terça-feira, 11 de junho de 2024

Apocalipse nosso de cada dia - Preâmbulo do julgamento da Grande Meretriz - Parte 31

 A ação, neste mesmo contexto do juízo de Deus, prossegue sendo João convocado, por um desses mesmos anjos dos flagelos e das taças, a ver de perto o passo seguinte da ação de Deus.

¹ "Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas, ² com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra." Ap 17.

   Esse mesmo anjo transporta João ao deserto, onde ele contempla e descreve a visão da grande meretriz. Trata-se de uma mulher montada numa besta escarlate, esta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.

   Agora, João passa à descrição específica da mulher, luxuosamente vestida de púrpura e escarlate (para combinar com a besta, nelas tudo tem de combinar), como não podem faltar as joias, adornada então de ouro, pedras preciosas e pérolas.

   Na mão, como um troféu, ela traz um cálice de ouro, que transborda com o que lhe é típico, todas as abominações de suas imundícias e prostituição. E traz na fronte, desafiadora, sua legenda, que é Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra.

   E João a vê embriagada, muito admirado, com grande espanto, em perceber que o que a estonteia é a bebida do sangue dos santos e das testemunhas de Jesus.

   Nesse momento, o anjo, que nota a admiração de João, esclarece, pergunta o porquê de tanta admiração, e passa a revelar a João o sentido dessa visão, de que mistério trata toda essa cena.

   Explica o anjo, por partes: a besta era e não é, emerge do abismo e caminha para a destruição. Os que habitam sobre a terra e não têm o seu nome, desde a fundação do mundo, escrito no Livro da Vida, vão também muito se admirar, da mesma forma, vendo a besta que era e não é, mas que aparecerá.

   Advertindo o anjo, mais uma vez, para o sentido da visão, que deve ser compreendida com sabedoria, as setes cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está sentada, e também sete reis.

   E o anjo ainda detalha que, desses sete reis, cinco já caíram, um ainda reina, e o último virá, mas para reinar pouco tempo. E esclarece que a besta, que era e não é, é o oitavo rei, que procede dos sete e caminha para a descrição.

  E os dez chifres também são dez reis, ainda não reinando, mas que receberão, da besta, autoridade para reinar, porém num curto espaço de 1 hora. Esses reis são concordes num único pensamento, dedicam de si à besta todo o poder e autoridade que possuem.

   Mas contra eles quem peleja e os vence é o Cordeiro, com todos que com ele congregam, os chamados, eleitos e fiéis, juntos vencerão, porque o Cordeiro é o Senhor dos senhores e o Rei do todos os reis.

   O anjo ainda detalha a João que as águas que são vistas, acima das quais paira a presença da Grande Meretriz, são povos, multidões, nações e línguas. Porém entre eles haverá dissensão, porque os dez chifres e a própria besta odiarão a Meretriz.

   Com isso, ela, por seus próprios antigos aliados, será devastada, despojada, terá devorada as suas carnes, definitivamente consumida pelo fogo. Porque essa discórdia é Deus que incutiu no coração deles, para que realizem, contra si mesmos, o pensamento que nutrem entre si.

   Por isso esses reis darão à besta o reino que possuem, enquanto se aguarda o cumprimento da extemporânea palavra de Deus. O anjo termina, advertindo, como num resumo, de que essa mulher é a grande cidade que domina sobre os reis da terra, uma síntese sobre as aspirações de todo reino e poder humano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário