10. NO COLÉGIO BATISTA.
Estudos: do "nóis vai, nóis faz"
até à Leopoldina Raillway
(siga texto e link)
O Senhor queria, e eis que em certo domingo a Mocidade de São Cristóvão e naquela ocasião o rapazinho humilde, mas crente e interessado nas coisas espirituais, assistiu ao programa que foi muito apreciado por todos. Ficou conhecendo após o programa, o irmão Olímpio Leão de Carvalho (já falecido) e tal conhecimento progrediu tanto que dentro em pouco foram morar juntos num quarto nos fundos do templo da Igreja Batista em Vila Isabel (pastor Antônio Charles também falecido). Pois foi o irmão Olímpio que arranjou uma vaga de zelador no Colégio Batista a ele destinada, mas não lhe interessando por questão de pequeno ordenado. Quando o humilde jovem compareceu ao Colégio Batista e se apresentou ao Gabinete do Diretor (Dr. Pastor José Nigro - falecido) e lhe apresentou o bilhete do irmão Olímpio, lendo-o rapidamente, voltou-se para o interessado ao emprego e lhe disse: "Olhe, rapaz, vou dar-lhe o emprego. Mas não venha com essa mania de estudar porque não vai dar."
--- "Está bem, dr. Eu quero ê trabalhar num ambiente sadio de crentes".
Todavia, com toda essa recomendação, 6 meses depois o jovem de aparência humilde e tímida se tornara estudante do Colégio Batista, e na sua carteira profissional, a qual possui até hoje em seu poder estão as seguintes anotações do então secretário do Colégio (Dr. Anselmo Páscoa, falecido): Salário: 100 mil réis com casa e comida; e deixou o emprego e passou a categoria de estudante.
No Colégio Batista permaneceu trabalhando e estudando, por conta própria, de 1939 a 1942. Começou como zelador do Edifício do Colégio em meiado (sic) de 1938, mas com as bênçãos do Senhor, que usou como seu instrumento o Pastor Antônio Charles (pastor da Igreja em V. Isabel), começou a estudar, visando possuir maiores conhecimentos para servir melhor à Causa. Não ousava dizer que era para o ministério, por achar um ideal elevado demais para as suas possibilidades. Ao Senhor pedia, em orações nas altas madrugadas no dormitório do Colégio, que lhe abrisse as portas para estudar um pouco, pelo menos para não falar "nóis vai, nóis faz", e ser instrumento mais hábil em suas santas mãos para servir o Seu reino na terra... Deus atendeu plenamente. Aleluia! Aquele que tinha a modesta pretensão de apenas terminar o primário e cursar até o 2° ano ginasial, o Senhor impulsionou e ajudou a fazer o ginásio completo; o curso clássico completo; o curso de Bacharel em teologia (no Seminário Betel) e o curso de direito (Bacharel pela Universidade do Estado da Guanabara).
11. Em fins de 1942, sentiu que chegou o tempo de deixar o Colégio. Precisava trabalhar em um emprego, do qual auferisse um ordenado mais condizente com rapaz com os seus 24 anos de idade. Que deixou tudo para estudar. Renunciou ordenado, roupa melhor (sacrificou sua apresentação pessoal anos a fio), pois do Colégio recebia somente o estudo, casa e comida. Estudava com livros emprestados e notas das aulas. Durante as férias trabalhava para pagar as taxas do Colégio. Dinheiro não via. A não ser uns biscatinhos que lhe davam as pessoas caridosas que admiravam o seu inaudito esforço para prosseguir nos seus estudos. Assim, a 2 de janeiro de 1943, ingressou na Leopoldina Raillway após uma prova de habilitação para trabalhar no seu escritório na Estação Barão de Mauá. Nela permaneceu até 30 de setembro daquele ano, quando, exonerou-se por ter sido nomeado para trabalhar nas mesmas funções no IBGE, mas com a vantagem de o horário ser de 12,00 às 18,00 horas, o que lhe facilitava as pretensões de continuar os estudos. E nessa repartição permaneceu até os dias de hoje, contando 35 anos corridos de serviço, computados os oito meses servidos à Leopoldina.
História da Leopoldina Raillway:
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