terça-feira, 13 de setembro de 2016

Artigos soltos 12


        Crónica 3 - Salmo 4

        Escolha aleatória, este salmo está ligado à memória de criança, época em que meu pai ensinou-me seu último versículo. Trata-se de uma oração, ao mesmo tempo feita, registada e publicadas as lições aprendidas.

        Quase que não é possível agrupar versículos em tópicos temáticos, em sua estrutura, visto que as conclusões são expostas num ritmo em profusão, do primeiro ao ultimo versículo.

       Escolhemos agrupar as lições, à medida em que o salmista as deduz a partir de sua experiência pessoal: (1) experiência pessoal com Deus em oração, 4:1; (2) lições aprendidas e exortações deduzidas: 4:2-6; (3) conclusões pessoais e consequente conforto recebidos, 4:7-8.

       As lições podem ser assim subdivididas, em 4:2-6: (a) advertência contra a inversão de valores do ser humano, 4:2; (b) experiência individual de apego ao Senhor, 4:3; (c) prevenção contra a ansiedade e exortação à paciência, 4:4-5; (d) exortação contra a dúvida de que Deus sempre responda com bondade, 4:6.

       A conclusão de todo o salmo aborda duas coisas essenciais que, mormente na vida do homem contemporâneo, a perda ou a tentativa desesperada do ganho delas produz grande angústia: (1) alegria, felicidade; (2) paz e tranquilidade no sono.

       Segue-se uma sequência de salmos que são orações, do Salmo 5 ao 7, que sugiro, como exercício, sejam lidos e sua estrutura, ou seja, o modo como, em cada oração, a temática se desdobra por assunto, seja anotado por você, leitor.

      Crônica 4 - Salmo 8

       Alguns salmos se destacam entre os demais. Seja por sua temática, organização do assunto ou mesmo a beleza e inspiração do autor em sua tessitura.

      Exemplo desses é o Salmo 8. Começa com uma invocação, figura de linguagem chamada apóstrofo, ao nome do Senhor, repetida como refrão no final marcando, entre si, o que o autor tem a dizer.

      Então segue respondendo as razões por que invoca o nome do Senhor, designando-o magnífico, ou seja, explicitamente digno de sua grandeza. Seguem, pois, as razões.

       Estrutura: (1) invocação do nome e proclamação de Sua grandeza, 8:1a; (2) razões por que é grande esse nome, 8:1b-2; (3) o que é o homem, diante da grandeza de Deus; 8:3-8. Nessa segunda divisão, fragilidade e, ao mesmo tempo, mérito conferido por Deus ao homem, Sua excelsa criação, são indicados:

         (a) fragilidade do homem frente a criação de Deus, 8:3-4; (b) grandeza conferida por Deus ao homem, como destaque na criação, 8:5; (b.1) domínio sobre o restante da criação, 8:6; (b.2) sustento a partir dos recursos da mesma criação, 8:7, incluída a preservação dela, 8:8. Repetição da invocação como refrão ao final, 8:9.

        Este salmo classifica-se entre is messiânicos, pois a referência ao homem enquadra-se na condição de todos os homens, incluída a experiência do Filho do homem, Jesus. Na epístola aos Hebreus 2:5-10, o autor explica em que sentido Jesus se coloca abaixo doa anjos, precipuamente na experiência da morte, nunca experimentada por nenhum deles.

Linda imagem da Bíblia, Salmo 1,
Daquela da árvore boa, bem plantada
Junto a correntes de boa água
Que sempre deu bom fruto todo tempo.

Quintela, tuas folhas de boa árvore
Nunca murcharam. Olhos espertos ainda de menino
Voz presente feito juventude
Castanheira resistente na sua grandeza

Mas parece que o homem existe
Feito para derrubar árvore boa
E quem quer o bem do povo, triste imagem,
Cai ao chão, derrubado, nesse país, por leis de opressão,
Perseguido por quem só quer seu bem estar.

Fica, Quintela, sua voz e seu exemplo
Junto agora no lugar onde estão todos os heróis, que não morrem
E nós prosseguimos semeando paz, Semeando amor, nossa principal arma,
Na luta que continua sendo nossa.



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