segunda-feira, 2 de julho de 2018

BÍBLIA 16

        O conteúdo da Bíblia implica ter Deus, no Antigo Testamento, como personagem principal, assim como admitir-se Seu diálogo com o homem.

      Esse é o essencial do texto bíblico. Admite-se a possibilidade e demonstra-se, a todo momento, no texto: fala-se com Deus, fala-se de Deus e fala-se ao homem, em nome de Deus.

      Este é o diferencial do Livro. Caso não seja aceita tal realidade pelo leitor, cesse agora, pois a continuidade da leitura pressupõe essa postura exclusiva na Bíblia.

      Peças literárias de gêneros diversos: narrativo, descritivo, poético, corpo jurídico, genealogias, textos descritivos, sermões proféticos, espístolas, narrativas históricas enfim, de modo variado o conteúdo do que se chama "palavra de Deus" está, assim, expresso.

      Pressupõe-se uma parceria Deus-homem na configuração do texto. "Toda Escritura é inspirada por Deus", segundo Paulo Apóstolo. O termo "inspiração" aqui é específico.

        O que não obstacula o expediente humano, presente em várias oportunidades, como faz o autor anônimo de Hebreus, citando que falará resumidamente ou não detalhadamente do assunto. Desse modo, conferiu ênfase diversa a sua argumentação.

         Lucas indica o método que utiliza, quando diz que seu texto é um entre muitos outros, por narrar os fatos ocorridos com Jesus. Por isso o faz "após acurada investigação de tudo, desde sua origem".

       Paulo é notável nas cartas que escreve. São distintivos o estilo e a personalidade. Quando se questiona quantas são de sua lavra, sendo que ocorrem discordâncias, a qualidade da argumentação acaba por definir. Dificilmente haveria um outro autor desse mesmo nível.

         Alguns comentaristas discutem o estado dos manuscritos que chegaram a nossos dias. No caso do livro de Jó, por exemplo, aponta-se no texto, em alguns casos, problemas de precisão, quanto a sua forma final.

      Porém, no conjunto da obra, verifica-se que não ocorre comprometimento do todo. Uma prova flagrante da boa tradição dos manuscritos foi, em 1947, o achado de um rolo de Isaías numa caverna nas encostas do Mar Morto, na Palestina. 

        Este, entre outros, como um do profeta Habacuque, pertenciam a uma coleção de textos do AT, juntamente com rolos de preceitos doutrinários internos da seita dos essênios.

      A ideia óbvia foi comparar o texto do chamado "profeta evangelista", o mais citado do Novo Testamento, com o chamado "Texto Massorético", texto padrão de todo o AT. Significou comparar manuscritos cuja tradição de cópias psertencia a famílias de textos de épocas diferentes.

         Aproximadamente 200 a. C., para o rolo de Isaías, e séc X d. C., para o Texto Massorético. Seria comparar dois textos manuscritos do mesmo livro profético: um rolo a 500 anos da época de Isaías, 700 a. C., com outro 1.700 anos à frente.

       O texto massorético, que data de sua fixação como padrão no séc. X d. C, portanto, estaria a uma distância de 1.200 anos desses manuscritos do Mar Morto. Pulava-se, no texto, de uma distância de 1.700 anos, da época de Isaías, para apenas 500 anos.

       Pois a carga que se fez, quanto à possibilidade de se encontrar diferenças marcantes e comprometedoras, foi desfeita. As chamadas "variantes textuais" quando existiram, não comprometiam, desqualificadamente, o texto.

      Conteúdo do texto, assim como os elementos que confirmam sua tradição, ao longo de milênios, feita de modo criterioso, indicam fidelidade para o texto em sua transmissão. O teste com o rolo de Isaías, um dos mais recopiados e, por isso, sujeito a maior quantidade de variantes, aprovou todo o processo.
       
       O texto bíblico é o mais bem preservado em sua totalidade, do qual a maior quantidade de matrizes existem. Isso confere a todo o conjunto a maior credibilidade possível, desde o autor original, até à versão que você tem em mãos.


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