sexta-feira, 29 de março de 2019

Artigos soltos 40

Deus encurta o caminho

       Não. Ele anula. Ele zera. A nossa distância para Deus é zero. E o nome disso é amor. Ninguém conhece minha história sem máscara senão o próprio Deus. 

      Ainda muito criança eu aprendi a simular. A princípio era fácil qualquer adulto perceber isso. Porque criança finge que esconde. Bota as mãozinhas nos olhos para se esconder de quem vê.

      E, à medida que fui crescendo, especializei-me na hipocrisia. Um verniz social associado à dublê de santidade, por causa da minha religião. Religião é igual a time de futebol: cada um tem o(a) seu(ua).

      E alguns não têm nenhum(a). Até que minha máscara caiu. Processo doloroso. Durante um tempo eu me recusei a acreditar. Definitivamente, eu não era esse que aparecia. Eu não era o meu avesso. 

      Caiu a máscara. O que Deus sempre viu em mim, sempre viu em você e sempre vê em todo o mundo. E não jogou na minha cara (como não joga na sua e na de ninguém) quem eu era. Deus não nos joga e nem lhe joga na cara quem somos e quem você é. Deus acolhe. Deus é amor.

     Deus encurta o caminho. Deus anula a distância. Zera. Foram duas vergonhas: primeiro, minha nudez, como diz Caetano, o avesso do avesso; depois, o modo como, ainda assim, Deus diz que acolhe. Duas vergonhas. 

      Não me envergonho do evangelho, diz Paulo. Não importa quantas vergonhas sejam. Mesmo porque pecado é coisa que se repete. É recorrente.  Eu me perguntei se Deus varreria minha sujeira para debaixo do tapete.

       Ele disse que a descarregaria como libelo de culpa no dorso de Seu filho, quando fosse pregado numa cruz. Terceira vergonha? Eu disse se isso não seria injusto com ele (e comigo já que, pelo menos superficialmente, eu deixara cair a máscara, pelo menos convencionalmente).

        Ele disse que foi assim. E Paulo Apóstolo ainda diz que, assim, encravando o Filho na cruz, expôs ao desprezo, publicamente, as potestades do mal. Não pense que foi somente por meu pecado. Foi também pelo seu. Quer creiam, quer não creiam.

      Pecado? Qualquer um, todos eles, diz Jesus: problema meu. Crer ou não crer, problema seu. Quer dizer, problema nosso Assuma. E confesse o seu. Chore por suas escolhas erradas. Eu choro pelas minhas.

       Mas não ponha a culpa nos outros, como qualquer Adão. Diga que a serpente enganou e nós pecamos, como Eva confessou. Escolha o seu pecado. O meu, deixa que eu escolho. E Cristo assume.

       Se você quiser perdão, feche com Jesus. Deus não vai te jogar na cara o teu pecado. Descarregou-o no corpo punido de Jesus, quando o encravou na cruz. "Meu pecado resgatado foi, na cruz, por Teu amor".

       "E da morte, triste sorte me livraste Tu, Senhor", cantava meu pai, que me evangelizou junto com minha mãe. Tenho certeza de que Jesus não lhes traiu a memória. Garantida a vitória. Zerada a distância.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Os discípulos - 10

      Felipe

      Chamado diretamente por Jesus. O costume do Mestre era caminhar às margens do (apelidado) Mar da Galileia. Ali recrutou muitos de seus discípulos. 

     Felipe animou-se, porque sabia de quem se tratava. Foi assim que se dirigiu a um amigo: "Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu na Lei, e a respeito de quem os profetas também escreveram: Jesus de Nazaré, filho de José".

      Dados precisos. Felipe baseava sua argumentação em dados: (1) Moisés escreveu sobre ele; (2) os profetas dele deram testemunho; (3) nome e endereço.  Natanael, que também será chamado Bartolomeu, ouviu e reforçou seu preconceito.

       Diante dos argumentos bem fundamentados do amigo, negaceou e menosprezou dados, além de diminuir a relevância da cidade onde Jesus residia: "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?". Vem e vê, foi o xeque-mate de Felipe. 

       Descrença é responsabilidade de quem a nutre e alimenta. Que faça o elenco de suas razões. E reafirme seus argumentos. A tendência é transferir a outros (e a outras pseudo-evidências) as 'razões' por que não se crê.  Assuma(m).

        Felipe cumpriu muito cedo em sua vocação a tarefa principal do discípulo: compartilhar a fé em Jesus. O "vem e vê" é o principal apelo ao evangelho. Vem a Jesus e vê. Ativo como discípulo, diligente e observador, será quem encaminha a André o menino dos pães e peixes da multiplicação.

        E também, ora vejam só, quem propõe a Jesus, como expediente de último recurso, a que mostre o Pai a todos: "Mostra-nos o Pai e isso nos basta". Tal assertiva combina com a personalidade prática e despachada deste discípulo. Alguém de sua inciativa, precisa que logo lhe resolvam qualquer pendência. 

        É o mesmo que nos brinda com o " Vem e vê", que nos coloca diante da fé, permite que, como sua inciativa de interpelar Jesus, entendamos que ver Jesus é ver o Pai, pois em Jesus "habita corporalmente toda a plenitude da divindade" ou, como está em Hebreus, Jesus é "expressão exata de Deus". 

       Felipe certamente guardou consigo a afirmativa de Jesus. Fixou nele seu olhar. Mediu que, vendo Jesus, não havia mais que perguntar-se por Deus. Guardou com ele tal imagem. Um elemento novo para a fé. Vem e vê o rosto de Jesus. Vem e vê o rosto de Deus. 

terça-feira, 26 de março de 2019

Artigos soltos 39

         Uma oração ao Deus da minha vida.

         Oração é eventual. Tem força própria. Muitas vezes irrompe. Surpreende. E nos vemos todos dentro delas. Certas coisas e certas situações em nossa vida nos expõem todos e inteiros. Caramba, como sentimos medo nessas horas.

        Quando Pedro negou, foi tomado pelo medo. Expôs-se todo e inteiro. Sua fraqueza (e franqueza, também) involuntária. Somos Pedros. E aquela prostituta (nem sei se era uma) que, violentada, teve sua vida exposta.  Aqueles homens, ora, os homens, eventualmente, mais do que eventualmente tão covardes: expuseram publicamente e rasgaram a intimidade alheia. 

       Ainda bem que provocaram Jesus. A qualquer e diante de toda a provocação, Jesus explode em amor. Quando você ouve um pássaro cantando, ele explode em amor. Quando você houve um bebê chorando, explode em amor. Se uma flor desabrochar, no invisível, com ou sem flagrante, como brota uma semente, no escondido, como explode a pipoca, explode e brota e floresce em amor.

      Jesus derramou do seu amor na vida da mulher. Aqueles homens não tinham do que acusar Jesus, senão de amor. E amar sempre dá muito medo. Por isso João, que é chamado "apóstolo do amor" certa vez disse "quem tem medo, não se aperfeiçoou no amor". E você me diga se há outra origem para o amor, senão Deus. Por isso que a Bíblia diz que o amor jamais acaba.

       No princípio, é o amor. Isso o livro não diz. Mas é como se dissesse. Me diz, então, se antes de tudo não está o amor e se, depois de tudo, ele não continua. Imagine a sua vida sem amor. Agora me diga se amor ê algo, assim, improvisado entre os homens, largado, como um bate-papo com os amigos. Jesus era homem de bate-papo com os amigos. 

       Ele os procurava. Tirante uma hora ou outra de oração, ele procurava e estava o tempo todo entre amigos. Certa vez que ele veio ao encontro deles, mais que urgente, andou sobre o mar. E até se assustaram com essa urgência. Você não acredita? Em que que você não acredita? No amor, em Jesus ter flutuado, na capacidade dele de fazer amigos, afinal, em quantas coisas você não acredita?

      Responda: acredito no amor, pratico com restrições, quer dizer, escolho a quem amar, mas não acredito que o amor seja eterno. Não acredito que ele era antes e que vai prevalecer depois. Para mim, amor não é eterno. É circunstancial. Para mim o cemitério é o fim do amor. Amor não é presença, para mim. Tem prazo de validade. Amo, quer dizer, amei alguns que já foram. Morreram. Um dia também vou morrer. O amor acaba na morte. 

     Tudo morre. O pássaro que cantou, morre. O bebê que chorou, um dia vai morrer. A flor que desabrochou é a que menos dura viva. O amor termina na morte.  Até Jesus morreu (se é que ele existiu). Jesus ressuscitou. Deus se reinventou. Porque Deus é amor. Um cara anônimo disse num dos livros da Bíblia que Deus é imutável (ora, sobre "Deus" se diz muita coisa). Outro cara da Bíblia disse "Deus é amor". Desculpe-me mencionar a Bíblia, livro tão provocativo. 

      Porque ela que diz que Deus é amor. Você não é obrigado(a) a crer nisso, quer dizer, nem na Bíblia, nem em Deus e nem no amor. Ou, quando muito, definir "amor" de outro jeito. Fique em paz. Ou perca a paz (o que às vezes é até melhor). Caso perca a paz, faça uma oração. Uma oração ao Deus da minha vida. Não é um deus. É Deus. Ele se reinventou. Explodiu em amor. Isso mesmo, até a ciência, essa "deusa", para alguns, de todas as respostas (até daquelas que ela ainda não tem, e o nome disso é fé), até ela diz que houve um Big-Bang.

       Pois então. Deus explodiu em amor.  Deus reinventou-se e ainda se reinventa a cada gesto de amor de verdade. Lembra do passarinho em seu trinado? Do choro da criança (ou qualquer choro verdadeiro)? Lembra da mulher violentada? Lembra de Jesus, boêmio, buscando amigos e crendo que a cada dia, mais uma chance, mais rostos, mais pessoas, mais chances de amar? 

       Desculpe, mas a Bíblia diz que Deus se fez homem. Você acha que é engodo ou mentira dizer isso? Pelo menos, é poético. O "livro inventado" diz que Deus é amor e explodiu-se porque não mais aguentava a solidão. Numa explosão de amor, criou o universo, colocando-nos como poeira cósmica dentro dele. No meio de uma explosão de amor. Diga que é mentira. Diga que seu amor é de mentira. Diga a si mesmo(a) que a morte é o limite do amor. 

     Diga que vida só existe do cemitério para fora. Eu vou continuar acreditando na vida. No amor. E quando encontrar Jesus numa roda de samba, com amigos, terei sempre  certeza do que disse  certo poeta: o samba também é uma forma de oração.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Os discípulos - 9

    Tomé
       
          Findou mais conhecido por sua exigência de prova, não só da ressurreição de Jesus, em si, mas saber se não havia fraude em relação ao principal portador da evidência, o próprio Jesus: "Se eu não tocar nas feridas, aqui e acolá, não acredito".

         Deu com os discípulos reunidos,  ainda amedrontados, pela morte de Jesus, porém já discutindo sobre as evidências das últimas horas, com respeito à ressurreição. E entra questionando  a autenticidade delas. Tornou-se símbolo do homem sem fé ou que reluta em crer.

          Havia faltado a reunião de véspera. Baita surpresa, então, foi Jesus aparecer, estabelecendo e reafirmando a clássica distinção entre crer e ver. Se avaliava vital, disse Jesus, poderia, sim, tocar nas chagas. Porém, "bem-aventurados os que não viram e creram".

         Tomé, o resmungão, envergonhou-se. Pragmático, já revelara, no grupo, sua suposta capacidade analítica ao ter avaliado certa vez, com exagero, que ele, Jesus e todo o grupo morreriam,  quando avisados da doença de Lázaro e consequente sugestão de retorno à Judeia. Para ele, atender  ao chamado seria total imprudência: "Vamos com ele (Jesus), para morrermos junto".


         Tão corriqueiro entre nós, flagrante capacidade de não enxergar, por olhos de fé, as oportunidades definidas por Jesus. Por elas se manifesta a glória de Deus, para quem não há impossíveis em todas as suas promessas. Fica a advertência, é claro, de não falsificá-las previamente. 

       Um discípulo deficiente na fé. Não que Jesus fosse confundido com uma fraude ambulante, bastante um toque, apenas, para dirimir dúvidas, de uma vez por todas. Acreditar na ressurreição é o fundamento da fé. Sem que, para tanto, seja necessário “ver para crer”. É testemunho de outra natureza, indicado em Atos como ato conjunto, ao mesmo tempo do Espírito Santo e nosso.


        A forma final do corpo ressurreto de Jesus ou o desenho das cicatrizes são o menos necessário, uma vez que tenha ressuscitado. Aleluia! Cumpriram-se as profecias, cumpriram-se as Escrituras e fiel é a palavra, que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores, do qual eu sou o principal.

      Tomé identifica-se com todos os que, em seu próprio direito, por meio de um determinado método adotado, escolhem descrer. Trata-se de um legítimo dilema. De um lado, todas as possibilidades de descrença,  que são múltiplas. De outro, a única opção de fé.


        Prevalece a máxima de Jesus dita a Tomé: "Pelo menos,  para crer, desnecessário ver, desnecessário tocar, necessário ouvir”. De fato, Tomé, sem fé é impossível agradar a Deus. E a fé vem pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus.

        Fica a pergunta, então:  Para crer, o que se torna necessário? A sugestão provocativa de Jesus a Tomé: “Toca e crê".  E a conclusão humilde e arrependida de Tomé, ao ouvir Jesus: "Senhor meu, Deus meu". Há uma só maneira de crer. Há infinitas possibilidades para não crer. Mesmo um homem como Tomé pode superar-se

segunda-feira, 18 de março de 2019

Os discípulos - 8

                Simão 

              Homônimo de Simão Pedro, este é o chamado zelota. Além deste título, pouco se sabe dele. Porém, o que seu partido político-religioso representava, era algo tão forte entre todos os judeus, que a última pergunta da última conversa do Jesus com os apóstolos foi sobre esse assunto.  

          Lucas refere-se, em Atos, à insistência dos discípulos em saber se o tempo de restauração do reino político, para Israel, estava prestes a ocorrer. A preocupação de Jesus era com outro reino, a respeito do qual ele já esclarecera: “o reino de Deus não vem com visível aparência, dele não dirão ‘eis aqui, lá está’, porque o reino de Deus está dentro em vós”. 

     Portanto, a resposta de Jesus aos onze, naquele momento, entre eles este Simão, era que receberiam poder do Espírito e seriam, de Jesus, testemunhas, até os confins da terra (e dos tempos também). A igreja é sinal permanente do reino de Deus dentro daquele que crê, até a próxima (e última) vinda de Jesus. 

      Muito provavelmente o chamado do zelota provocou dois efeitos: (1) um, nele mesmo, por ter que se ocupar com a estratégia do reino de Deus, em tudo diferente da estratégia política de reino pela qual ele era militante e estava acostumado a ser doutrinado; (2) outro efeito, nos apóstolos, por ver entre eles um militante do principal partido de oposição aos romanos, com história de rebeliões, assim como promessa de outras por vir.

        Pelo tempo dessa primeira rebelião, aliás liderada por um tal Judas, o galileu, Jesus deveria ter entre 10 a 12 anos. A próxima e notável foi profetizada por Jesus, em seu sermão de Mt 24, ocorrendo em 66-70, conhecida como primeira guerra judaico-romana, responsável pela destruição do templo em Jerusalém. 

     Chama atenção a estratégia de Jesus em acolher, entre os discípulos, um mosaico de personalidades. Alerta-nos para a tendência em uniformizarmos as pessoas, tentado enquadrá-las num padrão específico, que acaba gerando rejeição, preconceito e discriminação. Jesus chamou pescadores, André e Simão Pedro, nível social rasteiro, eles possuíam apenas redes. 

         Já os pescadores Tiago e João, eram filhos de um empresário da pesca. Mateus era funcionário da receita romana, conhecido como publicano e Judas, o Iscariotes, provavelmente de alguma função relacionada também a finanças porque, enfim, tornou-se o tesoureiro do grupo. Pode ser que Felipe, amigo dos pescadores, também fosse, pelo menos, um deles, pois era de Betsaida, ‘casa da pesca’. 

      Pessoas diferentes em suas preferências, níveis sociais, atividades profissionais espelham e representam os grupos que hoje formam as igrejas que nasceram de seu ministério, como Jesus havia planejado quando os convocou. 

      Imaginamos a agonia do zelota, confrontado com os métodos de Jesus, tendo de submeter ao Mestre sua intuição e militância. Eram escolas distintas. Muito provavelmente alguns dos elementos essenciais de ação social incomodavam tanto a Simão, quanto a Jesus. Mas havia, entre eles dois, divergência quanto à urgência e ênfase dos métodos de enfrentamento a adotar. 

        Simão aspirava a uma ação radical, imediata e, se possível, pelas armas. Ela ocorreu, como Jesus profetizou, culminando na destruição de Jerusalém e permanência do poder opressor do Império Romano, representante de todos os poderes opressores de todos os tempos. 

        Já a ação de Jesus, não menos radical, porém mais no sentido de ‘raiz’, definitivamente derrotou o mal, talvez não a presença dele, como qualquer zelota, que significa “zeloso”, desejasse de imediato. Porém derrotou a origem de todo o mal na humanidade, lançando semente e raiz do reino de Deus dentro, em cada um que crer. Não há derrota possível. 

       Não há ‘solução de continuidade’ com respeito ao reino de Deus, que (ou quando) está dentro em vós. Até Simão zelota também teve de aprender com o Mestre o específico que, somente pelo poder de Deus, os discípulos puderam conhecer.

quinta-feira, 14 de março de 2019

Os discípulos - 7

     Judas

     Tadeu. O oposto do outro. Jesus chamou dois Simão, o Pedro e o zelota; dois Tiago, o de Alceu e o de Zebedeu; e dois Judas.

     Como é tal oposição? Como diz Malaquias, o profeta: ver de novo a diferença entre quem serve e quem não serve a Deus.

      Duas opções. Se há quem permite total liberdade de escolha ao homem, esse é  Deus. Se há quem permite livre escolha a todos os seres que criou.

     Jesus disse que o ladrão não entra pela porta. Ele assalta. Ele salta por cima. Vem roubar, matar e destruir. Mas é desprovido de liberdade. 

      Assalta, mata e rouba a si mesmo. Quem deseja ser meu cúmplice? Ecoa sua voz. Mas existe antídoto. Deste remédio experimenta quem aceitar. 

     Ah, se há o que Deus respeita! E tudo Ele respeita. Não. O homem não tem respeiro próprio. Não respeita nem a si e nem o outro. E ainda pensa que seu desrespeito ao outro não afeta a ele mesmo.

       Quanto a Deus, até o que roubamos de nós mesmos, Ele restitui. Vida. Nós a hipotecamos ao "príncipe" deste mundo, diante da sugestão de perda total. Judas Tadeu enxergou a vantagem proposta por Jesus.

     O outro Judas viu vantagem na outra escolha. No que fica para esta vida. No que, ao sair desta vida, aqui mesmo fica. Veja e meça,  pela  última vez, faça sua escolha, porque não verá nunca mais.

     Tadeu enxergou além. O que enganou seu xará, nem de perto e nem de longe constituiu ganho ou o seduziu. Não houve vitória para o ladrão contra Tadeu.

     Optou pela ação do Espírito de Deus em Sua vida. Onde está o Espírito, aí há liberdade. Floresceu na vida dele o fruto do Espírito. Judas Tadeu foi liberto. Judas Iscariotes aprisionou-se.

     No filme desta outra vida houve só tragédia. Ali as obras da carne tiveram livre curso. Por escolha. Diante de ti coloco bênção/maldição,  vida/morte, santidade/pecado. 

      Jesus se fez maldição em nosso lugar. Jesus se fez morte em nosso lugar. Jesus de fez pecado em nosso lugar. Venceu e trouxe Judas Tadeu consigo.

     Não pôde fazê-lo com o outro. Por livre escolha. Escolha hoje a vida. Escolha hoje a bênção. Céus e terra por testemunhas. 

     Judas e Judas, tão iguais e tão diferentes. O mesmo Jesus e a mesma chance. Escolhas diferentes. Fruto do Espírito e obras da carne. Vereis outra vez à distinção. 

Os discípulos - 6

     Tiago

      De Alfeu. Como pelo Nordeste, assim como noutras localidades rurais, os filhos eram identificados por essa associação ao pai. 

     Assim, no colégio apostólico temos este, assim como o outro, Tiago de Zebedeu, irmão de João. 

     Também conhecido como Tiago Menor. Costuma-se associá-lo à informação de Marcos, o evangelista,  que cita Maria,  sua  mãe,  como uma entre as que foram ao túmulo de Jesus, de madrugada.

     Menor é um nome que lhe cabe bem. Aliás, título honorífico. No Reino de Deus, ser menor é ser maior. Jesus agradece ao Pai, reconhecendo que se agrada por vê-lO revelar Suas grandezas aos considerados desprezíveis. 

      Tiago nos lembra mais essa inversão operada por Deus. Que também torna irrisória a inteligência dos "entendidos", confrontando-os com Sua própria sabedoria. 

    Deus salva os que creem, pela loucura da pregação. Reduz a nada os que "são". Tiago nos lembra que essa estatura é, para Deus, a que conta. Porque nos retira da prostração do pecado, elevando-nos à estatura de Jesus. 

      A parábola  da semente, essa única, em Marcos, não repetida em nenhum outro Evangelho, decreve o milagre da semente, que adormece e morre,  para depois borbulhar em vida. 

     Se a semente não morre, não floresce. Do mesmo modo, qual semente, Jesus morre para, logo depois, ressuscitar. É o Reino que, dentro em nós,  Deus implanta. O pequeno e desprezível aos olhos dos homens, enaltecido diante de Deus.

     Sim, esse mesmo Jesus,  objeto de nossa fé e da mesma fé em Tiago, nos engrandece diante de Deus. Paulo Apóstolo afirma que somos glorificados em Jesus, assim como Jesus é glorificado em nós. 

     Assim, do mesmo modo que Jesus primeiro esvaziou-se de sua deidade, para se fazer homem, glorificado em sua ressureição, do mesmo modo somos engrandecidos nEle.

    Em nada Tiago será menor no sentido de seu valor. Ao contrário, humilde diante de Deus, por Ele mesmo exaltado em tempo oportuno, tempo de fé. 

    Para a par com mais este apóstolo: humilde e menor diante de Deus, no tempo oportuno, que é o tempo de fé,  exaltado. Aos olhos de Deus, esse é o valor. "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus".

     Tiago representa o ponto de início, por onde passam todos os que começam a caminhar com Deus. Mesmo dele conhecendo o mínimo, sabe-se o que é essencial e comum a todos os que creem. 

    Esse é o modelo único e padrão de salvação para todos os que creem. "Humilhai-vós sob a poderosa mão de Deus, para que em tempo oportuno vos exalte". Com Deus, fé é enaltecimento. 

      

terça-feira, 12 de março de 2019

Os discípulos - 5

     Mateus

     Significando "dádiva de Deus", com nome hebraico Levi era, com requinte, odiado pelos judeus. 

    Jesus chamá-lo para apóstolo não foi, humanamente falando, gratificante para seu IBOPE. Piorou quando o Mestre decidiu, aliás,  como era seu costume, almoçar com um grupo em casa dele. 

    A razão do ódio gratuito, o trabalho desse discípulo na coletoria romana, a Receita do Império. Poderiam explorar e ser, esses coletores de impostos,  corruptos à vontade, contanto que cumprissem a cota exigida pelos romanos.

     Judeus não entendiam conversão, mudança de vida, pelo poder, comunhão e vida em Jesus. Era aquela questão que Lucas mostra quando compara Zaqueu, mesma ocupação de Levi, ao jovem rico,  o anônimo que não trocou tudo por Jesus. Zaqueu e Mateus sim.

       Assim mesmo, dedica seu Evangelho aos patrícios. Não lhes guarda rancor. Mesmo porque sabia que era da parte de fariseus e saduceus que provinha a intriga contra ele, agora catalizada por sua adesão ao Mestre.

      Coleciona sermões em sua síntese sinótica da vida de Jesus. O célebre Sermão do Monte, em sua versão estendida, é detalhe esmiuçado por Mateus. O anotador de impostos intelectualizou-se e, selecionando profecias do Antigo Testamento cumpridas em Jesus, escreveu o mais judaico dos Evangelhos. 

      Demonstra a intenção de ser didático, tendo em vista a necessidade da comunidade a quem dedica o livro. Parte da síntese original de Marcos, seguindo seu plano de obra, mas agrega ainda outros quatro sermões. 

      O da segunda vinda de Jesus, da altercação com os fariseus, as parábolas do Reino e aquele da vocação dos apóstolos. Ficamos conhecendo mais detalhadamente Mateus a partir de seu texto focando, por sua ótica pessoal, o testemunho sobre Jesus. 

      E dos quatro evangelistas foi quem, mais pormenorizadamente enunciou, para a igreja, a chamada Grande Comissão: (1) ir por todo  o mundo; (2) fazer discípulos de Jesus; (3) batizá-los; (4) ensinando a guardar a palavra do Mestre, que prometeu "estar conosco todos os dias", assinala Mateus, "até a consumação dos séculos". 
       

      

sexta-feira, 8 de março de 2019

A discípula


        Eu tinha que escrever este texto. Virou patológico eu escrever no blog. Deixa pra lá: combina com era digital ao mesmo tempo que com minha psique. 

       Jesus teve muitas. Talvez mais discipulas do que discípulos. Não as podia enumerar ou chamá-las a desfilar com ele pelas ruas. Mas foram essenciais ao seu ministério. 

     Lucas indica isso, citando pelo nome Maria Madalena,  Joana, esta meio que do mitiê político, esposa de um procurador de Herodes,  e Suzana. Ele completa, dizendo: "muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com seus bens". De todos os níveis sociais.

     Valeu,  Lucas. Quebrou o machismo institucional. É tão sutil que até o autor do Gênesis afirma, sobre Enos, neto de Eva que, a partir dele se "começou a invocar o nome do Senhor". Espera aí: Eva não  conta?

     Pelo menos, dissesse: "a partir de Enos, os homens retornam a invocar o nome do Senhor". Mesmo porque,  certamente, se esse neto invocava Deus,  deveu isso a sua avó,  como Timóteo deveu a sua mãe Eunice e a sua avó Loide.

     Muitos dos que leem estas linhas sabem do que estou falando,  dever a mulheres os rudimentos da fé. Ainda mais se são a mães e/ou avós. Comigo a experiência foi pai ensinar apego às  Escrituras e mãe ensinar apego à igreja.

      Sim, qualquer e todas as igrejas. Com vícios e defeitos que carregamos conosco para dentro delas, quando nelas entramos, para misturar com os vícios (e virtudes também) que coexistem ruminantes, lá dentro,  numa mistura.

      Sim, porque ser humano, pobre ser humano,  é elitista,  coitado,  não suporta ser igual. Tem de se ver e se sentir por cima. Quando Jesus manda misturar na vida de comunhão,  detestamos. A gente sente gastura. E nojo também. 

     Por isso os vícios tão frequentes, nesses ajuntamentos, de rejeitarmos diversidade. Deixa de ser hipócrita, leitor, seu discurso de aceitação da diversidade tem seus limites. Não me venha com churumelas.
       
     Serão limites, seja na aceitação de gênero (está na moda), ou de raça,  ou de nível social,  ou intelectual, ou posição liberal, neoliberal, neopentecostal, não importa: só o milagre de Jesus na sua e na minha vida vai quebrar barreiras e paredes de separação que construímos a todo instante. É por defesa. Temos medo.

      Jesus quebrou mais uma quando pediu água àquela mulher. Água,  ela gritou?  Como pede água a mim, samaritana? Jesus encurtou,  não,  anulou a distância. Teria sido Jesus machista em sua abordagem? Teria sido machista o autor que registra essa história?

      Sim, porque vivemos uma época notória por questionamentos. Não se aceitam assim, de graça, conceitos. Neste Dia Internacional da Mulher, a que tipo de pressões estava submetida a samaritana? O que significou para ela a conversa com Jesus? Libertou-a, afinal, do quê?

     Só pedi água. Não há crime em pedir água. Você,  mulher, supra minha carência. Ela, surpresa, acho até que assustada, disse que não fazia sentido. Ele homem judeu, ela mulher samaritana: não fazia sentido nem diálogo entre os dois. Completa a cena uma reprovação velada até mesmo dos discípulos.

      “Como nos esforçamos para limpar a barra, para manter isenta a imagem do Mestre e ele queima seu filme conversando com uma mulher dessas”, atualizando o que pensaram. Jesus continuou concentrado no que fazia. Seria mais uma discípula.

      A água que tenho, só eu tenho, disse Jesus. Que água, perguntou a mulher? Que sede? Sede de Deus, esclareceu Jesus. A minha alma tem sede de Deus, diz o salmista. Toda alma tem sede de Deus. Toda mulher tem sede de Deus. Todo homem tem sede de Deus.

       Vá buscar teu marido. Por que Jesus perguntou isso? Invadiu o direito dela de ter quantos quisesse? Jesus invade os direitos, para estabelecer justiça com Deus. Paulo Apóstolo chama isso perda total. “Perdi todas as coisas para ganhar a Cristo”. Não adianta. A sociedade atual não entende isto.

       Ou você contraria direitos na apresentação do evangelho e põe em cheque este século, ou você contraria o evangelho, apresenta outro evangelho, e fica bem com este século. Jesus contrariou.

        Aliás, ela que foi verdadeira. Para ela, a relação que tinha com homens desabonava sua conduta. Avaliou que, para medir-se por Jesus, tinha que revelar sua conduta. Abrir o coração.

         Esquece. A definição para pecado é, primeiro, vertical. Costumes praticados na horizontalidade e consenso da humanidade não são validados por decurso de prazo. O nome disso é santidade.

       Talvez achemos que Jesus tenha sido menos feminista do que deveria. Porque teve limites,  como defendem alguns machistas hoje,  como argumento,  não  tendo carregado apóstolas consigo. 

      Jesus cedeu às pressões de seu tempo. Isso mesmo. Fazendo-se homem, limitou-se muito mais do que somente sendo menos feminista do que se deseja. Há muita besteira junto no discurso feminista (e em muitos outros),  quando se torna rasteiro e menos inteligente. 

      Jesus pôs a luta no nível certeiro e correto: dentro. "O Reino de Deus não vem, agora, com ou por visível aparência". Não quis dizer que deixa de ser luta e conquista constantes. 

      Quis dizer que começa dentro. A partir do encontro com Cristo. Jesus disse à discípula: "Eu, que falo contigo". A partir da revelação de Jesus na vida, inicia-se a luta pelo reino. Nesse sentido,  como diz Paulo, mulher e homem se igualam. Não pode haver mulher ou homem,  numa diferenciação, quando Cristo é tudo e em todos.

       A luta pelo reino de Deus começa no encontro com Deus. A luta pelo reino requer liberdade íntima ou, pelo menos, a luta por ela. Que só se configura na comunhão com Jesus. Por isso a discípula largou o cântaro à beira da fonte.

        A discípula sorveu a água de Jesus. Saiu fazendo propaganda. Será que encontrei o Messias? Aquela mulher encontrou o Messias. Dentro. A discípula de Jesus. Mais uma discípula.

      Retoma-se o Gênesis, quando diz: "À sua imagem os criou, homem e mulher os criou". Homem e mulher são criados à imagem de Deus. Quando Jesus convoca para ser discípulo ou discípula,  anula todas as diferenças. 

A CARTA 01 - 1998


Campo Missionário do Acre
Congregação da Isaura Parente

                Ao Departamento de Evangelização e Missões
                Irmãos Conselheiros

                Nós, irmãos da Congregação da Isaura Parente, nos reunimos, por espontânea vontade, no sábado 28 de fevereiro de 1998 e decidimos:

                1. nosso desejo é permanecer com o pastor Cid Mauro como nosso pastor;
                2. também decidimos pedir ao DEM a nossa emancipação e, para isso, providenciamos um local próprio para nos reunirmos até que o nosso templo esteja construído;
                3 também comentamos e lamentamos não termos sido consultados previamente a respeito da possibilidade da saída de nosso pastor da direção de nossa igreja;
                4. reconhecemos que somos campo missionário e ainda não somos igreja emancipada, mas também reconhecemos que, no regime congregacional a opinião do grupo é respeitada;
                5. fomos informados a respeito da carta da irmã Sandra, mui digna Presidente desse Conselho mais uma vez mencionando a possibilidade da saída do Pr. Cid Mauro e julgamos tal atitude negativa para com o pastor e para com o grupo da Isaura Parente;
                6. caso o Departamento decida que o Pr. Ari trabalhe conosco na Isaura Parente, poderemos colocá-lo no São Francisco, caso ele concorde, reformando a casa que lá existe para que ele nela more;
                7. ainda comprometemo-nos a contribuir com 1 (um) salário mínimo no seu sustento;
                8. há também a possibilidade do pastor Ari residir no AP ou qualquer outro ajuste combinado com ele e com o DEM caso fique decidido que ele trabalhe conosco como co-pastor.

                Mais uma vez afirmamos que o Pr. Cid Mauro somente depois tomou conhecimento desta reunião. A recomendação de escrevermos as decisões dela foi dele, o que fizemos após combinar o texto desta carta ontem, domingo, 8/03/98, após o culto à noite.
                Esta carta vai assinada por nós, membros da futura 2ª Igreja Evangélica Congregacional do Acre e o fazemos de livre vontade.

Rio Branco, 9 de março de 1998.

Antônia Andrade da Silva
Maria Alcir dos Santos Daniel
Maria das Graças dos Santos Daniel Barros
Antonia Joana D’Arc Silva do Nascimento
Andréia Silva do Nascimento.



Observações sobre esta carta:

As decisões aqui expressas foram pensadas pelos irmãos antes do pastor chegar de volta ao Acre, no período de férias desse ano. Foram escritas como esboço dessas decisões, logo após o período do Carnaval. Esta carta não chegou a ser enviada, porque se julgou mais prudente enviar, como caso já definido, uma carta que tivesse embutida as formalidades de organização, emancipação e filiação da igreja, como está indicado na ATA 01 também aqui exposta. Mas, historicamente, estes termos definem bem uma etapa na história dessa igreja e na vida desses irmãos. A lista maior que segue na assinatura da referida Ata indica com mais exatidão o perfil completo da Congregação, naquela época, há exatos 20 anos atrás.


               



Os discípulos - 4

      João se projeta, como apóstolo, pelo evangelho que escreve. Um que escapa ao formato dos três anteriores, em sua visão sinótica. 

      Mas pouco ouvimos sua voz, quando não é também por suas três cartas e pelo Apocalipse. Assim se torna, ao lado de Paulo Apóstolo, outro grande escritor do Novo Testamento.

      Em seu silêncio, destaca-se por seu empenho. Muito provavelmente, a família a que pertenceu era destaque no comércio da pesca, na Galileia. Daí, João ter livre curso e penetração fácil no staff político da Judéia.

      Ele mesmo registra  que era conhecido do sumo-sacerdote e, por isso, acompanhou Jesus em seu primeiro interrogatório. Todo o tempo ao lado do Mestre. 

      Ao ponto de, em nenhum momento, afastar-se de Jesus, contrariando a profecia "fira-se o pastor, que as ovelhas serão dispersas". Sim, menos João. 

     Ao pé da cruz, foi confiado a Maria como filho e esta, a ele, como mãe. Por esses detalhes, entre outros aprendizados, ainda, recebeu a distinção de "o apóstolo do amor".

     Na verdade,  mestre de amor. Em seu evangelho, destaca essa ênfase como o principal, tanto nas Escrituras, quanto na prática de Jesus. Numa de suas cartas, define "Deus é amor", único reducionismo abrangente que existe.

      Era o silêncio ao lado de Pedro, este  o primeiro a pregar, no Pentecoste, após  a ressureição de Jesus, também o primeiro a pregar aos gentios e, pleno do Espírito, um corajoso "voz da igreja" no início do ministério dela em Jerusalém, Judéia e Samaria. 

      João era silêncio ao seu lado. Obervador. Analítico. Ponderado. Foi ele que insistiu a que Pedro o aguardasee no pátio externo,  enquanto ele mesmo acompanharia Jesus no interior do pretório. 

     Como que deu ensejo a que Pedro fosse denunciado galileu, do grupo de Jesus, incorporando a si a profecia da negação, mas que também, de uma vez por todas se arrependesse, autenticando-se como verdadeiro discípulo. 

      Foi João que deduziu que a intimidade total entre Pai e Filho só seria possível porque "Eu e o Pai somos um", registrada em seu evangelho esta fala de Jesus.

      Como João, devemos entrar onde Jesus entra, sem nenhum medo. Esse apóstolo mesmo diz que, quem tem medo, não é aperfeiçoado em amor. 

     Como João,  devemos ser amigos, como ele foi de Pedro. Também registra em seu evangelho que Jesus, o amigo por excelência de Deus nos torna amigos de Deus. E, por extensão,  amigos uns dos outros, e isso de chama igreja.

     Como João, no registro da intimidade com Jesus, no círculo da última  (e primeira) ceia, compreender que comunhão com o Pai, do mesmo jeito daquela entre Pai e Filho, deve existir entre nós. E isso se chama amor.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Os discípulos - 3

         Tiago

         Irmão do autor do quarto evangelho, ele e João apelidados "Filhos do Trovão". Talvez, pela sugestão dada ao próprio Jesus, ora, que pretensão, que fizessem cair fogo do céu sobre samaritanos que lhes rejeitaram hospedagem: "Não sabeis de que espírito sois", retrucou, duramente, o Mestre.

        Marcos, evangelista, sem que fosse, como Lucas, um dos doze, menciona um detalhe na diferença de nível econômico entre esses dois pares de irmãos. 

        Quando Jesus sucessivamente reforça o chamado dos quatro, André e Pedro largam, apenas, suas redes, enquanto que Tiago e João as deixam no barco de Zebedeu, seu pai, com os empregados. 

      Diferença entre uma empresa de pesca e simples pescadores avulsos. Daí o grau de privilégio embutido num pedido de mãe, que os queria a cada lado de Jesus, em destaque, sutilmente sugerindo sua superioridade aos demais. 

      A resposta inclui o básico e o trágico da fé, na composição e dependência direta a Jesus: "Concordo, uma vez que bebam do mesmo cálice que eu bebo". O que, antecipadamente,  cumpriu-se em relação a Tiago, assassinado por Herodes e tornado mártir,  como Estêvão, bem cedo na história da igreja.

      Pelo pouco que se conhece dele, outro dado foi formar a tríade Pedro, Tiago e João, postos em destaque por Jesus, como no caso do chamado de volta à vida da filha de Jairo: somente os três, entre os doze, e os pais da menina foram chamados a presenciar esse milagre de ressurreição. 

      Muito provavelmente, por facilidade financeira e pelo nível intelectual de João, seu irmão, podemos deduzir que se destacasse em liderança natural. Jesus escolhida auxiliares muito diferentes entre si, exatamente para que efetuasse o milagre de comunhão que caracteriza a igreja.

      Exatamente esses apóstolos eram o círculo experimental,  laboratório vivo da futura comunidade dos que creem. Contraponto de níveis intelectual e social,  esboço de amizade já cristalizada há tempos mas, que agora,  com a nova vida,  projeta-se para atrair tantos outros a Jesus.

      "Eu vos farei pescadores de homens", assim como lhes mostrarei quanto importa sorver todo o cálice que eu mesmo bebo. O cálice que transborda e a unção com óleo na presença de inimigos. 

     Tiago representa o modo como o mundo é hostil aos discípulos, tanto  quanto foi ao próprio Jesus. Nisso reside a identidade deles e comunhão na missão e no sofrimento. Paulo, apóstolo tardio, exortou a seu discípulo Timóteo: "Todos quantos querem viver piedosamete em Cristo, serão perseguidos".

      Tal pedido de mãe, talvez, não incluísse essa fatalidade. Mas do mesmo modo como Maria sofreu por Seu Filho, cumpre-se em Tiago o preço dessa plena identidade. Que também se cumpra em nossa vida, ainda que seja o mesmo cálice. 

Os discípulos - 2

     André

       João relata a forma curiosamente encadeada como Jesus encontra seus primeiros discípulos. Ele e André eram discípulos de João Batista. Numa "propaganda relâmpago" deste, quando Jesus cruzava com eles pela rua, apontou: "Eis o Cordeiro de Deus". 

     Como que pelo susto, André e João perguntam a Jesus "onde assistes", para Jesus, também de supetão, responder: "Vinde e vede". Foram e viram. Posteriormente, André convida seu irmão Pedro: "Achamos o Messias", disse a ele. "E o levou a Jesus", assinala João apóstolo. 

     André se torna relações públicas do grupo. E o "vinde e veja" de Jesus virou jargão do convite, repetido por Felipe, convidado pelo próprio Jesus, logo que chegou à Galileia. Felipe, da cidade de Pedro e André, por sua vez amigos de Tiago e João, encontra Natanael. Fechava-se o círculo. 

      Felipe repetiu a Natanael, mais tarde conhecido como Bartolomeu, o "vem e vê", porque este  último preconceituoso em reconhecer que, de Nazaré, sim, provinha todo o bem, que é  Jesus.

       Não há necessidade de outra argumentação. Sempre que alguém estivesse na esfera de influência de Jesus, o acesso passaria pela inciativa de André. Felipe comenta sobre a falta  do que comer, André notifica sobre o menino dos três pães e dois peixinhos. André o conduz a Jesus, oração e milagre.

       E os gregos que procuram Jesus, em sua semana final de vida, são submetidos por Felipe ao crivo de André. Esses dois conterrâneos de Betsaida nos ensinam que devemos conduzir todos a Jesus. Que a expressão "vem e vê" basta. Porque é suficiente para checar Jesus como Salvador. 

     "Eis que estou convosco todos os dias", garantiu Jesus na sua despedida. "Por um pouco, estou convosco; um pouco mais, volto para vós outros". Não se trata de fraude. 

     É suficiente para ter crédito a palavra de Jesus. Quando certa vez lhe pediram, de modo provocativo e irreverente, um "sinal" indicativo de sua relevância,  como se fosse um mago, Jesus respondeu pelas Escrituras.

     Sugeriu o sinal autêntico da experiência profética de Jonas: três dias no ventre do peixe, assim como Jesus três dias morto. Não é a fé na história de Jonas que produz salvação,  e sim na história de Cristo.

     Vem e vê. Basta atender a esse convite. Basta atender e acatar o argumento de André. Ele foi o relações públicas de Jesus. Cada um de nós, discípulos deste tempo, devemos agir do mesmo modo.
     

quarta-feira, 6 de março de 2019

Os discípulos - 1

      Pedro

     Jesus chamou doze discípulos, a princípio. Diversos entre si. Cada qual, com suas peculiaridades.

     André, irmão de Simão, conduziu-o a Jesus. Eram dois amigos de outros dois irmãos, Tiago e João, todos pescadores: Jesus disse que os tornaria "pescadores de homens".

       O Mestre logo apelidou Simão de Cefas, Pedro, porque havia Simão, o zelota. Pedro ou pedra, o impulsivo, atirado, ao ponto do inconveniente.

     Em várias oportunidades falou em nome do grupo. Em algumas delas sem nem entender direito o que estava dizendo, foi certeiro: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo".

     Em outras, rendido,  como quando, ao ouvido de Jesus, sugeriu que tivesse pena de si mesmo e se afastasse da cruz, ouvindo dele: "Pedro, arreda, satanás".

      Teve arrojo e, justo em seguida, covardia, atirando-se ao mar, para logo duvidar. Jurou fidelidade, para logo em seguida, negar. Para logo em seguida  deparar o olhar de Jesus.

      Muito parecido com o comum de nós mesmos. Uma vez arrependido,  entendeu, experimentou e pregou, intensamente, a cruz.

      Outro sobre quem também foi testificado que nele entrou satanás, Judas, o Iscariotes, que também deparou o olhar de Jesus e ainda quem, na primeira ceia, recebeu o primeiro naco de pão, não se quedou arrependido. 

      Sejamos como Pedro. Não que em nós opere o inimigo, mas que em nós opere o arrependimento. Que sejamos "pedras que vivem, edificados sobre a pedra Jesus", como Pedro escreveu em sua primeira carta aos crentes.

     E nas suas pregações: Porque "não há salvação em nenhum outro, senão Jesus, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos". 

     Porque "não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido", como se queixaram os judeus que queriam reprimir a pregação de Pedro: "Vocês encheram Jerusalém" da doutrina de Jesus.

      Sejamos discípulos qual Pedro foi. Mas nunca neguemos Jesus. Nunca nos envergonhemos do evangelho. Que também não larguemos de mão as Escrituras,  do mesmo jeito que ele exortou em sua segunda carta.

      Uma vez amadurecido, esse amigo íntimo de João rendeu muito, com muita coragem, o primeiro a proclamar a gentios o evangelho, como terá servido de exemplo prático e estímulo a esse seu intelectual companheiro.

    Cada discípulo tem sua personalidade. Muito parecidos com os discípulos que nós mesmos somos. Muito parecidos com o mais que desejamos ser. Assim consta na letra de um hino: "Mais de Cristo eu quero ser".



      

Artigos soltos 38

      O mesmo

      Elias, aparentemente, havia jogado a toalha. Quer dizer, por conta de si mesmo, não aguentava mais.

      Ele mesmo argumentaria suas razões. Cansara de ver Jezabel ganhando todas. Ainda que, literalmente, tenha chovido fogo do céu e, numa guerra civil, os falsos profetas da religião oficial tivessem sido exterminados, a rainha ainda dava as cartas. 

      Já fiz minha parte. Resolveu tirar o time de campo. Percorreu uma jornada extensa até Horebe, sempre para o sul. No meio do caminho, um milagre ou outro do Altíssimo o susteve.

      Mas estava estressado de milagres. Assim mesmo, chegou à caverna daquele monte, entrou, deprimiu-se e pediu a morte. Ora, tinha razões de sobra para tanto. 

     Foi então que Deus resolveu provocar. Sem que fosse Ele mesmo, ventos de um tufão, raios, que nem no Brasil, irromperam e, finalmente, um terremoto. Elias sempre achou que fosse mais uma daquelas do Altíssimo, dado a essas performances e, ainda por cima, esculhambando com a depressão alheia. 

      Voltou a sua própria condição. Foi quando nada. O mesmo. Saindo lá fora, dizendo, vou encontrar Deus, nada. O mesmo. A rotina. Deus está na rotina. Desde sempre. 

      Deus não falhou quando, definitivamente, abriu um canal permanente entre nós e Ele. Seria uma estupidez achar duas coisas: (1) que Deus não fala; (2) que Deus não houve. 

      E outra estupidez seria achar que Deus tem de falar e tem de ouvir do meu jeito. Esse foi o erro de Elias. Supervalorizou-se. Temos o valor, para Deus, que Ele mesmo revela que temos.

      Quando a Bíblia afirma que Ele é  amor e que nos ama, pronto: está definido o nosso valor. E, portanto, fala e ouve. Saia lá fora ou nem saia, porque Deus fala e ouve, independentemente de sua, de minha ou de nossa condição. 

     É rotina. O mesmo. Sem (ou com) sobressaltos. Não é o meu humor que define a conversa de Deus. Ele incluiu minha vida no rumo dos desígnios dEle. Então está sempre disposto a que se ouça a Sua voz e a ouvir a minha. 

     Ponha a cara para fora da caverna. Ele está ali fora (ou aqui dentro). Criancice de Elias. Mesmo os argumentos dele foram mal empregados. Havia lugar para a sua perplexidade. Mas julgar-se o maioral entre todos os outros ou avaliar-se como único a quem Deus deveria dar prioridade foi exagero do profeta.

    Rotina. O mesmo sempre. Deus fala e Deus ouve. Ponha a cara para fora de sua janela. Nesta e naquela rotina Deus está presente. Ouve, fala e age.

Artigos soltos 38

      O mesmo

      Elias, aparentemente, havia jogado a toalha. Quer dizer, por conta de si mesmo, não aguentava mais.

      Ele mesmo argumentativa sua razões. Cansada de ver Jezabel ganhando todas. Ainda que, literalmente, tenha chovido fogo do céu e, numa guerra civil, os falsos profetas da religião oficial tivessem sido exterminados, a rainha ainda dava as cartas. 

      Já diz minha parte. Resolveu tirar o time de campo. Percorreu uma jornada extensa até Horebe, sempre para o sul. No meio do caminho, um milagre ou outro do Altíssimo o susteve.

      Mas estava estressado de milagres. Assim mesmo, chegou à caverna daquele monte, entrou, deprimiu-se e pediu a morte. Ora, tinha razões de sobra para tanto. 

     Foi então que Deus resolveu provocar. Sem que fosse Ele mesmo, ventos um tufão, raios, que nem no Brasil, irromperam e, finalmente, um terremoto. Elias sempre achou que fosse mais uma daquelas do Altíssimo, dado a essas performances e, ainda por cima, esculhambando com a depressão alheia. 

      Voltou a sua própria condição. Foi quando nada. O mesmo. Saindo lá fora, dizendo, vou encontrar Deus, nada. O mesmo. A rotina. Deus está na rotina. Desde sempre. 

      Deus não falhou quando, definitivamente, abriu um canal permanente entre nós é Ele. Seria uma estupidez achar duas coisas: (1) que Deus não fala; (2) que Deus não houve. 

      E outra estupidez seria achar que Deus tem de falar e tem de ouvir do meu jeito. Esse foi o erro de Elias. Supervalorizou-se. Temos o valor, para Deus, que Ele mesmo revela que temos.

      Quando a Bíblia afirma que Ele é  amor e que nos ama, pronto: está definido o nosso valor. E, portanto, fala e ouve. Saia lá fora ou bem saia, porque Deus fala e ouve, independentemente de sua, de minha ou de nossa condição. 

     É rotina. O mesmo. Sem (ou com) sobressaltos. Não é o meu humor que define a conversa de Deus. Ele incluiu minha vida no rumo dos desígnios dEle. Então está sempre disposto a que ouça Sua voz e a ouvir a minha. 

     Ponha a cara para fora da caverna. Ele está ali fora (ou aqui dentro). Criancisse de Elias. Mesmo os argumentos dele foram mal empregados. Havia lugar para a sua perplexidade. Mas jujgar-se o maioral entre todos os outros ou avaliar-se como único a quem Deus deveria dar prioridade foi exagero do profeta.

    Rotina. O mesmo sempre. Deus fala e Deus ouve. Ponha a cara para fora de sua janela. Nesta e naquela rotina Deus está presente. Ouve, fala e até.

terça-feira, 5 de março de 2019

ATA 01 - 1998


Ata de organização da segunda Igreja Evangélica Congregacional de Rio Branco, estado do Acre, realizada no domingo dezenove de abril de hum mil novecentos e noventa e oito na rua Isaura Parente hum mil oitocentos e setenta e oito, sede provisória atual da igreja. Com a presença dos membros cujas assinaturas seguem no final desta ata ficou decidido que recorrêssemos à Junta Geral da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil para que esta, em nosso nome, intercedesse junto ao Departamento de Evangelização e Missões para que reconhecesse a nossa emancipação como igreja e que então pudéssemos assim nos filiar à esta referida União como igreja plena. Assim solicitamos, visto que todos nos sentimos afetados em nossa sensibilidade pois a nossa opinião, reforçada pela presença em nosso meio do pastor Wilson dos Anjos, vice-presidente do referido Departamento da União, o qual compreendeu nosso desejo, não foi aceita por esse mesmo Departamento. Fomos assim informados pela leitura do Boletim “Jornada Missionária” de março/98. Desejamos esclarecer a esta Junta Geral que preenchemos as condições expressas no Regimento Interno da UIECB: I. a relação dos membros consta nas assinaturas no final desta ata; II. Quanto a autorização do DEM é justamente para isso que escrevemos a essa Junta Geral; III. Como pastor continuamos desejando o pastor Cid Mauro Araujo de Oliveira e escolhemos para oficiais o presbítero Alexsandro Daniel Barros e para diáconos Antonia Joana D’Arc Silva do Nascimento e Andre Luiz Soares de Souza; IV. Temos Escola Dominical funcionando normalmente, União Feminina, União de mocidade e de Adolescentes; V. subscrevemos a constituição e o Regimento Interno da UIECB; VI. Já registramos os nossos Estatutos pelo modelo que a própria UIECB sugere. Nossa arrecadação mensal é de aproximadamente setecentos reais, suficiente para as nossas despesas. Informamos que a nossa sede provisória tem espaço de seis por seis metros, suficientes para comportar-nos e aos congregados e visitantes, no atual estágio de nosso crescimento. Possuímos terreno de quinhentos e cinquenta metros quadrados a cerca de três quilômetros do local onde atualmente nos reunimos. Estamos em campanha para a compra do terreno ao lado, de mesma medida, e já temos dois mil reais para completar e entrada de três mil reais. Temos congregação no bairro Eldorado, de seis por quatro metros, casa de madeira nova, e terreno de quatorze por trinta e um. Ali funciona um trabalho com crianças domingo à tarde e classe de novos crentes com seis candidatos para batismo, ambos os trabalhos dirigidos pela irmã Maria José Lima. Pela manha, no bairro Vitória, aos domingos, dirige um grupo de crianças a irmã Lourdes Silva do Nascimento. No Eldorado temos reunião de oração às quintas, e cultos aos sábados e domingos dirigidos pelo irmão, agora presbítero Alexsandro Daniel Barros. Há dois domingos iniciou-se a Escola Dominical dirigida pelo próprio obreiro local. Ficou também acertada a ida, às terças-feiras, do pastor Cid Mauro Araujo de Oliveira para Reunião e Estudo Bíblico no Eldorado e que às quartas-feiras, como sempre fazemos, ele dirija o Estudo Bíblico na Isaura Parente. Para efeito de registro, fornecemos o CPF do pastor Cid Mauro Araujo de Oliveira, número 6*********4, identidade 0*****3, SSP/AC e o CPF da tesoureira da igreja, a irmã Maria Alcir dos Santos Daniel, número 2*********3, identidade 1****5 SSP/AC. O endereço do pastor é na Avenida Nações Unidas número 1699, fundos e o da tesoureira, na Rua Isaura Parente 1889. Ele é casado com Regina Coeli Benevides Oliveira e ela é solteira. Queremos ainda esclarecer que a nossa posição de emancipação e de organização dos documentos não é uma atitude de rebeldia contra o referido Departamento da União, mas vontade de seguirmos nossa própria jornada como igreja congregacional autônoma e madura que escolhe, em oração, seu futuro. A presente ata e seu texto foi organizado no dia vinte de abril de hum mil novecentos e noventa e oito, como combinado na véspera, na presença e opinião de todo o grupo de irmãos. Depois foi datilografada e lida, novamente, perante todos os quais assinam abaixo. A diretoria da Igreja é: pastor Cid Mauro Araujo de Oliveira; secretária, Lourdes Silva do Nascimento; segunda secretária, Regina Colei Benevides de Oliveira; tesoureira, Maria Alcir dos Santos Daniel; segunda tesoureira, Antonia Joana D’Arc Silva do Nascimento. Rio Branco, vinte de abril de hum mil novecentos e noventa e oito.
Alexsandro Daniel Barros
Adjines Silva Moreira
Antonio Marcos de Jesus Santos
Andréia Silva do Nascimento
Regina Coeli Benevides Oliveira
Gerliane Bezerra da Silva
Antônia Andrade da Silva
Maria José Lima de Souza
Maria Alcir dos Santos Daniel
Erycar da Silva Oliveira Barros
Maria das Graças dos Santos Daniel Barros
Lourdes Silva do Nascimento
André Luiz Soares de Souza
Antonia Joana D’Arc Silva do Nascimento
Maria das Graças
Cid Mauro Araujo de Oliveira

Em tempo: onde se lê Maria José Lima leia-se Maria José Lima de Souza. Onde se lê: Pela manhã no bairro Vitória, aos domingos, dirige um grupo de crianças a irmã Lourdes da Silva Nascimento, acrescente-se a irmã Adjines Silva Moreira. Acrescente-se ainda ao texto que a nossa igreja possui um apartamento funcional no Conjunto Manoel Julião bloco B4 apartamento 413. Eu, Lourdes Silva do Nascimento, segunda secretária, lavrei, dato e assino a presente ata que vai assinada por todos os membros da igreja. Rio Branco, vinte de abril de hum mil novecentos e noventa e oito. Cid Mauro Araujo de Oliveira.