sábado, 8 de outubro de 2022

Salmo 2

Salmo 2. Uma oração sem resposta. Este ‘salmo messiânico’ foi usado pela igreja primitiva em seu culto, no tempo de perseguição (At 4:23-31), porque mostra, em relação ao Messias: (1) sua rejeição (2:1-3); (2) sua identidade (2:4-7); (3) seu juízo (2:8-12). Os crentes não compreendiam como era possível rejeitar Jesus e ainda perseguir os que anunciavam Seu amor. É também usado (2:7) pelo autor de Hebreus em sua argumentação sobre a divindade de Jesus (Hb 1:5-14) e também menciona o espanto dos reis (2:10-12) com a glória do Messias (Is 52:13-15). Todo joelho se dobrará (Fp 2:9-11) perante o Filho, havendo chance de arrependimento até para quem rejeitou (Zc 12:10). Uma bem-aventurança há para os que confiam em Jesus (2:12).     

     Por que se enfureceram os gentios                            E os povos imaginaram coisas vãs     
                  
          Levantaram-se os reis da terra
                                   e as autoridades
        
          Ajuntaram-se a uma
                                contra o Senhor
                                 e contra o seu Ungido".

    Quando nos referimos a paralelismo, na poesia hebraica, é com relação a um modo de expressão em que aparecem em dupla, em linhas paralelas os conceitos indicados, reforçando-se entre si. No caso da citação do Salmo 2, em Atos dos Apóstolos, são eles: 

Por que
                           
se enfureceram os gentios // 
os povos imaginaram coisas vãs; 

levantaram-se os reis // 
autoridades ajuntaram-se; 

contra o Senhor // 
contra seu Ungido.

        Os conceitos desse Salmo são usados, também, em Hebreus 1:5-14, citações equivalentes de Hebreus 1:5 e Salmo 2:7, como prova da divindade de Jesus, em sua filiação divina, exatamente a unidade deste Salmo que o marca como indicativo da pessoa de Jesus como Messias e o classifica como Salmo Messiânico, em 2.7.

Proclamarei o decreto do Senhor: 
Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.

          O ponto central aponta para a rejeição de Jesus como fato que não se pode entender e razão da necessidade da oração que vai sustentar os crentes nas tribulações que sofrerão em nome de Jesus, como os mesmos apóstolos em Atos 5:41, quando se regozijaram, não porque houvessem sofrido punição física de açoites, mas porque reconheciam sua identidade com Jesus em seus sofrimentos - ver também Colossenses 1:24, quando Paulo interpreta desse mesmo modo as provações que enfrentava.

SUBDIVISÕES
         
  1. Nos versículos 2:1-3, o enredo trata de perguntar por que os povos se enfurecem contra o Ungido de Deus; 
   2. em 2:4-9, Deus, o Pai, ri-se dessa rebelião, constituirá seu Filho rei sobre todas as nações e ele haverá de regê-las com vara de ferro;
   3. Em 2:10-12 há uma advertência aos reis para que beijem, ou seja, bajulem o Filho, porque talvez possam escapar de sua ira. 

    Lamentavelmente não pertencem ao grupo dos que creem no Ungido de Deus e que, portanto, por essa razão, são bem-aventurados.

NOTAS HOMILÉTICAS

   Num uso deste Salmo 2 para sermões ou estudos bíblicos, é possível destacar 4 pontos principais a respeito do Messias de Deus: 

(1) profecia de sua rejeição: 2:1-3; 

(2) profecia de sua identidade: 2:4-7;

(3) profecia de seu reinado às nações: 2:8-9;

(4) profecia de como os grandes falharam em rejeitá-lo, 2:10-12, com uma bem-aventurança final para os que nele creem.

          Versículo destaque:      

 "Servi ao Senhor
                                        com temor
                                 
  e alegrai-vos
                                         com tremor."



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