Elias, aparentemente, havia jogado a toalha. Quer dizer, por conta de si mesmo, não aguentava mais.
Ele mesmo argumentaria suas razões. Cansara de ver Jezabel ganhando todas. Ainda que, literalmente, tenha chovido fogo do céu e, numa guerra civil, os falsos profetas da religião oficial tivessem sido exterminados, a rainha ainda dava as cartas.
Já fiz minha parte. Resolveu tirar o time de campo. Percorreu uma jornada extensa até Horebe, sempre para o sul. No meio do caminho, um milagre ou outro do Altíssimo o susteve.
Mas estava estressado de milagres. Assim mesmo, chegou à caverna daquele monte, entrou, deprimiu-se e pediu a morte. Ora, tinha razões de sobra para tanto.
Foi então que Deus resolveu provocar. Sem que fosse Ele mesmo, ventos de um tufão, raios, que nem no Brasil, irromperam e, finalmente, um terremoto. Elias sempre achou que fosse mais uma daquelas do Altíssimo, dado a essas performances e, ainda por cima, esculhambando com a depressão alheia.
Voltou a sua própria condição. Foi quando nada. O mesmo. Saindo lá fora, dizendo, vou encontrar Deus, nada. O mesmo. A rotina. Deus está na rotina. Desde sempre.
Deus não falhou quando, definitivamente, abriu um canal permanente entre nós e Ele. Seria uma estupidez achar duas coisas: (1) que Deus não fala; (2) que Deus não houve.
E outra estupidez seria achar que Deus tem de falar e tem de ouvir do meu jeito. Esse foi o erro de Elias. Supervalorizou-se. Temos o valor, para Deus, que Ele mesmo revela que temos.
Quando a Bíblia afirma que Ele é amor e que nos ama, pronto: está definido o nosso valor. E, portanto, fala e ouve. Saia lá fora ou nem saia, porque Deus fala e ouve, independentemente de sua, de minha ou de nossa condição.
É rotina. O mesmo. Sem (ou com) sobressaltos. Não é o meu humor que define a conversa de Deus. Ele incluiu minha vida no rumo dos desígnios dEle. Então está sempre disposto a que se ouça a Sua voz e a ouvir a minha.
Ponha a cara para fora da caverna. Ele está ali fora (ou aqui dentro). Criancice de Elias. Mesmo os argumentos dele foram mal empregados. Havia lugar para a sua perplexidade. Mas julgar-se o maioral entre todos os outros ou avaliar-se como único a quem Deus deveria dar prioridade foi exagero do profeta.
Rotina. O mesmo sempre. Deus fala e Deus ouve. Ponha a cara para fora de sua janela. Nesta e naquela rotina Deus está presente. Ouve, fala e age.
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