segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Mulheres na Bíblia - Eva
Passa, propositalmente, despercebido que, no Gênesis, está escrito que Deus criou o homem (humanidade) a Sua imagem e semelhança, "homem e mulher os criou".
Pode parecer que não, porém costuma-se esquecer isso. Muitos interpretam que só o homem é dono dessa caracteristicas, aliás, perdida por ambos na queda e somente reassumida na regeneração em Cristo.
Daí começa a diminuição da mulher. Outro ponto é culpá-la, sozinha, pelos pecados do mundo. Porém, numa leitura atenta da Bíblia, desde Eva elas se distiguem nas virtudes que lhes são corriqueiras.
A primeira mãe dos viventes passou por um trauma específico, talvez com paralelo no atual surto de violência social, que foi o assassinato do segundo filho do casal, executado pelo mais velho.
Enfrentou com oração, assimilou o golpe, sem que culpasse Deus, o marido ou o próprio filho. Era mulher de oração, desde o nascimento de Caim, até à gratidão manifesta no nascimento de Sete.
E, pelo que transparece, tinha um marido acostumado a responsabilizá-la pelo que ia errado na relação entre os dois. Vide a resposta dele a Deus, "a mulher que tu me deste", quando foram interpelados logo após a queda.
Do mesmo modo que Paulo diz a Timóteo que sua fé sem fingimento era devida a uma mulher, a avó Loide, certamente, o primeiro homem após a morte de Abel a invocar o nome do Senhor, Enos, devia a sua avó Eva possuir uma fé sem fingimento.
Mulheres na Bíblia - Hagar
Pouco podia fazer Hagar, diante de Sara, para que fizesse valer seus direitos. Foi dada a Abrão por sua senhora, na tentativa de suprir, de modo precipitado e indevido, o que já constava como promessa de Deus: dar um filho ao patriarca.
Uma vez nascido Ismael, Sara começou a sentir-se diminuída. Por tremenda injustiça, típico de mulheres como ela, encheu a paciência do marido, a ponto de convencê-lo a ser cúmplice da brutalidade pretendida: condenar mãe e filho à morte, na aridez do deserto.
A marca da espiritualidade de Hagar se destaca quando: (1) diante de Deus, não acusa Sara; (2) uma vez já aviltada, entendeu o significado do humilhar-se diante de Deus; (3) diante de tantas vicissitudes, interpretou que faltava a ela enxergar Deus tão próximo.
Eis a mulher que nos ensina a não nos fazermos de vítimas, se enfrentarmos situações iguais ou ainda piores do que as dela. Porque, caso entremos em conflito com a fé, certamente será por não ter dito igual a Hagar: "Tu és Deus que me vê. Não olhei eu também para aquele que me vê."
Mulheres na Bíblia - Débora
Mulher de Lapidote, sem dúvida era um entre os mencionados no texto da "mulher virtuosa", onde está escrito que até o marido é reconhecido pela boa fama da esposa. Ficou destacadamente reconhecida a "Palmeira de Débora", eternizada no texto bíblico, local onde ela atendia às demandas do povo, referência permanente à grandeza dessa mulher.
Podemos bem compará-la a outra juíza, atual presidente do STF, Cármen Lúcia, que dirige o próprio carro, ofereceu água mineral e cafezinho em sua posse, por fator de economia, e saudou o povo brasileiro como maior autoridade presente nessa cerimônia.
Além de juíza, eventual generala e profetisa, quando advertiu Baraque, já indicado por Deus como líder na guerra contra os midianitas, que o medo lhe roubaria o mérito de ter vencido a batalha. O homem respondeu à mulher, mais ou menos assim: "se fores comigo, guerra haverá; caso não vás, guerra não há." Houve. Débora definiu a tática do conflito.
Dois únicos grandes referenciais, no longo período dos juízes, calculado em 300 anos de duração, são essa juíza e, na outra ponta, Samuel, já na transição à monarquia. Esse, sim, equiparado em importância a Débora. Preste bem atenção e deixe de ser machista: sempre haverá, bem perto, mulher virtuosa a ter como exemplo. E quanto a você, seja mais uma entre elas.
Mulheres na Bíblia - Ana
Símbolo de oração de conteúdo, qualidade da mesma recomendada por Jesus, no Sermão do Monte: "tenho derramado minha alma perante o Senhor."
Símbolo de temperança e mansidão, pois dividia com Penina o matrimônio com Elcana, angustiava-se por não ter filhos e suportava a rival que, segundo o texto bíblico, "excessivamente a provocava".
Símbolo de dedicação, entrega e reconhecimento do lugar dos filhos, perante Deus, pois disse a Eli: "por esse menino orava eu [...] ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias que viver."
Ouviu do esposo uma das mais belas declarações de amor: "não te sou eu melhor do que dez filhos?". Sábia nas relações domésticas, íntima do Senhor na oração e mestra na educação dos filhos, mulher modelo em três áreas fundamentais.
Mulheres da Bíblia - Hulda
Era duro viver num tempo em que os direitos, o reconhecimento e a valorização social eram quase nulos. O que dizer, então, se umas poucas como que invadiam o espaço masculino e se identificavam profetisas, como Hulda?
Foi a ela que o rei avivalista Josias recorreu, após o trauma de conferir as maldições escritas no Deuteronômio e compará-las à realidade de Judá, por volta de 620 a. C. Jeremias já havia iniciado o seu ministério, mas foi uma profetisa que o rei buscou, após ler o Livro da Lei, a Bíblia da época, esquecido no Templo, e temer diante do cumprimento da Palavra. Ela só fez confirmar isso ao rei.
Pelos nomes citados do marido, pai e avô de Hulda, ela era a mulher certa para aquela hora, ao nível de classe da realeza e pronta a consolar o rei piedoso. Jeremias, sacerdote fora de função, pertencia à vila de Anatote e se tornaria desafeto do todos os reis, os três filhos de Josias, que reinaram depois do pai, até o exílio de 587 a. C.
Hulda nos ensina: (1) é possível ter, sim, mulheres muito bem entendidas, esclarecidas e estudiosas da Bíblia; (2) ser mulher "bem nascida" não se constitui, em si, demérito nenhum, a não ser que a futilidade, vaidade e superficialidade dominem a personalidade; (3) quando se obtém genuína autoridade por meio da Palavra, não há rei ou qualquer posto de destaque acima que não se subordine à sabedoria adquirida. Precisamos de muitas profetisas como Hulda, "bem nascidas" ou não.
Mulheres na Bíblia - Maria
Tudo bem. Não tenho nada contra enaltecer Maria. Mas ponha-se no seu devido lugar. A Bíblia, a gente querendo ou não, coloca-nos no devido lugar. E, quanto à mãe de Jesus, ela nunca tomou para si pelo menos 5 característica que, de novo, segundo a Bíblia (sempre o Livro), pertencem a Jesus. Veja:
(1) Jesus é o único mediador entre Deus e o homem; (2) único ser humano a receber, como Deus, adoração, atributo específico Seu; (3) único ser humano autorizado a perdoar pecados; (4) além de Jesus, o único que intercede por nós diante de Deus é o Espírito Santo; (5) Jesus é o único entre os seres humanos a ter ressuscitado e, afirma a Bíblia, a estar à direita de Deus.
Nenhuma dessas afirmações diminui Maria, porque esses são atributos exclusivos de Jesus e ela mesma nunca desejou roubá-los para si. Foi Maria mesmo que aconselhou: "Fazei tudo o que ele (ou conforme ele) vos disser". Atribuir a Maria qualquer desses atributos é, literalmente, tradição humana. Veja 5 características exatas e justas de Maria:
(1) Exemplo de serva, dizendo ao anjo: "Faça-se conforme a Tua (de Deus) vontade"; (2) exemplo entre os que necessitam de salvação, ela mesma necessitada, quando diz: "A minha alma se alegra em Deus, meu salvador"; (3) Logo entendeu que aos homens é sábio e aconselhável fazer e agir segundo "tudo quanto ele (Jesus) disser"; (4) sempre que enxergava, ouvia ou percebia uma manifestação da palavra ou ação objetiva de Deus, diz a Bíblia, ela "guardava todas essas coisas, conferindo-as no coração"; (5) entre tudo o que ela guardou no coração, certamente, está a palavra de Jesus a uma mulher que enalteceu Maria exageradamente, quando disse "bendita aquela que te deu à luz e os seios que te amamentaram": Jesus corrigiu e Maria guardou no coração: "Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam." Nenhum erro e nenhuma injustiça em colocar Maria no seu devido lugar, quando a intenção é seguir a orientação bíblica. Este livro existe para corrigir e sanar qualquer dúvida.
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