quarta-feira, 7 de dezembro de 2016


     Orações de Paulo.

     Supondo, mesmo, que Deus ouça orações feitas pelos mortais, torna-se uma pausa onde parece que o infinito se detém, diante do efêmero e frágil, a fim de ouvir.

    Como se já não soubesse o que vai ser dito. E Paulo, em três orações que registra, Filipenses 1:3-11, Efésios 1:15-23 e 3:14-21 e Colossenses 1:9-12, formula suas suposições.

    Creio haver três tipos básicos de oração: (1) anterior e primeira entre todas, aquela da conversão; (2) logo após, quando percebemos que devemos orar por tudo; e (3) alcançada a maturidade, aquelas que avaliamos serem essenciais.

   Essas que Paulo delineia nas "Cartas da Prisão" são do tipo essenciais. Entre todas as demais orações, seu conteúdo define o que é ser cristão e, portanto, torna-nos todos participantes do que é solicitado.

    Pedem três aspectos indissociáveis da vida cristã: (1) crescer em amor; (2) o viver de modo digno de evangelho; (3) dar fruto. Os textos acima citados, uma vez comparados, são autoexplicativos e se interpretam mutuamente.

   Amor está sempre associado à percepção, à capacidade de escolher o que, aos olhos de Deus, é excelente. Escapa ao nosso entendimento e, como "sentimento de Cristo", não nos compete enumerar uma lista de preferências, porém, como Jesus, incluir todos nessa relação.

    Quanto a ser sincero para o dia de Cristo (Filipenses), que se compara ao viver de modo digno do evangelho (Colossenses), define a marca de caráter dos que foram regenerados e, então, aparecem no mundo como sinal profético do Reino de Deus: sal da terra e luz do mundo, missão da igreja.

   E quanto a dar fruto, igreja, no mundo, é presença e ação, sem que uma se dissocie da outra. Como diz Tiago, não dá para mostrar uma fé sem obras. Fruto, pelo que Jesus falou, na metáfora da videira, é para o que fomos designados.

   Por essa causa me ponho de joelhos diante do Pai. Essas orações escritas por Paulo definem, com clareza, elementos permanentes e constituintes do que é ser igreja: conhecer o amor de Cristo, que exede todo entendimento, para que sejamos tomados de toda a plenitude de Deus.

   Para que o mortal seja absorvido pela vida (Coríntios 2). O apóstolo não faz por menos.
 
 

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