Usa-me no teu querer,
Para falar de teu amor,
O Teu nome engrandecer.
Onde quiseres que eu vá
Propagar o Teu poder,
Faze o mundo contemplar
Cristo somente em meu viver.
Os campos eis a branquejar
E prontos para colher estão,
Se alguém anunciar
Tua grande salvação.
Dá-me coragem para ir
Ou pra mandar quem por mim vá,
Não tenha eu medo de partir
Para meu Jesus anunciar.
Oh, dá-me que eu sempre possa ver
As almas vindo a Jesus,
E que elas possam receber
Teu consolo e Tua luz.
Oh, dá-me sempre esta visão,
Mesmo que eu tenha de sofrer;
Faze-me puro coração
Pra só em Cristo ter meu prazer.
Nessa visão foram educados Cid e Dorcas, na herança de evangelho importado e ensinado pelos anglo-missionários que implantaram no Brasil, há mais de século e meio, o protestantismo de missão.
Fala de uma entrega incondicional a Jesus, refletida no espírito de missão a todo o custo, sem importar distância e estranhezas culturais. Também fui educado nessa mentalidade tendo, diante dos olhos, esse ideal.
O hino me traz, com força, à memória a personalidade de Cid e Dorcas, o seu contexto de igreja, no qual se conheceram e se engajaram em casamento. Sou fruto dessa época e dessa mentalidade. Talvez este século tenha pouco se esforçado para manter essa visão, que vem se consumindo.
Porque, talvez, os crentes de depois dessa geração estejam perdendo ou já perderam a visão mencionada nos 4 últimos versos da terceira estrofe. Ninguém acha mais que tenha de sofrer alguma coisa para ver "almas vindo a Jesus" ou tenha de hipotecar sua vida "pra só em Cristo ter meu prazer".
Ora, que tenha sido somente um "espírito de época", uma "cultura evangélica" que ficou no séc. XIX. Mas Cid e Dorcas a viveram intensamente: conheceram-se no pátio de igrejas, conviveram em família imersos nessa cultura e criaram seu único filho galvanizado nesse século.
Não vou discutir isso, quer dizer, a ida ralo abaixo dessa cultura considerada refugo. Tenho já 62 anos e minhas raízes são essas aí. Talvez seja muito tarde para mudar. Mas muito me preocupa a nova cultura que está vindo por aí, posta no lugar dessa. Porque ainda não tem personalidade. E não sabe o que fazer da vida, não mais hipotecada a Jesus, e perdeu seu senso de missão.
Não vou discutir isso, quer dizer, a ida ralo abaixo dessa cultura considerada refugo. Tenho já 62 anos e minhas raízes são essas aí. Talvez seja muito tarde para mudar. Mas muito me preocupa a nova cultura que está vindo por aí, posta no lugar dessa. Porque ainda não tem personalidade. E não sabe o que fazer da vida, não mais hipotecada a Jesus, e perdeu seu senso de missão.
Anotação, com a letra de Dorcas, do
hino acima digitado, provavelmente
cantado por ela no dia desse culto.
Provável foto desse culto
ou outro dia: sentado,
Jessé Moreira, que
garantiu, num empréstimo,
a última mensalidade no
curso de Bacharel em Teologia
do Cid: sorrisos que
sintetizam o espírito
de uma época.
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