Os ‘poréns’ da Vida
Vivemos numa
sociedade socialmente desajustada. Mas não devemos julgar as
pessoas. Há quem diga que elas caem nessa vida porque não querem
lutar, querem vida fácil. E quem disse que isso é vida fácil? Olhe a situação
de milhões de ucranianos que sofrem por causa de uma guerra por uma invasão de
território. Olhe a situação de Gaza e em tantos outros lugares onde a
possibilidade de conflito bélico aumenta a cada dia. A situação das guerras
africanas, a situação das mulheres no Afeganistão dos Talibãs e no Irã dos
Aiatolás. O êxodo venezuelano para o norte do Brasil e outros países. São
pessoas que se deslocam a fim de trabalhar; andam em busca de oportunidades;
querem uma vida digna e dão de cara com os oportunistas da vez, com gente maligna
que lhes fazem propostas indecentes. Essas pessoas são submetidas ao desprezo, e,
por isso, tornam-se descrentes da vida, da bondade humana e passam a duvidar
até da existência de Deus. São pessoas deserdadas de sua pátria, de suas
famílias, de sua honra. Gente que não sabe mais o que é sorrir e que não
acreditam na possibilidade de ser feliz.
Não
sei se vocês já leram David Copperfield, obra de Charles Dickens (1812-1870),
escritor britânico do século XIX. Pode-se dizer que o texto é uma
autobiografia. Copperfield é Dickens. Ele conta como foi sua infância. Seu pai
morreu quando sua mãe estava no sexto mês de gravidez. A mãe era uma
adolescente pobre que se casara com um homem rico. Uma tia veio para o dia do
nascimento. Disse que se fosse uma menina, ela teria tudo o que quisesse. Seria
sua herdeira. Mas quando o médico deu a notícia que nascera um menino, a tia
desapareceu e nunca mais voltou. O menino fora rejeitado pela família rica do
pai morto.
Houve um homem na
Bíblia, chamado Jefté, que se sentia exatamente assim. O livro de Juízes começa dizendo quem era Jefté: “... era
um soldado valente, porém, filho de uma prostituta...” (Juízes 11,1). Essa é a
primeira apresentação que se faz a respeito desse homem. Os grandes problemas
da vida são esses “mas”. Você conhece essas expressões que são abundantes em
nosso meio: “ele é muito bom, mas...”. São os "porém" que estragam tudo. No entanto, Deus quer reescrever a nossa história. A longa noite de choro há de passar e um novo
amanhã vai chegar com a nova vida que Deus nos proporciona.
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