quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019


BREVE RESPOSTA À CARTA DE MEU PAI QUASE 25 ANOS DEPOIS:

O senhor, caro pai, sabe que respondi a esta carta lá atrás. Para dizer a verdade, nem lembro o teor de minha resposta, que pode estar guardada, com carinho, por Dorcas, sua esposa e minha mãe. Mas o teor desta segue aqui, para simples conferência.
 Apreciei muito relembrar o enfoque que você deu a nossa partida, há exatos 24 anos atrás, deixando o Rio de Janeiro para este outro Rio Branco. Você falou que foi um privilégio. Não seria fácil compreender isso, porque seu neto nem completou 1 ano, que seria em abril de 1995, e nós deixamos o Rio em janeiro de 1995.
 Sim, fizemos aquela festa simulada de um ano antecipado. Dela, aliás, temos o vídeo, com as cenas do cultinho e ainda a cena dos parabéns. Linda recordação! Mas, sem dúvida, liberar-se assim do filho único, recém-casado, e bem casado, com o bebê, único neto do filho único, mal o garotinho nasceu, dizendo ser uma bênção e uma riqueza de Deus é mesmo para poucos entenderem.
Por isso digo que foi tocante reler essa declaração. Após essa decisão, eu agora com mais de 60 anos e minha esposa 24 anos mais velha, com o garoto de 24 anos e a menina por que, aliás, você orou que nascesse e Deus respondeu, ela com quase 20 anos, dizer que somos dom e riqueza concedidos pelo Pai das luzes, isso nos reconforta muito.
Porque é muito delicado dizer, eu, pessoalmente, como pastor, assim declarado, e a família toda, que somos uma família missionária. Não é todo mundo que acredita ou que assim enxerga. Mas somos sim. Então, ouvir de você que o consolo de Deus a vocês, nessa hora pungente de despedida e o seu testemunho, como você mesmo diz, caro pai, a parentes e amigos foi dizer que somos dádivas do Pai das luzes a você e Dorcas, assim como a quantos alcançamos aqui no Acre, nesses 24 anos, ouvir isso de novo e agora muito reconforta.
Vocês foram nossos referenciais. Aliás, podemos dizer vocês são os nossos referenciais. Basta reler, acima, a carta de 1995. E, como diz a Bíblia, ainda que não mais estejam entre nós e que ainda usemos esta palavra tão dolorosa, “mortos”, dizem as Escrituras: “Depois de mortos, ainda falam”. E como diz Davi, não voltarão a nos encontrar nesta vida. Mas, certamente, nós vamos ao encontro de vocês.
Mas com outra certeza: encontrando com vocês, caro pai e cara mãe, certamente, de novo, vamos encontrar Jesus. E um dia vamos todos estar alerta e ressuscitados juntos para recordar esta e outras tantas bênçãos. Muito grato por sua carta de 24 anos atrás. Muito grato por suas palavras, compreendendo nossa missão. Grande conforto e certeza de que fizemos o certo, o que Deus queria para a nossa vida.

Até breve.
                                                           Cid Mauro Araujo de Oliveira.



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