Falando de liberdade e unidade em Deus, como atributos, é notável destacar que se pode a eles referir no sentido de definição da identidade de Deus, como Pessoa, assim como do efeito deles em nós.
Os atributos divinos definem Deus, como parte componente de Sua personalidade, havendo os que são exclusivos dEle e os que Ele pode compartilhar. Passamos a citar alguns exemplos.
Onisciência, onipotência e onipresença são atributos exclusivos de Deus, ou seja, somente Ele os possui, mais ninguém tem esses atributos. Já o amor, a justiça e a santidade, por exemplo, Deus os têm na condição perfeita e completa.
Mas estes últimos três atributos, Ele reparte com o ser humano. Os atributos que Deus compartilha com o ser humano alcançam-nos por meio de Jesus Cristo, possíveis de os vivenciarmos pela ação do Espírito Santo em todos os que creem.
Falar de unidade em Deus, internamente, referente à sua Pessoa, é fundamental, principalmente quando se aborda a Trindade. No Judaísmo, acusa-se os cristãos de ser politeístas, por afirmar ser Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
E até mesmo entre grupos religiosos que aceitam o Novo Testamento, como os denominados Testemunhas de Jeová, há os que não acreditam ser Deus Filho e ser Deus Espírito Santo. Eles são conhecidos como não-trinitários ou antitrinitários.
Os textos bíblicos que dão suporte ao conceito de Trindade espalham-se pela Bíblia. E, como o conhecimento dela, ao longo da história da igreja, assim como a própria conclusão do cânon, da coleção completa do Novo Testamento foi demorada, essas questões doutrinárias eram discutidas nos Concílios da Igreja.
Como o Pirmeiro Concílio de Constantinopla, que definiu que Pai, Filho e Espírito Santo são Deus, ou seja, três hipótases ou Pessoas distintas, porém uma só ousia, substância, ambas palavras gregas. Os Concílios dos séculos iniciais da história da igreja confirmam doutrinas também aceitas pelo ramo protestante.
A partir da Reforma Protestante a teologia sistemática ganha um impulso maior, em função da estruturação de doutrinas que, a um só tempo, dessem sustentação aos argumentos dos reformadores, assim como confrontassem o catolicismo em seus erros.
Portanto, os textos das Escrituras, fossem do Antigo quanto do Novo Testamento, eram usados para fundamentar os principais pontos doutrinários, fossem de fundamentação das agora doutrinas protestantes, ao mesmo tempo que expunham os equívocos das doutrinas católicas.
Por exemplo, um texto clássico, do Antigo Testamento, preferido por Moisés num momento histórico, de reafirmação da identidade de Israel, como povo de Deus, assim como a respeito da identidade de Deus, em meio ao contexto antigo de idolatria, tanto no Egito, de onde o povo saiu, quanto no deserto, com toda uma vizinhança idólatra, encontra-se em Deuteronômio 6,4.
É conhecido, entre os judeus, repetida constantemente por eles até hoje, pelo epíteto Shemah, em hebraico, "Ouve": "Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor." Dt 6:4.
É problemático para Israel, acostumado a pensar num Deus único, tendo agora de compreender, com a igreja de Jesus, a doutrina da Trindadae, e problemática no mundo atual, porque, pelo direito do respeito por todas as religiões, de idêntico valor, afirmar que somente existe um Deus, e o Deus cristão, soa como prepotente.
Mas a unidade de Deus se estabelece por toda a Escritura. Quando Josué, em 24,2, encerrando sua liderança perante Israel, adverte-os que estariam cercados de idolatria. Menciona o pai de Abraão, Terah, que foi idólatra, assim como, quando por 400 anos no Egito, habitaram num contexto idólatra, como escravos e agora, mesmo libertos, haveriam de residir na terra prometida cercados de idolatria.
Portanto, basta estudar os livros proféticos do Antigo Testamento para compreender que, nem o povo de Deus, no AT, como um todo, compreenderam Deus como único. E a revelação de que o Filho é Deus, assim como o Espírito Santo, do mesmo modo, patente no Novo Testamento, porém latente no Antigo Testamento, somente ao longo da história da igreja foi confirmada.
No Concílio de Nicea, em 325, foi confirmada a divindade de Jesus idêntico ao Pai, ao mesmo tempo que totalmente homem, sem nenhum pecado. E a divindade do Espírito Santo definida no Concílio de Constantinopla, em 381 d. C.
Há um texto no Evangelho de João, em 16,15, em que Jesus aborda, em seu comentário sobre a Pessoa do Espírito Santo, uma condição que é comum ao próprio Jesus, ao Pai, assim como ao Espírito.
Jesus, com sua afirmação, autentica o Espírito Santo como Seu pleno representante. E, para isso, menciona que, na autoridade que recebeu do Pai, este lhe concedeu tudo. Leia o versículo:
"Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar." João 16:15.
Ora, se Jesus afirma que tudo que o Pai têm é dele, Jesus, e o Espírito Santo recebe do que é de Jesus, só podem ser uma só Pessoa, porque Deus não pode repartir o Seu "tudo" com ninguém. Porque Deus é único.
Porque a plenitude de Deus somente a Ele pertence. Mas se Jesus afirma que recebeu dela e reparte ao Espírito Santo, é porque os três são um. Assim se confirma a unidade de Deus: uma só personalidade para o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A seguir, links sobre a história do cristianismo, por vídeos, ou sobre os Concílios:
1. Concílio de Constantinopla
2. Concílio de Niceia
3. Concílios em geral
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