sábado, 11 de fevereiro de 2023

Falta um sorriso nessa foto

 

   A vida, de um modo geral, é rápida, dizem. Bem, a Bíblia afirma que é um sopro. Não sei se o autor dessa afirmação, nela, estava sendo fatalista. Mesmo assim, não faz mal, como se diz. Porque esse Livro é o único que também afirma que ela é eterna.

    O que não significa que se deve menosprezar a que se vive neste plano. Este texto não se pretende metafísico. Nele, eu quero falar sobre esta vida. E uma de suas principais heranças, que é a amizade.

    Essa que acalenta nosas vidas há muito tempo. Eu e Regina, recém-comemorando 30 anos de casamento, celebramos, com alegria, essa amizade.

   Puxa, quantas histórias! A gente se deslocava de Copacabana à Barra. Era num Fusca azul-céu, RV 2644, famoso por suas histórias. Só para ficar em poucas, rondas noturnas para carona, UERJ-Campo Grande, ida e volta ao Meier.

    Idas e voltas à estrada do caçador, naquele tempo Itaguaí, hoje Seropédica, com Guiness Book de carga e gente. Só para ficar nessa aventura, houve o dia em que a roda esquerda traseira, na Av. Brasil, resolveu ultrapassar o carro 🚙, pela esquerda.

    Nessas idas à Barra, também para ficar só nessa, Regina, barriguda de Isaac, chegou metade molhada, lado direito do corpo, porque era necessário ajudar o limpador de para-brisa funcionar. Ele ultrapassava seus limites, deslizando para fora, e prendendo na carroceria.

   Regina, sutil, com a ponta do dedo da mão direita, estimulava-o a voltar ao curso normal. Dava certo. O incômodo era a insistência da chuva ☔ pela fresta da janela aberta, no lado do carona.

    As idas à Barra, célebres, eram para estudar o Livro, ele mesmo, a Bíblia. E a família era a de Jaíra, esposo Carlão, na (amorosa e sincera) intimidade e seus filhos, 30 anos mais adolescentes, na época, Rodrigo e Fabiano.

   A gente se debruçava sobre o livro. Ora, desde a casa das 5 meninas, em Nilópolis, na esquina de Mena Barreto com Ver. José Fortes (eu acho que andaram mudando esses nomes).

    Sim, porque lá se vão 65 anos, pelo menos. Isso por saber eu que Jaíra, certa vez, ficou me pastorando, como se diz aqui, ora, quem pastorou, então, dessa vez, foi ela, comigo no colo, em torno de meu ano e meio de idade, enquanto Dorcas se envolvia com suas mil atividades, isso ainda no velho templo da Congregacional de Nilópolis.

   Aí mesmo nessa Mena Barreto, 634, se também não mudaram o número, onde hoje está a Igreja Cristã Nova Vida. Não vou dizer a idade de Jaíra nessa época, em que eu estive, na boa, em seu colo. Mas a virada da história me fez pastor de toda a família.

   Quem liderava as cinco meninas era a Bili, carinhoso apelido de Adelaide, doce nome. Mas enérgica figura. E a personalidade das meninas foi assim modelada. Em minha diluída memória, lembro dos duetos, na Congregacional de Nilópolis, e das gozações de Neusa e Jaíra, as duas mais à frente do pelotão.

   Nilza, eu casei na presbiteriana de Madureira, Inês eu pastoreei, junto com a mãe, na Congregacional de Cascadura, e Mriam me tem em confiança, eu acho, pois mantém a profunda visão lógica e crítica de toda a família.

   Certa vez, toda a família se reuniu na Igreja do Nazareno, em Olinda. Eu acho que se tratava de um culto em ações de graça, mas não me lembro o motivo. Creio que fui eu o pregador. Estivemos juntos esses anos todos.

   Os meninos das reuniões do Taurus, na Barra, viraram homens feitos. D. Jaíra, hoje, não me aguentaria no colo. Despedimo-nos de Neusa, Carlão, Inês, Adelaide e José, o cara que era súdito das 6 rainhas. Todos esses, antecipando a gente, estão hoje já no cara a cara com Jesus. Pelo menos, assim está escrito no Livro e todos esses que se foram, foram assim crendo.

   Esse rei da casa, por assim dizer, dividindo espaço com Bili, foi grande amigo de meu pai. E acho que essa amizade contribuiu para que José, no retão final do autódromo da vida, cresse em Jesus. Essa fé que nos une, tornando essa amizade comunhão.

   Muito mais há para contar. Muitos estudos bíblicos realizamos juntos. Muita conversa e muito ganho. Quando a provação vinha, a gente enfrentava juntos. Lembro de quando estive em casa deles, ali na Freguesia, em 2016, e Jaíra compartilhou comigo a sua luta e sua vitória com seu esposo, tão parecida com a minha e a vitória final com minha mãe.

    Mas a argúcia de Jaíra no trato com Carlão foi muito maior do que a minha. Fibra e força, empenho, coragem e fé dessas meninas, de sua mãe e seu pai. Linda história. Ainda que vindo provações de toda espécie, vencem. Mais que vencedores temos sido em Jesus. Meninas, como é valoroso compartilhar vida e caminho nessa estrada ao lado de vocês.

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