"Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem."
Êxodo 14:15
Há hora que não é de clamor. Há hora que é de marcha. A congregação do deserto se sentia ameaçada. Mas não foi para perecer no deserto que ela foi retirada do Egito.
A igreja de Jesus também atravessa o deserto. Foi retirada, sacada para fora do mundo, como diz Paulo Apóstolo: "transportada do império das trevas para o reino do Filho do seu (de Deus) amor".
Não vai clamar porque tem medo. Vai marchar. "Diga ao povo de Israel que marche". Diga à igreja de Jesus que marche, sem saudades do Egito. Alguns fatores podem amedrontar a igreja, fazê-la perder sua identidade e seu sentido de missão.
A primeira coisa é sentir saudade do mundo. Assim está no texto que o povo de Israel agiu. Às vezes achamos que o evangelho tem de se adaptar às nossas exigências.
Reduzimos o evangelho a um apêndice de nossa vida ou a mais um capricho da cultura mundana. É o evangelho à nossa imagem e semelhança. Perdemos identidade, somos assimilados pelo povo à nossa volta e não mais somos fiéis testemunhas.
A segunda é quando deparamos as dificuldades e os desafios que a defesa do evangelho requer. Pode-se dar o caso da parábola da semente, sufocados pelo que o mundo oferece ou envergonhados, sentindo-nos diminuídos por defender o evangelho num mundo tão descrente.
O despreparo do crente e o desconhecimento do valor do evangelho, a falta de conhecimento do que a fé requer de quem crê, acovarda ou revela, de uma vez por todas, que fé verdadeira nunca houve. Jesus peguntou, certa vez, aos discípulos: "Vocês também vão querer retirar-se?".
A terceira é para que haja convicção de que toda prova, quanto maior, mais certeza haverá de que dependemos absoluta e somente do poder de Deus. No mínimo e no máximo, vamos sempre depender da vara que fende o mar à nossa frente.
Mas o poder não está nela. O poder está em Deus. Como foi dito a Éfeso: "Lembra-te de onde caíste e volta à prática das primeiras obras. Bastou que Deus ordenasse o primeiro frente a frente com a primeira provação, para que esquecessem o primeiro amor.
Diga à igreja que marche, sem esquecer de onde saiu, de que ali foi alvo do primeiro amor. E também sem medo das dificuldades diante de si e sempre entendendo que depende, única e exclusivamente, do poder de Deus.
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