Jeremias: o homem, seu tempo e o texto.
Três vertentes para que seja definida uma visão de Deus. Na possibilidade em que se confirmem textos de incontestável autoria do profeta, qual a impressão de Deus que transparece?
Todo o conjunto do livro a ele atribuído reserva pelo menos outros dois tipos de textos: biográficos, representado pela pessoa de seu escriba Baruque.
Assim como sermões, muitas vezes baseados em oráculos considerados autêntica fala do profeta, que têm como referência a escola deuteronomista de redatores.
E a época, reconhecida como emblemática. O caos total da perda da terra, a queda da monarquia e a destruição da cidade, incluído o Templo, configurava-se como um "êxodo ao inverso": retorno ao exílio e cativeiro.
Jeremias confirmava esse caos e, por isso, era considerado colaboracionista com os imperialistas babilônicos. Daí sua rejeição total. Os próprios conterrâneos de Anatote não o queriam ali refugiado.
Até um dos reis do período, em pessoa, desejava matá-lo. Somente contava com a simpatia de egressos do antigo "povo da terra", partido político-econômico que havia garantido a posse de Josias no trono, rei modelo de justiça na tradição do livro.
A época, o texto e o homem profeta que emerge desse contexto, nessa ótica que se pretende contextualizar a visão de Deus. E que função teria, hoje, esse conjunto de textos, tais circunstâncias históricas e como, ainda, configura-se um modelo de relação com Deus.
Esse exercício hermenêutico pressupõe uma chance de se contextualizar a mensagem de Jeremias para os dias atuais. Deus e o homem de hoje, no contexto dos dias atuais e que relação com o texto tradicionado se torna compatível com esta época.
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