Jeremias impunha uma opção única de fidelidade ao Senhor. Afirmava ter conhecido todas as culturas ao redor, que fosse por viagens ou notícias de outras paragens, chegando a mencionar ilhas distantes.
E em todos esses lugares se ouvia de uma diversidade de deuses, aos quais todas as gentes eram fidelíssimas. Não é que o profeta fosse contra toda essa diversidade. Problema deles. Aliás, via neles essa virtude.
Porém Judá não tinha a seu Deus esse mesmo apego que se constatava alhures. Posto que, segundo avaliava Jeremias, não fossem deuses esses assim venerados. Ou que fossem, para seus seguidores, mas, pelo menos por seus atributos, em muito diferiam do Deus judaíta.
Admirava-se o profeta de constatar essa realidade no confronto da sua cultura com a de tantas outras nações estrangeiras. Prometia muito o Deus de Jeremias ou, pelo menos, o Deus em nome de quem ele falava. Não era, ao inverso, dizer que havia uma relação de troca, como era a das outras nações com seu deuses.
Satisfizessem seus deuses com as oferendas requeridas para, em troca, receberem deles proteção, sucesso em guerras, riqueza e renome, sustento nas colheitas, proteção contra intempéries e lucro no comércio.
Com Israel era diferente. Desde muito cedo foi-lhes informado que, sim, eram propriedade peculiar, povo exclusivo, menina dos olhos de Deus, essas coisas. Mas com uma missão. Levar às outras nações o testemunho dessa relação.
Não era, apenas, um toma lá, dá cá, relação essa tão costumeira, antiga, atual e frequente. Mas uma vocação, a própria vocação de Deus. A história do povo haveria de se confundir com a história de Deus, para que Ele se revelasse, não somente ao povo judeu, mas, por meio deste, a todas as demais nações.
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