quarta-feira, 12 de junho de 2019

Poesia e profecia.

      A ideia é refletir sobre se uma existe sem a outra. Eu acho que a própria rudeza da vida caminha na direção de extinguir a poesia.

       Seus temas são todos. Poesia nada despreza.  Profecia também. Noite é tema de poesia. Sereno. Lua. Minguante ou cheia. Lamento também é tema de poesia.

        Vida, enfim, é tema de poesia. De profecia também.  Mormente. Morte também é tema das duas. Talvez profecia seja mais taxativa. 

        Provavelmente, a neutralidade que pode existir em poesia, absolutamente exista em profecia. Por exemplo, poesia canta e decanta (avisa meu corretor de smartphone que também encanta).

       Profecia, numa hora dessas, impõe limites. E poderá fazê-lo em verso, advertindo. Mas com isso, não desabona a poesia. É que profecia é fatalista.

      Há coisas que são contra a vida e contra a própria poesia. E esta, talvez, não se avizinhe disto. Avalie que não é de seu mister. Preserve sua neutralidade. 

      Profecia não é neutra. Desculpem, mas profecia não se conforma com a morte. Ainda que esta seja cantada em prosa e verso, a profecia não se conforma com a morte.

       Para ela, morte é doença. Mesmo a morte quando alívio como, por exemplo, quando se quer a morte do mau. Mau, para quem? Se quem quer a morte do mau, é mau, pode ser que os dois sejam.

      A profecia não se conforma com isso. Para ela, a morte e o mal têm estreita relação. De causa e efeito, se você quiser assim. A profecia não é neutra.

      Se e quando matarem a poesia, a profecia a fará ressurgir. Porque não existe vida sem poesia. E, para a profecia, a vida é eterna.

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