Fé
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem.” (autor anônimo da carta aos Hebreus)
Vamos discorrer sobre uma possibilidade, a de que, por meio da fé, sempre
a fé, religião, ciência e a atual militância ateísta tenham um ponto comum de
contato. E esse ponto de contato se expressa pela definição bíblica de fé que
encima este texto: “certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que
não se veem.”
É reconhecido que a religião tem fé
como fundamento. E que ela se expressa em acordo com a definição aqui
transcrita. Vamos deixar para a parte final apreciação sobre ela. Porém, a
ciência também se baseia, do mesmo modo, em “certeza” e “convicção”.
A certeza da ciência provém de sua sistemática
percepção da realidade, a qual será reproduzida, por método científico, em
laboratório, repetida exaustivamente, até que se possa formular uma teoria.
Esse é o caminho da busca científica por “certeza”.
A convicção da ciência, razão pela
qual ela é, nos dias atuais, mesmo que exageradamente, posta na condição de “última
palavra”, a respeito da gama de fenômenos explorados pela pesquisa humana, essa
convicção provém da exaustiva repetição dos fenômenos pesquisados e sua formulação
em linguagem apropriada. Daí a consagração do que é científico e, até mesmo, seu
uso tecnológico.
Exemplificando, é fácil depreender que
o voo dos aviões, aparelhos de alta tonelagem, muito mais pesados do que o ar e
do que as aves, foram aperfeiçoados a partir da observação humana e seu desejo
de alçar voo. Na falta de asas, seria por meio de um recurso idealizado e
levado a efeito com ferramentas a seu alcance.
A própria história da aviação
demonstra que o homem foi bem sucedido. Também demonstra que foi a partir da
observação do voo, anterior ao homem, observado em sua forma original, por meio
das aves, que o homem foi instigado a imitá-las. Dá gosto constatar como a observação, o método científico, as pesquisas e o aperfeiçoamento geraram a capacidade e
versatilidade das asas do avião, que imitam, na decolagem e na aterrissagem, as
asas dos pássaros.
Ora, aqui se aprende que muito (ou
tudo) o que a ciência produz é aprendido ou imitado a partir do que está aí, como dado.
Esse “estar aí” é a natureza, em sua complexidade. E quanto à origem desse
caderno permanente de pesquisa para exploração científica, o que a ciência tem
a dizer sobre sua origem? Ora, ela afirma ter “certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que não se veem”. Por que afirmamos isso?
Exemplo
prático dessa afirmativa, relacionada ao ponto de partida da própria ciência e
sua razão de ser, que é a leitura do Universo, é a experiência do LHC, Large
Hadron Collider, que é um acelerador de partículas, de bilhões de euros, que promete comprovar que a
teoria do Big Bang é verdadeira. Trata-se de um túnel subterrâneo, de 27 m aproximados
de diâmetro, construído a 100 m de profundidade nas cercanias de Genebra, na
Suíça.
Pretende provar que a teoria da colisão de
partículas foi mesmo a que deu origem a tudo o que está aí. Pura certeza de
coisas que se esperam e convicção de fatos que não se veem. Se afirmarmos que a
existência de Deus depende de confirmação científica, provar que Ele não
existe, da mesma forma, também depende de confirmação científica. Esta última
afirmação coloca o ateísmo na total dependência do método científico.
Assim como também podemos defini-lo
como “certeza de coisas que se esperam” que, no caso dele, é confirmar,
cientificamente, a não existência de Deus. E a convicção de fatos que não se
veem, no caso, afirmar, peremptória e categoricamente, que Deus não existe.
Na verdade, ficou demonstrado como ciência, religião e ateísmo têm, em comum, a fé como pressuposto: “certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que não se vem.” Não falta aos dois companheiros da religião, em sua sistematização, dogmas e corpo doutrinário. Talvez, à ciência, falte militância e combate aos hereges. Só não vale virarem, os dois, religião. Mas que já vivem por fé, está comprovado que vivem.
E o mesmo autor anônimo da epístola aos Hebreus afirma, logo a seguir que, "sem fé, é impossível agradar a Deus". Por extensão, fica comprovado que ciência, ateísmo e religião, vivendo por fé, agradam a Deus. Durma-se com um barulho desses.
Na verdade, ficou demonstrado como ciência, religião e ateísmo têm, em comum, a fé como pressuposto: “certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que não se vem.” Não falta aos dois companheiros da religião, em sua sistematização, dogmas e corpo doutrinário. Talvez, à ciência, falte militância e combate aos hereges. Só não vale virarem, os dois, religião. Mas que já vivem por fé, está comprovado que vivem.
E o mesmo autor anônimo da epístola aos Hebreus afirma, logo a seguir que, "sem fé, é impossível agradar a Deus". Por extensão, fica comprovado que ciência, ateísmo e religião, vivendo por fé, agradam a Deus. Durma-se com um barulho desses.
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