sexta-feira, 7 de outubro de 2016


     Uma mesma definição.

     Uma vez que seja possível uma mesma definição para três fenômenos distintos seria, do mesmo modo, possível dizer que se esquivalem?

     Se for possível alinhar, por meio de uma só definição, dada pelo autor anônimo da epístola aos Hebreus, fé, ciência e ateísmo, o que será possivel, então, deduzir?

    Provavelmente pela natureza de seus métodos, seja possível equivalerem-se numa mesma definição. Comecemos pela fé: "certeza de coisas que se esperam, convicção de fatos que não se veem."

   Certeza e convicção. Esses dois vocábulos compõem a espinha dorsal das sentenças enunciadas. Pelo que parece, somente a ciência pode fornecer esses dois elementos e parece que é justamente neles que se baseiam os ateus.

    Talvez, caso se comprove que a definição dada de fé se aplique mesmo à ciência, defina-se, na fonte, de que fé é mesmo fraude. Porque, se certeza e convicção apenas se aplicam à ciência, fé é fraude. Ou talvez descubra-se que se equivalem, se podem ser definidas pela mesma enunciação. Senão, vejamos.

     Certeza. A ciência produz certeza. Parte do que é concreto, do que é dado, vai ao laboratório, reproduz num experimento, retorna ao real e formula sua teoria.

    Convicção. Basta percorrer, no seu método, todo o percurso, repetir para evitar BIAS, que será instaurada, definitvamente, a formulação científica.

    O ateísmo não poderia ser formulado caso essa mesma ciência comprovasse, por seus métodos, a existência de Deus. Por isso a extrema e total dependência dele com relação ao método científico.

   Voltando ao autor anônimo de Hebreus, precipuamente, ele enuncia fé como certeza, sim, "de coisas que se esperam" e convicção, sim, "de fatos que não se veem".

   Teorias científicas se baseiam nesses dois axiomas. Por exemplo, os estudos sobre a formação do Universo e, consequentemente, da vida, com tudo o que a ela se refere, baseiam-se em convicções de fatos não vistos e ainda não comprovados.

  Porém a ciência neles crê e ainda reserva, para si, uma certeza futura. Por isso investe milhões, talvez bilhões de euros construindo mecanismos que a conduzam à definitiva comprovação.

    Exemplo disso é o LHC, Large Hadron Collider, que pretende reproduzir em laboratório o Big Bang original, a colizão de partículas que, no início, deu origem a tudo o que hoje se vê. Assim se espera comprovar.

   Trata-se de certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que não se viram. Pelo menos, comprovado está que a mesma definição de fé, dada pelo autor de Hebreus, dela depende a ciência.

   Certeza do que se espera e convicção do que não se viu, sem fé, afirma o autor de Hebreus, é impossível agradar a Deus. Delas dependem a ciência e, por extensão, o ateísmo, ambos impossibilitados de comprovar, definitivamente, suas postulações.

    Pelo método científico, dependente de certeza e convicção,  não se comprovou nem uma coisa, nem outra, ou seja, ficamos sem a comprovação de que Deus exista, assim como ficamos sem a comprovação de que não exista. Mas vivamos por fé: certeza de coisas que se esperam, convicção de fatos que não se viram. Isso basta para agradar a Deus.


 

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