é tão profundo esse abismo que, cessada a ameaça, vai pedir de novo a morte.
Colocado, de novo, diante de si mesmo, no desafio a amar o inimigo, a entender amor e perdão para o outro, sucumbiu novamente. O abismo era existencial.
O abismo é existencial. O homem está mergulhado no seu próprio abismo. O amor é mais forte do que a morte, diz o Cantares. Jonas tentou ainda inverter essa máxima.
Acaba o livro e não sabemos se o profeta aprendeu essa lição. Essa lição é aprendizado permanente. A todo dia aprendemos (ou não) com Deus. Como nos ensina Jonas, deparados ao óbvio de nossa existência.
Que lindo! Deus seja louvado.
ResponderExcluirO perdão está em Deus se somos um com Ele o perdão precisa estar em nós